Tuesday 3 November 2009

Entrevista com Michael Battle, Embaixador americano na União Africana

Missão dos EUA Na União Africana Mostra Empenhamento em África

Por Charles W. Corey
Redactor

Washington – Os Estados Unidos foram o primeiro país não africano a nomear um embaixador a tempo inteiro na União Africana (UA) e isso demonstra a importância que o povo dos Estados Unidos atribui à sua parceria com o povo de África, afirma o Embaixador americano na União Africana, Michael Battle.

Numa entrevista a 26 de Outubro ao America.gov, Battle disse que a Missão dos Estados Unidos na União Africana é “muito significativa” por duas razões. Primeiro, demonstra que o governo americano considera a União Africana muito importante para o desenvolvimento da sua política relativa ao continente africano.

Segundo, o Presidente Obama e a Secretária de Estado Hillary Rodham Clinton consideram que a África “tem capacidade para se exprimir a uma só voz sobre questões continentais, como faz a União Europeia acerca de questões que afectam a Europa”.

Quando a UA deixar as preocupações imediatas com a paz e a segurança na Somália e no Sudão, estará livre para concentrar a sua atenção na integração económica, em questões de saúde e sociais que afectam o continente, disse Battle.

“Muito tempo da UA é dedicado à paz e à segurança por causa das crises que o continente enfrenta. Aguardo com ansiedade o dia em que o continente deixe de estar orientado para catástrofes e crises e possa dedicar-se ao seu desenvolvimento a longo prazo, papel e interacção com a comunidade mundial”, declarou ele.

Battle afirmou que a União Africana e a missão dos EUA estão interessadas em promover a paz e a segurança regionais em todo o continente, em especial em pontos quentes como a Guiné, aonde tropas da Guarda Presidencial alegadamente abriram fogo e mataram mais de 150 manifestantes a favor da democracia e feriram mais de 1.200. Os militares são também acusados de violarem brutalmente as mulheres que se manifestavam e espectadoras. (Ver “Violência na Guiné uma Grave Violação dos Direitos Humanos, Diz Clinton”).

[Os Estados Unidos exortaram o Capitão Dadis Camara e a junta no poder a reconhecer que não podem ficar no poder e devem deixar o povo da Guiné escolher os seus próprios governantes. Também exortaram a junta a cumprir a sua promessa de realizar eleições livres, justas, oportunas e transparentes que garantam o regresso à estabilidade, ao progresso económico e à democracia].

Battle declarou que tem estado em contacto estreito com o embaixador americano na Guiné para dar a conhecer a opinião dos EUA na UA. Contudo, ele acrescentou que os Estados Unidos estavam satisfeitos porque e União Africana e a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) tinham ambas lançado um “forte apelo” à realização de eleições livres, justas e democráticas na Guiné.

A 26 de Outubro nas Nações Unidas, a representante permanente dos EUA nas Nações Unidas, Embaixadora Susan Rice, elogiou a União Africana e os esforços dos países africanos na manutenção da paz por todo o continente. (Ver “Embaixadora Rice sobre o Apoio dos EUA às Forças de Manutenção da Paz da União Africana”).

A União Africana é também importante para os Estados Unidos porque o continente africano enfrenta muitas das questões importantes que o mundo irá enfrentar no futuro, segundo Battle. Uma delas é a segurança alimentar. Essa questão é mais importante em África do que em qualquer outra parte do mundo porque tem havido uma grande falta de alimentos em África e também porque há uma abundância de terras que deviam ser cultivadas.

“Temos que reforçar a capacidade da União Africana através de tecnologia agrícola para cultivar terras, como noutras partes do mundo. O nosso objectivo é tentar incentivar o tipo de tecnologia agrícola para cultivar terras no continente que permita que a África não só se alimente a si mesma, mas também possa exportar alimentos para outras partes do mundo”, disse Battle.

A missão dos EUA na União Africana está a “colaborar” a fim de ajudar a África a resolver esse problema. Outras questões preocupantes para África e o mundo são: energia e petróleo; alterações climáticas; e integração de políticas económicas sólidas em todo o continente africano, acrescentou.

“Agora há cinco regiões diferentes no continente, cada uma com as suas próprias políticas. O que a União Africana está a incentivar fortemente é o desenvolvimento dum conjunto de políticas económicas, que possam ser utilizadas em todo o continente para facilitar um maior comércio e troca de produtos no continente”.

Segundo Battle, isso é importante “porque se pode ir de um país africano para outro e pagar três ou quatro tarifas diferentes simplesmente para comercializar produtos. Uma abordagem económica agilizada, integrada, funcionará muito melhor”.

A União Africana e a missão americana também estão a dar atenção a questões de saúde como o VIH/SIDA, a malária e outras questões sanitárias, que muitas vezes resultam da pobreza e privação.

Battle, que foi nomeado pelo Presidente Obama, disse que é agora o terceiro embaixador americano na União Africana e chefia uma missão diversificada, preocupada com uma vasta gama de questões incluindo desenvolvimento, resolução de conflitos, democracia e assistência eleitoral, o Comando África dos EUA (Africom) e a Missão da União Africana na Somália (Amisom).

Antes de ser embaixador, Battle foi presidente dum consórcio de seis seminários teológicos em Atlanta e antigo vice-presidentes do Comité Americano para África, também conhecido por African Action.

Admirador de longa data do Presidente Obama e da Secretária Clinton, Battle declarou “Ser embaixador dos Estados Unidos na União Africana dá-me a oportunidade de trabalhar com e para pessoas que demonstraram excelência absoluta e dedicação absoluta ao povo de África”.

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