Só em salários: Equipa de Guebuza custa 300 milhões de meticais
- PR, PM e governadores provinciais têm regalias ilimitadas,
enquanto um ministro e o seu vice têm, cada um, dois milhões
de meticais de subsídios, em cinco anos
Por Ericino de Salema
O Presidente da República (PR), Armando Guebuza, o Primeiro-Ministro (MP), Aires Ali, os 28 ministros, 23 vice-ministros e os 11 governadores provinciais custarão aos cofres do Estado, em cinco anos de mandato, 301.481.340 meticais, só em salários, na remota possibilidade de os honorários em vigor neste momento
não serem revistos durante cinco anos. Em termos de regalias, o PR, o PM e os 11 governadores provinciais não possuem limites, enquanto um ministro tem 1.945.320, 00 meticais num quinquénio, tendo, o vice-ministro, a mesma fatia.
Quando tomava posse, a 14 deste mês, o PR afirmou, de entre várias coisas, que iria pautar por uma governação transparente.
Quando empossava os ministros, vice-ministros e os governadores provinciais, uma semana depois, Armando Guebuza pediu-lhes para que se assumissem, sempre e sempre, como servidores do país, actuando com transparência e inclusividade. A falta de transparência leva, quase sempre, à corrupção. Um dos mais céleres mecanismos
de ʻcontroloʼ dos titulares é o estabelecimento de regras de conflitos de interesses e a declaração de bens.
A lei número 7/98, de 15 de Junho, que é regulamentada pelo decreto número 48/200, de 5 de Dezembro, estabelece algumas regras sobre como isso deve ser feito em Moçambique. Depois de empossados, tanto o PR como os ministros e vice-ministros são
obrigados a apresentar uma declaração dos seus bens, sendo ainda obrigados a proceder à sua actualização, numa base anual.
Mas a utilidade prática da declaração de bens é muito diminuta, sobretudo, no que toca à monitoria das actividades governativas, por parte da imprensa e da sociedade civil. Apenas o PR, o PM, a Assembleia da República e a Procuradoria-Geral da República é que podem ter acesso a essas declarações, que as devem solicitar por
escrito, quando tal se mostra justificável, ao Conselho Constitucional,
onde as depositam.
Na verdade, as declarações de bens são protegidas pelo “segredo da justiça” e a sua “difusão indevida” sancionada nos termos da lei, conforme refere um estudo datado de 2004 sobre ʻCorrupção em Moçambiqueʼ, da autoria do jornalista e pesquisador Marcelo Mosse.
O secretismo quanto aos aspectos respeitantes ao PR, PM, ministros, vice-minitros e governadores provinciais é tão agudo no país que mesmo os seus salários e regalias não são tornados públicos, sendo apenas operacionalizados por via do chamado
“despacho interno”, de circulação restrita na Presidência da República e no Ministério das Finanças, e ʻaltamente protegidoʼ por um ʻestranho códigoʼ.
Ocultar a informação sobre salários e regalias do PR e sua equipa pode ser sinónimo de inexistência, por parte de quem de direito, de confiança nos eleitores. À semelhança do salário mínimo, que é público, o salário do PR, ministros, vice-ministros e governadores provinciais deveria também ser público, tal como sucede em vários quadrantes do mundo.
Na África do Sul, por exemplo, o salário do Presidente da República, Jacob Zuma, é público. Aliás, é até aprovado pelo povo, por via dos seus representantes no Parlamento. A última revisão, na ordem dos 8 por cento, foi feita em finais do ano passado, tendo o ministro das Finanças se dado ao luxo de discordar com os
aumentos, por motivos que não foram tornados públicos.
A comparação de salários pode levar a leituras enviesadas: Jacob Zuma ganha anualmente, por exemplo, pouco mais de 2.200.000, 00 randes, qualquer coisa como cerca de 7.700.000, 00 meticais, ou seja, cerca de cinco vezes mais que Armando Guebuza. Mas há que ter em conta que aquilo que a África do Sul produz em uma semana,
Moçambique produz em um ano.
Sendo a informação sobre os salários e regalias destes titulares de interesse público, uma vez suportados pelo bolso do cidadão, partilhámo-la, neste artigo, com os leitores do SAVANA.
