Tuesday 8 December 2009

ECOS DO DEBATE SOBRE PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS PROMOVIDO PELO CEMO NA ULTIMA SEXT FEIRA, NO HOTEL VIP

Para promoção de Pequenas e Médias Empresas

Governo anuncia abolição de inspecções desnecessárias

Maputo (Canalmoz) – Depois das constantes reclamações por parte dos investidores e empresários, sobre inspecções consideradas desnecessárias que os sufocavam, o Governo moçambicano acaba de anunciar a abolição das diferentes equipas de inspecções nas empresas.
Esta informação foi avançada pela Directora do Instituto de Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME), Odete Tsamba, que disse que a medida visa diminuir as barreiras que existem para as Pequenas e Médias Empresa (PMEs). Assim, a inspecção será feita por uma única instituição ou equipa que provavelmente estará ligada ao IPEME.
Refira-se que as inspecções que têm vindo a ser consideradas “sufocantes” por parte dos empresários, são as de diferentes instituições do Estado. Por exemplo, numa dada empresa é comum que os diferentes Ministérios façam inspecções que até certo ponto chegam a ser consideradas desordenadas e confusas. A inspecção é feita por 14
instituições.
“Queremos melhorar a inspecção, padronizando-a, passando a mesma a ser feita por uma única equipa que será do IPEME. Já não teremos situações em que a inspecção será feita por vários ministérios dependendo de actuação ou ramo da empresa. Agora o processo será mais simples” disse aquela dirigente.
Disse que as estratégias do IPEME estão definidas de modo a que os empresários se sintam acompanhados pelo Governo, sendo um dos meios possíveis, a monitoria na elaboração de planos projectos empresariais.
Segundo a fonte que igualmente comunga da opinião de que é preciso eliminar algumas barreiras que impedem o investimento, pretende-se padronizar e profissionalizar as equipas de inspecções de modo a que seja uma única a responsável para o efeito.
Num outro desenvolvimento, a fonte disse que o IPEME pretende levar a cabo um trabalho de classificação das Pequenas e Médias Empresas com vista a elaborar um plano de acção dirigido, isto é, através de uma classificação já se pode identificar os problemas e as dificuldades que cada PME atravessa. “Pretendemos desenvolver mecanismos que visem a atracção dos operadores informais para formalização, de modo a que as pessoas possam competir em pé de igualdade com outros operadores”, disse.

O que é IPEME?

O Instituto para Promoção da Pequenas e Médias Empresas é um dos braços do Governo, particularmente do Ministérios da Indústria e Comércio (MIC), e surge no âmbito das actividades do Governo que cria instituições ou mecanismos que representem o Governo junto das empresas.
O Instituto foi criado há sensivelmente dez anos, e pretende, segundo a própria directora, servir como elo de ligação entre o Governo e os empresários. Neste momento, segundo disse Tsamba, o Instituto está a fazer auscultação e colher contribuições junto dos empresários e a encetar diálogo permanente com o sector privado de modo a que as estratégias de acção do mesmo possam ir de encontro aos problemas das empresas. “O nosso maior objectivo é apoiar os empresários”.

PMEs não são competitivas

De acordo com a directora do IPEME, as pequenas e médias empresas têm uma relevância incalculável ao totalizarem cerca de 98,6 porcento das operadoras. Porém, não satisfazem as expectativas que giram à volta delas. Isso porque, segundo disse, as pequenas e médias empresas, apresentam baixa produtividade laboral e pouca competitividade, facto que faz com que as mesmas constituam uma barreira ao crescimento económico nacional.
Acrescentou que as mesmas não têm acesso ao crédito (problema que será sanado brevemente pelo IPEME) e têm problemas de capacidade técnica e de gestão (mas se prevê que o instituto leve a cabo actividades de capacitação).

Fundos e projectos de incentivo às PMEs

Segundo anunciou Odete Tsamba, o Instituto prevê ainda levar a cabo actividades conjuntas a médio e curto prazo, com vista à facilitação da geração de empreendimentos através de projectos de Incubação industrial/empresarial (ex: Machava) e Incentivos, com disponibilização de informação sobre oportunidades e ambiente de negócios.
No capítulo da Capacitação Técnica de empresas existentes espera-se que o instituto desenvolva projectos de Formação, de técnica, gestão e relacionamento com bancos. Quanto ao financiamento, segundo anunciou Tsamba, prevê-se a implementação de um Projecto de apoio à Competitividade orçado em USD 25 milhões. Já o atendimento personalizado ao empresário, visa planos de negócio, identificação e solução de problemas específicos. Na facilitação do acesso ao crédito existem Fundos de garantia/co-garantia (USD 8,75 milhões).

(Matias Guente)

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