Leopoldo ou Leopardo?
“Vivemos num mundo onde precisamos de nos esconder para amar, enquanto a violência é praticada em plena luz do dia.” John Lennon
Será que está desenquadrado este dizer com a realidade que se vive neste meu Moçambique? Creio que não, porque nesta pátria só tem o paraíso quem mata, quem rouba, quem passa por cima da lei, em fim quem comete desmandos inadmissíveis para uma sociedade saudável.
Em contra partida os que amam esta pátria, e tudo fariam por um Moçambique melhor, tem os seus sentimentos bicudos por dentro, com medo de um regime maquiavélico que não se compactua com as verdades dos factos protagonizados pelos associados políticos militares.
Apesar das intimidações, sentimos neste país o pulsar do emergir de jovens políticos e democratas, que no meu entender limpariam com a sua Lixivia a nódoa provocada por políticos caducos já sem ideias e para não se desprenderem do poder tornaram-se retrógrados e continuam parados em 1975 e outros ainda em 1992.
Este é o quarto ano eleitoral e o órgão do processo é dirigido por um suposto doutor como nos outros tempos tínhamos reverendos dos diabos a dirigir o processo. Não digo que não tem capacidades para dirigir ou melhor conduzirem as cerimónias democráticas. Mas pelo comportamento e atitude tanto os reverendos bem como o doutorzinho provam com A +B que são uma tamanha encomenda de quem ainda tem ganância e quer se manter no poder. Como diria Custodio Duma “Reivindicar títulos academicamente ganhos só mostra a nossa burrice. E acrescenta: “ quanto mais estuda e descobre o mundo o ser humano mais descobre que não sabe nada.”
Será que sou eu a negar o título académico de Leopoldo da Costa ou é o próprio doutor a fugir dos paradigmas académicos com a sua atitude selvática. Assim sendo, a minha singela preocupação consiste em questionar: em virtude da irracionalidade e táctica animalesca com que tem manipulado o processo eleitoral, da para chama-lo doutor Leopoldo ou um selvagem Leopardo?
Este comportamento do doutor Leopoldo, é um daqueles produtos psicoactivos que levam os seres a um estado emocional frustrante. É pena que Moçambique não é Guine Conacri, porque senão até hoje o famoso Conselho Constitucional estaria de pernas para o ar.
Eu não consigo perceber como é que um académico consegue ser tão inóspito ao seu intelecto ao ponto de se equiparar a um gatilho que aceita ser manipulado e do cano se ouve “bum.”
Se é que ainda lhe sobra um senso intelectual, não seria melhor demitir-se embora já tenha vendido o pluralismo em benefício de um complô de amigos de maus hábitos políticos e que de democracia nada tem.
Para sermos democratas precisamos no mínimo conhecer o conceito mais elementar da democracia e viver essa mesma democracia; mas aqui eu vou recordar aos antidemocratas sobre a génese da democracia.
Democracia significa: Governo do povo, Soberania popular. Doutrina ou regime politico baseado nos princípios de soberania popular e da distribuição equitativa do poder, ou seja, regime de governo que se caracteriza, em essência, pela liberdade eleitoral.
Viu só, senhor Leopoldo?
Onde está a liberdade eleitoral? Se o senhor e os seus senhorios tiraram essa liberdade ao povo de escolher livremente aqueles quem acham que são capazes de prometer e cumprir os seus anseios.
Mesmo que fosse uma democracia mono partidária como poderia ser livre se o povo não decide? Será democracia?
A salamandra é um réptil saboroso que quem o prova jamais quer dividir com quem quer que seja e o poder também é muito gostoso quando temos a libertinagem de usa-lo indiscriminadamente com medo de se perder as mordomias. Isto faz-me lembrar um dizer sábio ou seja um ditado chuabo que já foi citado pelo Engenheiro Luís Loforte numa obra literária intitulada O advogado de Inhassunge “ Muana Odhila Kangawa Penembe.” Que traduzido literalmente, significa filho da estrada não divide carne de salamandra.
Quem são os filhos da estrada?
O povo?
E quem são os filhos legítimos?
Os turras e os bandidos armados?
E quem é esse pai que teve a ousadia de urinar fora do penico?
Moçambique é dos moçambicanos. Será que todos os moçambicanos têm a mesma identidade?
Se vemos todos os dias os famosos senhores do poder ostentando riquezas usurpadas ao povo para satisfazer meia dúzia de Latifundiários.
Hoje o que o povo tem de mais precioso, o senhor também usurpou, que é a liberdade de escolher livremente os destinos do país.
A soldo de que interesses o senhor julga-se no direito de repugnar o mais nobre direito cívico deste povo pacífico e humilde que clama pelos seus direitos?
Tenho parafraseado um poeta antigo: “ Dizem que o rio é violento, mas se esquecem das margens que o oprimem.”
Não se esqueça da explosão mental e física de 05 de Fevereiro.
Os pássaros só se dispersam quando se lhes destroem os ninhos.
Mais não digo.
TPC.
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2 hours ago
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