Friday 2 October 2009

Caso Mabey@Johnson: Quem poe o guizo ao gato?

A VEZ DA NOSSA JUSTIÇA

A imprensa moçambicana veiculou esta semana notícias segundo as quais um tribunal do Reino Unido condenou a firma Inglesa Mabey@Jonhson por ter sido provado que a mesma esteve envolvida em actos de corrupção. Tais actos consistiram no pagamento de somas avultadas a diversas figuras ligadas a governos africanos, dentre os quais é citado um antigo dirigente senior da Administração Nacional das Estradas que se alega ter recebido 286.000,00 Libras. A imprensa refere ainda que a firma britânica reconheceu ter praticado actos ilícitos e colaborou com a justiça inglesa, justificando que tais práticas haviam sido adoptadas pela antiga administração. Diz-se ainda haver provas dos pagamentos feitos a essas pessoas.
Não dispomos de detalhes da sentença que condena a Mabey@Johnson e nem conhecemos os elementos de prova que terão sido carreados ao longo da investigação que culminou com a referida condenação, contudo, julgamos que o facto de o tribunal ter condenado aquela firma leva-nos a acreditar que os tais actos de suborno terão sido suficientemente provados, alias, diz-se que a Mabey@Johnson colaborou com a justiça e facultou os dados que permitiram que tal veredicto fosse feito. O reconhecimento da culpa por parte da Mabey@Johnson, ainda que assacada à anterior administração é, em nosso entender, indicação de que estamos perante factos e não meros rumores. E aqui é onde a nossa justiça é chamada à colação!
O combate à corrupção tem sido badalado como sendo um dos principais objectivos do executivo no geral e do PR, em particular, em parceria com o burocratismo, o espirito de deixa andar antre outros males que grassam o nosso país. Com a detenção do antigo Ministro do Interior e de outros quadros do MINT, bem como do PCA da Empresa Aeroportos de Moçambique, ficamos com a sensação de que o aludido combate à corrupção estava a passar de mero discurso para a prática, pois, até então se dizia que nenhum tubarão havia sido responsabilizado criminalmente devido à corrupção. Não pretendemos também analisar as nuances destes processos tanto mais que um ainda aguarda o pronunciamento do Cemitério de processos (O Supremo), para onde o Ministério Público recorreu e outro, ainda aguarda julgamento na 10a Secção do Tribunal Judicial da Cidade, de qualquer modo, parece-nos que a nossa justiça tem agora uma oportunidade soberana para levar à barra do tribunal outros tubarões: os beneficiarios dos pagamentos da Mabey@Jonhson!
Salvo melhor entendimento, no caso em apreço, tudo indica que a “papinha” já está feita: a justiça inglesa dispõe de provas dos pagamentos feitos pela Marbey@johnson, as pessoas que se locupletaram ilicitamente desses valores estão identificadas e a empresa que os subornou “botou a boca no trombone”! Assim sendo, é a vez da justiça moçambicana mostrar serviço. Os actos criminais que levaram à condenação da Mabey ocorreram em Moçambique, pois foi aqui onde os contratos foram celebrados e, acima de tudo, não parece obra de outro mundo identificá-los e estabelecer o papel que cada um dos visados jogou.
A PGR já demonstrou que, quando quer ou quando é conveniente, pode fazer o trabalho e muito bem pelo que esperamos que perante factos tão evidentes não continue no sono profundo em que tem estado mergulhado no que concerne à corrupção.
Já agora, seria muito interessante que a Anti Corrupção desse uma espreitadela no património dos visados pois, em nossa opinião, a terem recebido tantas libras esterlinas sinais de riqueza não faltarão e nem será tão difícil fazer as contas para ver se o tal património é fruto da remuneração que os mesmos receberam enquanto estiveram à frente dessa mina de ouro que se chama ANE ou se serão resultado de comissões recebidas da Marbey e tantas outras empresas!!!
É a vez da nossa justiça. Esperamos que não nos envergonhe como tem sido hábito.
A ver vamos!
E caso nao seja verdade, seria uma oportunidade impar dos visados limparem seus nomes manchados pela 'suspeita'!

MA
30.09.2009

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