Tuesday 14 July 2009

Porquê Guebuza e não Mondlane?

Por Amin Nordine


A pura estupefacção surge dos clamorosos discursos políticos. Se estamos lembrados, na nossa curta memória, dirigentes desta nossa pátria amada proclamaram, a bom som, que a magnífica ponte sobre o rio Zambeze era da unidade nacional, isso depois de nos incutirem o ditame que acho, na modéstia intelectual, bastante válido: Mondlane é artífice da unidade. Suscitamente daí que surja a pergunta, do porquê a obscura incongruência, ter que se denominar a ponte da unidade nacional de Armando Emílio Guebuza ao invés de Eduardo Chivambo Mondlane? Mondlane em termos de figura, ultrapassa as raias do “graxismo” dos que se empoleiram ao actual Chefe de Estado. Isto para não ter que acreditar que tal nomenclatura foi a mando dele que, ainda por modéstia pedonal, não devia aceitar tal desfazejo.

O que suscita polémica é o comentário que possa advir, de estarmos perante a construção de um Estado ao género do Togo, Gabão e Coreia do Norte.

Não seremos jamais apóstolos da desgraça ao apontarmos certa falta de idiossincrasia saudável perante os nossos altos dirigentes que, ao longo destes duros anos de formação de uma independência “total”, quedam-se atreitos em exaltarem seus nomes na hasta pública, sem o firmamento de feitos substanciais.

Pura ironia, se se recordarem dos acontecimentos de Fevereiro aquando do motim derivado pelo aumento da tarifa dos transportes semicolectivos de passageiros pela subida dos chapas, derivado da alta dos preços internacionais do crude em que uma escola com o nome do nosso respeitado Chefe de Estado que almejou um feito ímpar de levar os distritos à sua auto-suficiência com a política dos sete milhões, foi parcialmente destruída pela fúria popular. Oxalá que o mesmo não aconteça com a ponte da unidade nacional.

Não nos esqueçamos que este ano de 2009 é o ano dedicado a Mondlane. Será que existe uma acefalia política? E já agora, não estarão os escovinhas do chefe a pensar em mudar o nome da Cahora Bassa para Emílio Guebuza?

SAVANA – 10.07.2009

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