Sobre os salários do PR O PR ganha, num ano, 1.596.600,00 meticais em salários, o que
significa que, mensalmente, o mais alto magistrado da nação ganha 133.050,00 meticais. Em cinco anos, período para o qual foi eleito, a 28 de Dezembro de 2009, Armando Guebuza ganharia perto de oito milhões de meticais (7.983.000,00), se o seu salário actual fosse mantido inalterável.
No seus salários mensais, o PR, ministros, vice-ministros e governadores provinciais descontam sete por cento para compensação de aposentação, dois por cento para assistência médica, 0.5 por cento para despesas de funeral, mais o IRPS
(Imposto de Rendimento de Pessoas Singulares), cuja percentagem varia em função da situação fiscal de cada um.
Entre 1 de Abril de 2008 e 31 de Março de 2009, o PR tinha um salário mensal de 107.299,00 meticais. Em sede da última revisão salarial para os funcionários e agentes do Estado, o PR beneficiou de um incremento de 24 por cento, razão por que aufere, neste momento, o valor retromencionado (133.050,00 meticais).
Já o PM, neste caso Aires Ali, recentemente nomeado e empossado, passará a “facturar” mensalmente, nestas novas funções, 115.295,68 meticais. Em 12 meses, ele ganhará 1.383.540, 20 meticais, o que nos leva a inferir que, se se mantiver nestas funções durante os 60 meses do mandato do PR, auferirá aproximadamente sete milhões de meticais (6.917. 740,80 meticais).
Entre Abril de 2008 e Março de 2009, Aires Ali tinha, nas suas anteriores funções de ministro da Educação e Cultura, 71.533, 00 meticais mensais, antes de descontar para a aposentação (sete por cento), assistência médica (dois por cento), despesas de funeral (0.5 por cento) e para o IRPS. Com o último incremento, o seu salário
passara para 88.700, 92 meticais/mês.
Guebuza no “topo”
O PR é o mais bem pago colaborador do Estado – não incluímos, obviamente, os Presidentes dos Conselhos de Administração de empresas públicas, ganhando, alguns deles, 30 mil dólares norteamericanos mensais, ou seja, 900 mil meticais – seguindo-se-lhe a Presidente da Assembleia da República – Verónica Macamo [Ndlovu]
– e o PM, que auferem o mesmo salário mensal (115. 295, 68 meticais).
Quanto aos 28 ministros recentemente nomeados e empossados, dizer que cada um deles aufere, mensalmente, o que o PM ganhava antes de ser promovido, ou seja, 88.700, 92 meticais. Num ano de actividades, cada ministro ganhará pouco mais de um milhão de
meticais (1.064.411, 00 meticais).
Mensalmente, o Estado desembolsa 2.483.625, 80 meticais para pagar salários aos ministros; num ano, os 28 ministros custarão aos bolsos dos cidadãos 29.803.508, 00 meticais, o que totalizará, em cinco anos, cerca de 150 milhões de meticais (149. 017.590, 00 meticais).
De referir que não existe nenhuma diferenciação entre os salários dos ministros, em função, por exemplo, do nível académico de cada um, termos em que um ministro que possua somente o ensino básico ganha o mesmo que aquele que tenha feito o doutoramento.
À semelhança dos ministros, os juizes conselheiros do Tribunal Supremo (TS) e do Tribunal Administrativo, os reitores da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Universidade Pedagógica (UP), Universidade Lúrio (UniLúrio) e Universidade Zambeze
(UniZambeze), director-geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), procurador-geral adjunto e chefe da Casa Militar auferem, mensalmente, 88.700, 92 meticais.
Sobre os “vices” e governadores
Os vice-ministros também possuem razões para sorrir: cada um aufere 70.960, 24 meticais/mês. Num quinquénio, ou seja, em 60 meses, cada ʻviceʼ que se mantiver no posto ganhará 4.257.614, 40 meticais. Os 23 vice-ministros recentemente nomeados e
empossados ganharão, juntos, perto de 100 milhões de meticais em
cinco anos (97. 925.131, 00), na nula possibilidade de os honorários
serem mantidos até lá.
