Ernesto Gove, governador do Banco de Moçambique, afirma durante o lançamento da pesquisa sobre o sector bancário, relativa a 2008, que banca é parceira do desenvolvimento. O governador do Banco Central convidou os operadores bancários do sector privado a se envolverem na regulamentação da nova lei cambial. A pesquisa revela que os quatro maiores bancos de Moçambique, são o Banco Internacional de Moçambique (Millennium-bim), o Banco Comercial e de Investimentos (BCI), o Standard Bank e o Barclays Bank- Moçambique, respectivamente, e que eles detêm cerca de 90,2 por cento do total dos activos agregados do sector, enquanto que 9,8 por cento é detido pelos restantes bancos.
Maputo (Canalmoz) – Foi lançado, ontem, nas instalações da KPMG, em Maputo, a pesquisa sobre o sector bancário 2008, em Moçambique, um evento que contou com a presença do Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, e de outras individualidades representantes dos vários bancos instalados no país. Na ocasião Gove convidou os operadores bancários privados a envolveram na elaboração de uma nova lei cambial.
Esta pesquisa tem como objectivo contribuir para uma transparência e para uma maior confiança no seio dos agentes económicos em Moçambique. Esta é a oitava pesquisa e é realizada, anualmente, com vista a colher percepções do sector empresarial bancário em relação a um conjunto de factores-chave no desempenho dos seus negócios no país.
Falando na ocasião, Ernesto Gove considerou “rica” a informação apresentada pela pesquisa, sobre o sector bancário em 2008. Disse ainda que, apesar da informação ser apresentada num período em que a situação bancária no país apresenta outros contornos, a mesma não deixa de ser útil, pois caracteriza a banca num momento (2008) em que o mundo estava em crise. “Estávamos perante uma crise financeira mundial em que os preços dos cereais e dos combustíveis estavam em alta. Pelo que, através dos dados apresentados, há uma demonstração de que a banca deve fazer uma gestão muito prudente e competitiva”, realçou Ernesto Gove acrescentando que isto é sinal de que o sector bancário está em prol do desenvolvimento do país.
Para o governador do Banco de Moçambique, é através da banca que o país deve crescer. “A banca é sempre chamada a dar um contributo importante para o financiamento de operações de investimento de médio e longo prazo, portanto deve ter sempre indicadores de rentabilidade”. Aquele dirigente do Banco Central convidou, entretanto, os operadores bancários do sector privado a se envolverem na regulamentação da nova lei cambial.
Alguns dados da pesquisa
A pesquisa 2008 aponta que, apesar do comportamento desfavorável no mercado financeiro internacional em 2008, o activo agregado da banca moçambicana continuou com a tendência crescente observada no ano anterior “tendo crescido na mesma taxa de 24 por cento comparado com o ano de 2007, perfazendo um total 98.252.027 milhares de meticais contra 79.397.651 milhares verificados em 2007. No mesmo período, a moeda estrangeira continuou a observar uma tendência decrescente, ficando o crédito em moeda nacional”, lê-se na pesquisa.
A pesquisa aponta ainda que a carteira de crédito agregada cresceu cerca de 42 por cento face a Dezembro de 2007, representando cerca de 43.395.135 milhares de meticais. “ Este incremento da carteira de crédito foi influenciado pelo decréscimo das aplicações em outras instituições de crédito no estrangeiro que em Dezembro de 2007 representavam 22,7 por cento do activo total, tendo diminuído para 16,4 por cento em Dezembro de 2008.
A pesquisa revela, entretanto, que os quatro maiores bancos de Moçambique, nomeadamente o Banco Internacional de Moçambique, o Banco Comercial e Central e de Investimentos, o Standard Bank e o Barclays Bank Moçambique, são os que (em 2008) detêm cerca de 90,2 por cento do total dos activos agregados do sector, enquanto que 9,8 por cento era detido pelos restantes bancos.
Entretanto, relativamente ao ranking dos bancos por ordem do valor activo em 2008, o destaque vai para o Banco Internacional de Moçambique que manteve a liderança do sector seguido pelo Banco Comercial e de Investimentos e depois pelo Standard Bank.
(Alexandre Luís)
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