Tuesday 27 October 2009

Amanhã vai-se votar em Moçambique

Missão espanhola de observadores chegou ontem a Maputo

Maputo (Canalmoz) - Uma missão de observadores eleitorais de Espanha encontra-se desde ontem em Maputo com o objectivo de acompanhar as eleições gerais de Moçambique, que se realizam amanhã, quarta-feira.
A votação será em apenas um dia. Vota-se para eleição do presidente da República, formação da Assembleia da República e pela primeira vez para formação de 10 assembleias provinciais das 11 províncias do País. Só em Maputo-Cidade não haverá assembleia provincial pelo que só haverá dois boletins de votação, ficando assim reduzido substancialmente o tempo de votação na capital do País.
Em todo o território o número máximo de eleitores por assembleia ou por caderno eleitoral é mil (1.000 eleitores). Se houver uma grande participação nestas eleições cada eleitor terá apenas cerca 40 segundos para votar.
O processo de votação começa com a verificação da identidade do eleitor e da sua capacidade eleitoral bem como a respectiva descarga no caderno. Segue-se a explicação da mesa ao eleitor sobre o que tem ali a fazer. Depois o eleitor dirige-se à cabine de voto onde em ambiente completamente secreto inscreve a sua preferência em cada um dos três boletins de votação (Presidenciais, Legislativas e Provinciais). Após isso o eleitor tem de introduzir cada boletim na respectiva urna. Há uma urna para cada eleição. A terminar o eleitor é levado a introduzir o seu dedo indicador direito num tinteiro de tinta indelével.
Em algumas autarquias do País, nas últimas eleições municipais perto da meia-noite ainda se votava. À hora do fecho das urnas, isto é às 18 horas, havia enchentes enormes nas assembleias de voto pelo que a CNE deliberou permitir que a votação prosseguisse até que todos os eleitores presentes antes das 18 horas pudessem votar. Foram distribuídas senhas para que só votasse quem já estava nas filas às 18 horas, hora do fecho oficial, mas a distribuição de senhas acabou por suscitar graves conflitos, nalguns casos. Os conflitos no entanto foram ultrapassados, mas discutia-se que os membros das mesas estavam a dar senhas a quem queriam e não a quem estava nas bichas.
Um comunicado da Embaixada de Espanha enviado à nossa redacção refere que a missão espanhola que ontem chegou a Maputo é composta por Jordi Guillot Miravet, Presidente da Comissão de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento do Senado, do Grupo Parlamentar Entesa Catalana de Progés, Tomás Pedro Burgos Beteta, Porta-voz Adjunto do Grupo Parlamentar Popular no Senado do Grupo Parlamentar Popular (PP), María Teresa del Carmen Camacho Vázquez, Porta-voz do PSOE na Comissão de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento do Senado, Grupo Parlamentar Socialista (PSOE), Jordi Vilajoana i Rovira, Porta-voz do Grupo Parlamentar Catalão no Senado, Grupo Parlamentar Catalán en el Senado de Convergência i Unió (CIU) e María López Moreno de Cala, Letrada das Cortes Gerais (Assembleia Nacional), Eva Sanjuán, Assessora, Gabinete do Secretário de Estado de Negócios Estrangeiros e Belén Piniés, Assessora para Assuntos Parlamentares, Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
O grupo, segundo o comunicado começou ainda ontem a ter encontros de orientação com os vários intervenientes no processo eleitoral a fim de se inteirar sobre o mesmo. Acompanhados pelo Embaixador de Espanha em Moçambique, Eduardo López Busquets e a Coordenadora Geral de Cooperação, Violeta Dominguez, visitaram na manhã de ontem o Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) e entrevistaram-se com o Professor Dr. Carlos Nuno Castel-Branco, Director da institução e o Professor Dr. Luis Brito.
A Missão de Observadores espanhóis também se avistou com o Director do Observatório Nacional de Eleições (ONE), Professor Dr. Brazão Mazula.
Brazão Mazula foi o primeiro presidente da Comissão Nacional de Eleições. Presidiu à CNE aquando das primeiras eleições gerais, em 1994.
De recordar que o Observatório Eleitoral produziu já a propósito destas eleições um relatório bastante detalhado e crítico sobre a acção da CNE.
A Espanha tem em Moçambique grandes interesses, designadamente no sector das Pescas. Os principais interesses estão na Cidade da Beira onde mantém uma sociedade com o governo de Moçambique numa empresa de pesca e no principal estaleiro naval do País. O representante do armador espanhol de Vigo é simultaneamente o cônsul honorário do Reino de Espanha na capital de Sofala.

(Redacção)

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