Antes do aumento de 24 por cento operado em Abril do ano transacto, cada vice-ministro auferia, em termos brutos, 57.226, 00 meticais/mês. Na mesma escala salarial com os vice-ministros encontram-se os conselheiros do PR, os vice-reitores da UEM, UP, UniLúrio e da UniZambeze, o director-geral adjunto do SISE, o chefe
do Estado Maior General das FADM (Forças Armadas de Defesa de Moçambique) e o comandante-geral da PRM (Polícia da República de Moçambique).
O governador provincial, por seu turno, tem um salário mensal bruto de 62.090, 52 meticais. Em cinco anos, cada governador ganha 3.725.431, 20 meticais, o que significa que, anualmente, um governador ʻfacturaʼ 745.086, 24 meticais. Pelos 11 governadores juntos, o Estado desembolsaria 40.979.743, 00 meticais em cinco
anos, se o actual salário fosse mantido até ao fim do mandato.
Antes da última actualização em 24 por cento, o governador provincial tinha um salário mensal de 50.073, 00 meticais. De referir que o embaixador extraordinário e plenipotenciário e o inspector do Estado possuem o mesmo salário que os governadores provinciais.
Quando somado, o que Armando Guebuza e sua equipa recentemente nomeada e empossada – PM, 28 ministros, 23 ministros e 11 governadores provinciais – ganhariam em cinco anos, só de salários, e na remota possibilidade de os ordenados actuais serem mantidos até ao fim do quinquénio, totalizaria 301. 481.340,
00 meticais.
Para acumular o que o PR ganha num ano – 1.596.600, 00 meticais –, quem aufira o mais baixo salário na função pública, fixado em 2.345, 00 meticais, precisaria de trabalhar 57 anos, sem usar nenhum tostão do que aufere mensalmente. Um trabalhador do ramo de construção que se encontre na mesma situação (1.909,00 meticais/mês), precisaria de trabalhar 70 anos...
As regalias de Guebuza e sua equipa
Além de salários, Armando Guebuza e sua equipa possuem regalias, de entre as quais se destacam o valor que lhes é disponibilizado para as despesas de representação, para empregados domésticos, telefone fixo e água e luz. Aliás, o PR, o PM e os governadores não possuem tectos, diferentemente do que sucede com os ministros, vice-ministros e governadores provinciais.
Mensalmente, um ministro tem 22.393,00 meticais para despesas de representação, 3.101,00 meticais para empregados domésticos, 4.455,00 meticais para telefone fixo e 2.473,00 para água e luz. Em termos de regalias, o vice-ministro está na mesma posição com o ministro.
Estes são, de resto, os dados constantes da “Tabela B”, também anexa ao não publicitado e/ou tornado público despacho presidencial que aprova salários e regalias para ʻfiguras da eliteʼ governamental e estadual.
Fora do que consta da “Tabela B”, os ministros e vice-ministros possuem tantas outras regalias, como seja viaturas de campo e familiar e respectivo combustível, assistência médica e medicamentosa em clínicas privadas, telefone celular, e por ai além.
Há três anos, um jornal moçambicano reportou gastos em telemóvel da ministra do Trabalho, Helena Taipo, que ultrapassaram, num desses meses, os 100 mil meticais.
Em 60 meses, cada ministro e cada vice-ministro recebe, de regarias referentes a despesas de representação, empregados domésticos, telefone fixo e água e luz aproximadamente dois milhões de meticais (1.945.320, 00 meticais). Em cinco anos, os 28 ministros e 23 ministros custariam aos cofres de Estado somente com estas
quatro ʻlinhasʼ de regalias, cerca de 100 milhões de meticais
(99.211.320, 00).
Na mesma escala com os ministros e vice-ministros no tocante a regalias, se encontram os presidentes do Tribunal Supremo, do Tribunal Administrativo e do Conselho Constitucional, mais os [seus] juizes conselheiros. O PGR e o seu vice e adjuntos, os reitores das universidades públicas e seus vices, o chefe da Casa Militar, o director-geral do SISE, o chefe do Estado Maior General das FADM e
o comandante geral da PRM têm direito ao mesmo bolo.
Os que constam da “Tabela C”, de entre os quais se destacam o inspector e o secretário do Estado, o adido de imprensa do PR, o reitor e vice-reitor do Instituto Superior de Relações Internacionais, reitor e vice-reitor da Academia Militar e o presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa têm de regalias mensais 18.916, 00 meticais para “representação”, 2.041,00 para empregados domésticos, 3.850,00 para telefone fixo e 1.900, 00 para água e luz.
