Tuesday 5 January 2010

CASA BRANCA

GABINETE DO SECRETÁRIO DE IMPRENSA
Para publicação imediata 29 de Dezembro de 2009

DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE SOBRE INFORMAÇÕES PRELIMINARES DAS SUAS CONSULTAS EM CURSO SOBRE O INCIDENTE DE DETROIT

Base Naval de Kaneohe Bay
Kaneohe, Havai

11:26 HAST
O PRESIDENTE: Bom dia. Ontem informei o povo Americano sobre as medidas imediatas que tomámos – o controlo mais minucioso e a segurança das viagens aéreas – para manter o nosso país protegido, na sequência da tentativa de ataque terrorista no Dia de Natal. E anunciei duas avaliações: uma avaliação do nosso sistema de lista de observação de terroristas e outra avaliação do nosso sistema de controlo, para que possamos determinar o que falhou, corrigir isso e evitar ataques futuros.
Essas avaliações começaram no domingo e estão em curso agora. Hoje cedo dei directivas para essas avaliações e instruções para que as conclusões preliminares sejam comunicadas à Casa Branca até esta quinta-feira. É essencial que façamos o diagnóstico dos problemas rapidamente e os resolvamos imediatamente.
As avaliações e recomendações mais abrangentes e formais ficarão concluídas nas próximas semanas e estou empenhado em trabalhar com o Congresso e os nossos serviços de inteligência, forças da ordem e serviços de segurança interna para tomar todas as medidas necessárias para proteger o nosso país.
Queria falar de novo ao povo americano hoje porque algumas informações preliminares, que surgiram nas últimas 24 horas, causam algumas preocupações sérias. Foi amplamente divulgado que o pai do suspeito no incidente do Natal avisou responsáveis americanos em África sobre as ideias extremistas do seu filho. Agora, parece que há semanas que esta informação foi transmitida a uma componente dos nossos serviços de inteligência, mas não foi divulgada eficazmente de modo a ter o nome do suspeito na lista “proibido voar”.
Parece que também há outras deficiências. Mesmo sem esta informação, houve fragmentos dispersos de informação nos serviços de inteligência que deviam ter sido associados. Fizemos muito desde o 11 de Setembro em termos de recolha de informação relativa a terroristas e potenciais ataques terrorista. Mas está a tornar-se claro que o sistema que existe há anos, agora não se encontra suficientemente actualizado para aproveitar plenamente as informações que recolhemos e os conhecimentos que temos.
Se esta informação essencial tivesse sido comunicada, podia ter sido compilada com outras informações e teria surgido uma ideia mais completa do suspeito. Os sinais de aviso teriam emitido alertas vermelhos e o suspeito nunca teria sido autorizado a entrar nesse avião para a América.
O profissionalismo de homens e mulheres nos nossos serviços de inteligência, combate ao terrorismo e aplicação da lei é extraordinário. São alguns dos americanos mais esforçados, mais dedicados que eu jamais encontrei. Em busca da nossa segurança aqui no país eles põem em risco as suas vidas todos os dias, neste país e em todo o mundo.
Poucos americanos vêem o seu trabalho, mas todos os americanos estão mais protegidos devido aos seus sucessos. Eles identificaram e apanharam extremistas violentos, desmantelaram conspirações e salvaram inumeráveis vidas americanas, estão a fazer progressos reais e diários na nossa missão de destruir, desmantelar e derrotar a Al Qaeda e outras redes extremistas em todo o mundo. E por isto, cada americano deve-lhes uma gratidão profunda e eterna.
Além disso, como afirmou a Secretária Napolitano, quando o suspeito tentou abater o voo 253, os passageiros e a tripulação, os nossos sistemas de segurança interna e a nossa segurança da aviação tomaram todas as medidas apropriadas. Mas o que também é evidente é o seguinte: quando o nosso governo tem informação sobre um extremista conhecido e essa informação não é transmitida nem é tomada qualquer medida, tal como devia ter sido feito, e um extremista toma um avião com explosivos perigosos que podiam ter tirado cerca de 300 vidas, é porque ocorreu uma falha no sistema. E considero que isso é totalmente inaceitável.
As avaliações que mandei fazer certamente que nos dirão mais. Mas o que já é evidente é que houve um misto de falha humana e do sistema que contribuiu para esta potencialmente catastrófica quebra de segurança. Temos que aprender com este episódio e actuar rapidamente para corrigir os defeitos no nosso sistema, porque está em jogo a nossa segurança e estão em jogo vidas.
Eu compreendo que, mesmo quando todas as pessoas encarregues de garantir a nossa segurança fazem aquilo para que foram treinadas, mesmo quando o sistema funciona exactamente como previsto, ainda não há 100% de garantias de sucesso. Contudo, isto só deve levar-nos a trabalhar ainda mais, a ser ainda mais inovadores e incansáveis nos nossos esforços.
Como Presidente farei tudo ao meu alcance para apoiar homens e mulheres nos serviços de inteligência, forças da ordem e segurança interna de modo a ter a certeza de que dispõem das ferramentas e dos recursos de que precisam para manter a América segura. Mas também faz parte das minhas funções assegurar que os nossos sistemas de inteligência, forças da ordem e segurança interna e as pessoas que trabalham nos mesmos o façam de forma eficiente e sejam responsabilizadas. Tenciono assumir essa responsabilidade e insistir na responsabilização a todos os níveis.
Esse é o estado de espírito que norteia a nossa análise à tentativa de ataque no dia de Natal. Esse é o estado de espírito que norteará os nossos esforços nos dias e anos futuros.
Muito obrigado.
Barack Obama

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