Wednesday 22 July 2009

RENAMO acusa FRELIMO de estar a empurrá-la para a guerra


Terça, 21 Julho 2009 19:04 lusa
A RENAMO acusa a FRELIMO de a empurrar para uma guerra, e está a tentar “contornar essa situação”, afirmou Arnaldo Chalaua, porta-voz do congresso do partido de oposição a decorrer em Nampula.

“Tudo faremos para não voltar a esse estágio, a guerra nunca é uma coisa boa e ninguém almeja a guerra. Mas as teorias levadas a cabo pela FRELIMO procuram empurrar-nos até lá, e estamos a procurar uma forma de contornar isso”, disse hoje à Lusa Arnaldo Chalaua.

O porta-voz falava no intervalo dos trabalhos do segundo e último dia do quinto congresso da RENAMO, a decorrer em Nampula, norte de Moçambique.

Para o responsável, “o cenário político em Moçambique não é bom”, porque a tendência é o país voltar a 1975, ao monopartidarismo, e a própria polícia está controlada pela FRELIMO, visível nas “detenções arbitrárias” que acontecem frequentemente.

“Os relatórios internacionais dizem uma coisa, mas nós que cá vivemos sentimos na carne e na pele que não é assim, que não há separação de poderes”, disse.

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“Foi discutido um relatório da Comissão Política sobre o porquê de a Renamo perder eleições e descobrimos que há uma tendência para Moçambique voltar ao monopartidarismo”, afirmou Arnaldo Chalaua.

A FRELIMO, afirmou, “apropriou-se do Estado”, criando condições para que a RENAMO perca as eleições ainda antes de estas acontecerem.

“Há introdução de boletins, há manipulação, há instrumentalização de sectores, há fraudes antecipadas, há um recenseamento eleitoral deficiente. A situação está a ser criada para a RENAMO perder as eleições”, declarou.

O congresso da RENAMO, explicou Arnaldo Chalaua, discutiu hoje as políticas sectoriais a destacar caso o partido forme Governo, nas próximas eleições gerais, propondo a educação universal e gratuita, bem como a saúde gratuita para crianças e idosos.

Segundo disse o porta-voz, o congresso (à porta fechada) também discutiu as principais dificuldades das províncias, reviu os estatutos e debateu políticas partidárias à luz do que pretende a RENAMO, um “partido da família do centro-direita”

Do congresso, disse, vai sair “uma RENAMOU mais unida, mais consistente e com uma estratégia clara definida”, e vai também, garantiu, ser reeleito líder Afonso Dhlakama, “o único homem que pode transformar o país”.

A eleição do novo presidente do partido (além de Afonso Dhlakama concorre à liderança Rogério Vicente) será o ultimo acto do congresso, e, segundo previsão do porta-voz, deve acontecer já de madrugada.

Será também eleita a Comissão Política, de 60 membros, e o Conselho Político, de 10 membros.

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