Os interesses empresariais dos ʻnovosʼ ministros (1)
Quase todos os ministros que recentemente iniciaram funções possuem interesses empresariais em diversas áreas. Os irmãos Fernando Sumbana Júnior, ministro do Turismo, e António Sumbana, ministro na Presidência para os Assuntos da Casa Civil, são os que mais participações têm. A ministra da Função Pública, Vitória Diogo,
não fica para trás, tendo, pelo menos numa das empresas, a sua irmã Luísa Diogo como sócia, e noutra a firma de construção civil Teixeira Duarte. Nesta edição, damos a conhecer os interesses empresariais de seis membros do Governo, nomeadamente Aires Ali, Vitória Diogo, António Sumbana, Fernando Sumbana e Cadmiel Mutemba.
As empresas de Aires Ali O actual Primeiro-Ministro (PM) de Moçambique registou uma das suas empresas – a Makala Investimentos, SA – em Agosto do ano passado, quando ainda desempenhava as funções de ministro da Educação e Cultura. A Makala Investimentos, SA tem por objecto a mineração e a exploração de outros recursos minerais. Alexandre Luís Comé e Augusto Alberto da Silva Chirindza são os dois sócios
de Aires Ali nesta empresa.
O sucessor de Luísa Diogo possui ainda interesses no “Grupo Minthlholo, Limitada”, que tem como objecto a feitura de estudos de viabilidade ambiental; o desenvolvimento da economia; o incentivo ao investimento do capital estrangeiro e nacional para a implantação de projectos na mesma área, zona e fora; plantio de árvores para a protecção do meio ambiente; construção de condomínios para férias
familiares, construção de lodges, campos de mini-golfe e outras facilidades de entretenimento, podendo explorá-las, arrendá-las ou vendê-las; exploração na área do turismo e comércio.
No “Grupo Minthlholo, Limitada”, Aires Ali tem como parceiros Augusto Alberto da Silva Chirindza – com quem está também na “Makala Investimentos, SA” – e Richard Philips.
O PM do nosso país está ainda na “AV Sociedade de Desenvolvimento, Limitada”, que tem como objecto o investimento directo e gestão de empresas agro-pecuárias, minerais, industriais, comerciais, turismo e de prestação de contas; e detenção de
participações no capital social, sob a forma de acções ou quotas, de
sociedades agro-pecuárias, minerais, industriais, comerciais, turismo
e de prestação de serviços. Aqui, Aires Ali tem como sócio Manuel
Francisco Martins Vieira.
No sector da educação, Aires Ali é sócio do “Instituto Edulândia, Limitada”, cujo objecto é o ensino pré-primário e primário, ocupação educativa de tempos livres; pesquisa nas áreas sócio-educacional e educação e desenvolvimento; e formação profissional, em áreas de formação em serviço de professores primários e formação de
formadores.
São parceiros do PM no “Instituto Edulândia, Limitada” Carmen Maria Dias de Medeiros Zucula, Maria Odete Sol Carvalho, Thierry Daniel Michel Le Noan, Aurélio António Nunes Rocha, Ana Filipe José Passos, Rénee Muriel Visser, Mário Souto e Cristina Lino Sanches.
Os interesses empresariais de Aires Ali não param por aqui. Ele possui ainda uma firma familiar, denominada “Fazenda Aly, Limitada”, com sede em Lichinga, capital da província do Niassa, de que foi governador entre 1994 e 1999, que tem como objecto social o desenvolvimento de actividades agro-pecuárias, comerciais e industriais; exploração de qualquer outro ramo de actividade sócio económica; e investimento directo de gestão ou participação no capital social de outras sociedades comerciais ou industriais, constituídas ou a constituir, no país ou no estrangeiro.
A “Fazenda Aly, Limitada” explora uma farma localizada em Chilapitangongo, no distrito de Sanga, província do Niassa, e outra em Ntoto, arredores da cidade de Lichinga, na qual se cria gado bovino.
Aires Ali está também no “Niassa Trading, Limitada”, que tem como objecto social o exercício do comércio geral; a exploração de qualquer outro ramo de comércio e indústria; investimento directo de gestão ou de participação no capital social de outras sociedades; e promoção da associação de investimentos nacionais ou estrangeiros em empreendimentos nacionais.
