Thursday, 18 February 2010

Gangs abatem agentes

Polícia rende-se à organização dos criminosos

– reconhece Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da PRM

Maputo (Canalmoz) – Os criminosos andam de tal sorte organizados e programados que a Polícia da República de Moçambique (PRM), tem estado a ser surpreendida e não consegue agir com prontidão de forma a encontrar as “gangs” que nos últimos tempos têm virado as suas atenções para assassinar altas patentes da corporação policial. O porta-voz do Comando-Geral da PRM, Pedro Cossa reconhece que assassinatos estão a surpreender a corporação policial e os criminosos andam bem organizados e programados nas suas incursões.
Segundo Pedro Cossa quando se pensava que tudo estava sob aparente controlo, mais dois agentes da Brigada Operativa da Polícia de Investigação Criminal, (PIC) foram baleados e assassinados no espaço de três dias. “Vamos agir contra esses criminosos”, diz em resposta o porta-voz quando tudo leva a crer que a Polícia está completamente dominada pelas gangs.
Pedro Cossa confirmou que num espaço de tempo muito curto dois agentes do Serviço Operativo de Inteligência da Polícia de Investigação Criminal, (PIC), respectivamente, Arsénio Mahoze e Rui Mondlane foram brutalmente assassinados e disse que até ao preciso momento em que ontem nos falava não há pistas dos autores destes actos criminosos.
“A Polícia está a trabalhar com o propósito de encontrar os autores dos crimes macabros e dar o seu destino merecido”, garantiu, no entanto, o porta-voz do Comando-geral da PRM.
Instado a pronunciar-se se estes assassinatos são ajuste de contas ou algum negócio mal parado, Cossa limitou-se a referir que “os agentes saíram em mais uma missão de serviço e tendo em conta que eram da brigada operativa, ainda não se sabe mais nada”.
Num tom confiante Pedro Cossa adiantou que “os assassinos não podem desafiar ao Estado, uma vez que isso não é permitido em qualquer parte do mundo”. O facto é que desafiam e a prova está nas morte dos dois agentes.
“É ilícito tirar a vida de uma pessoa com armas de guerra como os criminosos tem feito nos últimos tempos”, afirmou convicto o porta-voz do mais alto comando da Polícia de Moçambique.
Refira-se que em menos de 72 horas dois agentes da Polícia de Investigação Criminal, (PIC), na cidade de Maputo, a capital do País, foram baleados brutalmente, por indivíduos ainda desconhecidos e a monte. O primeiro caso registou-se na noite do último sábado, junto ao Jardim 28 de Maio, vulgo Jardim dos “Madjermane”, no bairro do Alto-Maé, em frente do Edifício Sua Alteza Aga Khan. O segundo aconteceu pouco depois das 15 horas de segunda-feira em plena Av. Marginal, na zona do Clube Naval.
No segundo assassinato, o agente Ricardo Mondlane, fazia-se transportar numa viatura da marca Toyota Hilux, com a chapa de inscrição MMF 18-56.
Ricardo Mondlane, momentos antes da sua morte teria sido contactado, via telefone, supostamente por um conhecido, para resolver um assunto de seu interesse próximo das bombas da BP, na zona do Clube Naval. O malogrado, terá sido o primeiro a chegar ao local, tendo-se mantido no interior da sua viatura à espera dos indivíduos que o teriam contactado. Logo depois terão chegado ao local os supostos conhecidos. Estes chegaram ao local numa viatura do tipo Toyota Coaster, sem matrícula. Como nos contam desceram dela, de imediato, três indivíduos munidos de armas de fogo do tipo AKM para puseram fim à vida de Ricardo Mondlane.
Segundo reporta a Policia os assassinos dispararam vários tiros directamente para o rosto e cabeça do agente da Brigada Operativa da PIC da cidade de Maputo.

(Conceição Vitorino)