Vitória Diogo com a “Teixeira Duarte”
A reconduzida ministra da Função Pública, Vitória Diogo, é sócia da “TDGI – Tecnologia de Gestão de Imóveis, Limitada”, na qual tem como parceira a empresa de construção civil “Teixeira Duarte”, de capitais portugueses. Vitória Diogo detém 20 por cento do capital social, tendo a firma de construção civil 80 por cento.
A “TDGI” tem como objecto social a prestação de serviços na área de planeamento; gestão e manutenção de instalações; e prestação de serviços nas áreas de gestão de projectos, obras e empreendimentos imobiliários e de gestão global de empresas.
A ministra da Função Pública está ainda na “Kumera, Limitada”, na qual tem como parceira a sua irmã Luísa Diogo, ex-PM de Moçambique. Esta empresa tem como objecto social a aquisição de participações sociais em quaisquer outras sociedades ou entidades e gestão de participações; associação com outras empresas jurídicas;
prestação de serviços de consultoria e assistência técnica; e exploração
nas áreas de agro-indústria, hotelaria e turismo. A Kumera,
Limitada é também sócia da Ufulo Tete, Limitada, firma onde
Mariano de Araújo Matsinha (veterano da Luta de Libertação Nacional), Teresa Samilari Romão Tembo, David Ngoane Marizane (actual governador do Niassa) e Sérgio José Camunga Pantié, detêm acções. Pantié é actualmente secretário para a organização na Frelimo e antes de chegar a este cargo era director provincial de Trabalho em Tete.
A Ufulo Tete tem por objecto social a promoção directa ou participando em parcerias, no desenvolvimento de infra-estruturas no país, em particular na província de Tete. A sociedade poderá ainda exercer quaisquer actividades comerciais ou conexas, complementares ou subsidiárias às suas actividades principais, desde que legalmente autorizadas e a decisão aprovada pela Assembleia Geral.
“Mulher e Investimentos, SARL” é outra empresa na qual Vitória Diogo possui interesses. Constitui objecto social desta sociedade o processamento, conservação e distribuição de produtos agrícolas; limpeza de edifícios, viaturas e vias públicas; produção e comercialização de flores; e manutenção de jardins públicos e privados.
São sócias de Vitória Diogo nesta empresa Argentina Efraime Taímo, Maria Ângela Penicela Nhambiu Kane, Elsa Maria Elias da Câmara Jonas, Carla Olívia Cangela de Mendonça, Gertrudes Ilda Estevão Buque, Isabel Cristina Pedro Filipe, Ana António Xerinda Tembe, Edna Augusto André Andate de Namitete e Maria Helena Paulo.
Sobre os irmãos Sumbana
Os irmãos António Correia Fernandes Sumbana (ministro na Presidência para os Assuntos da Casa Civil) e Fernando Sumbana Júnior (ministro do Turismo) estão juntos em várias empresas. Numa delas – a “Águia – Empreendimentos e Participações, Limitada” –, António Sumbana tem como sócios o Presidente da República,
Armando Guebuza, e o ministro das Obras Públicas e Habitação,
Cadmiel Mutemba. Outros sócios são Matias Zefanias Boa e Moisés
Rafael Massinga.
A “Águia” tem como objecto social participações em empreendimentos industriais, comerciais, agrícolas e turísticos; gestão de participações; e prestação de serviços nas áreas industriais, comerciais, agrícolas e turísticas.
Na “Yaka Construções, Limitada”, que tem como objecto o exercício de actividades de construção civil, os irmãos Sumbana tem como parceiros Adriano Fernandes, ele também Sumbana, e Manuel Fernandes Arede.
Fernando Sumbana Júnior e António Correia Fernandes Sumbana estão ainda conectados na “FFF, Limitada”, que tem como objecto social a gestão de propriedade imobiliária, turística, parques industriais, construções, bem como o exercício de toda e qualquer
actividade afim; o exercício do comércio geral, compreendendo importação, exportação, comissões, consignações e agenciamentos;
representação comercial de entidades estrangeiras em território nacional ou no estrangeiro; investimento directo, gestão e participação noutras sociedades.
A ligação entre os irmãos Sumbana na “FFF, Limitada” consumouse através da associação entre “Final – Financiamentos, Investimentos, Agenciamentos, Limitada”, de António Sumbana e filhos e o próprio Fernando Sumbana Júnior, este como pessoa singular.
Estes dois irmãos, que voltaram a merecer a confiança de Armando Guebuza, que também é seu parceiro empresarial, estão igualmente juntos na “Mbatine & Filhos, Limitada – Empresa de Investimentos e Participações”, que tem como objecto social a comercialização e prestação de serviços; comércio geral; representação comercial de entidades estrangeiras em território nacional ou no estrangeiro; e investimento directo, gestão ou participação no capital social de outras sociedades industriais.
Também na “Jameta Sucessora, Limitada”, cujo objecto social é o fabrico de caixilharia mecânica, caixilharia em alumínio, carrinhas de mão, fogões a carvão e lenha, chapas de zinco industriais e normais, montagem de divisórias e montras em alumínio e ferro, os irmão Sumbana estão ʻligadosʼ. Outro sócio é Adriano Fernando Sumbana. António Sumbana é ainda sócio da “Macmillan Mozambique, Limitada”, cujo objecto social é a publicação, distribuição e venda de livros e outras publicações, incluindo outras actividades conexas e afins; da “Sun – View, Limitada”, tendo como parceiros Manuel Albino Sive, Colin Garfield Page Taylor e Mark Meiring, cujo objecto
social gira entre consultoria, prestação de serviços, intermediação imobiliária e outras actividades; da “SIESTA – Fábrica de Móveis e Colchoaria, Limitada”, cujo objecto social é o fabrico de colchões de mola e de esponja, divã de ferro e madeira, “todo tipo” de mobiliário de madeira e de mobiliário hospitalar; da “Tata de Moçambique, Limitada”, cujo objecto compreende, de entre outros, a importação,
exportação e venda de viaturas.
Os interesses de António Sumbana passam também pela “MOZIC– Cerâmicas Industriais de Moçambique, Limitada”, onde tem como parceiros a Fundação Lurdes Mutola, Macame Bruhane Macame, Vitor Zacarias e Américo Magaia. Esta sociedade tem como objecto
a promoção, investimento e gestão de unidades industriais, em especial na produção e comercialização de artigos de cerâmica. O seu irmão Fernando Sumbana está igualmente na “Zenha, Limitada”, na “PROLOCAl – Sociedade de Produção de Materiais de
Construção e Obras, Limitada”, na “Credicoop” e na “Pastelaria Versalhes”.
Cadmiel Mutemba
Os interesses empresariais do actual ministro das Obras Públicas compreendem, como referimos atrás, a “Águia – Empreendimentos e Participações, Limitada” –, onde tem como parceiros Armando Guebuza, António Sumbana, Matias Zefanias Boa e Moisés Rafael
Massinga.
Mutemba está igualmente na “Sociedade Orizícola de Gaza”, na qual tem como sócios Cardoso Muendane e Miguel Mondlane; o seu objecto é a prática da agricultura, a transformação industrial do arroz e de outros cereais, o fomento agrícola, o turismo, a importação e exportação e a participação em sociedades a constituídas ou a
constituir.
Cadmiel Mutemba é também sócio da “Moçambique Multimédia, SARL”, cujo objecto social compreende a realização de investimentos nas áreas de comunicação social, agências de publicidade e marketing, pesquisas de opinião, estudos de mercado,
serviços de apoio à área de projectos, formação profissional, tipografia,
impressão e litografia, importação e exportação de bens e serviços. Seus parceiros são o seu colega Fernando Sumbana Júnior, Teodato Hunguana, Apolinário Panguene, Mariano Matsinha e Eduardo Magaia.
Nos últimos quatro/cinco anos, Cadmiel Mutemba deixou de constar, pessoalmente, em pactos de sociedades comerciais, mas, em termos indirectos, pode-se afirmar que as suas ʻacçõesʼ prosseguem; o seu filho Celso Cadmiel Mutemba possui interesses
em muitas firmas, de entre as quais se destacam a “Top Tours, Viagens, Serviços e Turismo, Limitada”, “Oaktree Investimentos”, “Mulol Marketing”, “Enersol, Limitada”. Estas empresas operam nos sectores imobiliário, tecnologias de informação, importação, exportação e comercialização e turismo.
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