STAE admite fraquezas
Felisberto Naife, director-geral do STAE, diz que nos pleitos eleitorais de 1998/09 e 2003/04 houve maior divulgação do processo eleitoral comparativamente com estes de 2008/09, em que se incluía as autárquicas de Novembro do ano passado e as Gerais e Provinciais marcadas para 28 de Outubro próximo. “Eu próprio questionei onde está a grande participação da sociedade civil nos processos eleitorais. Sentimos a redução de participação de outros actores. O processo eleitoral não é só dos órgãos eleitorais mais de todos os moçambicanos ”, refere.
Maputo (Canal de Moçambique) – O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), não está a divulgar convenientemente o processo eleitoral, a escassos meses do arranque da campanha eleitoral e do processo de votação no país, reconheceu o respectivo director-geral, Felisberto Naife.
Naife, justificando-se, em entrevista exclusiva ao «Canal de Moçambique» disse que “no passado havia muitos actores no terreno a trabalhar para um mesmo fim e agora apenas está o STAE, e, provavelmente, mais alguns é que estão na área de sensibilização”.
Por outro lado, refere que a falta de visibilidade do STAE no terreno deve-se fundamentalmente à crise financeira mundial uma vez que os habituais doadores não estão à altura de desembolsar somas que no passado libertavam. Naife afirma ainda que as organizações que no passado também se faziam à mobilização, enfrentam o mesmo dilema. Ou seja, a bolsa dos tradicionais doadores secou.
“O dinheiro para o processo eleitoral, ou seja, os 40 milhões de USD (disponíveis) não são suficientes para dar vazão ao processo eleitoral, razão pela qual existem dificuldades de vária ordem”.
Como corolário de tudo isso, contrariamente ao passado em que abundavam materiais de publicidade como dísticos, panfletos, bonés, camisetes, capulanas, esferográficas de entre outros, agora escasseiam.
Felisberto Naife, afirma que a razão de fundo para essa fraca divulgação no processo eleitoral prende-se com a forma como foi implementada a estratégia publicitária.
“Nós não produzimos muitos materiais de divulgação como dísticos, panfletos, bonés, camisetes, capulanas, esferográficas de entre outros materiais de campanha por falta de dinheiro. Temos que gerir os 40 milhões de USD (disponíveis) para o funcionamento de toda uma máquina eleitoral que começa nos combustíveis, transporte, comunicação e vai desaguar na votação, não se esquecendo os órgãos eleitorais do nível central, provincial e distrital”, afirmou o DG do STAE.
De referir, entretanto, que em 1998/09 e 2003/04 o STAE trabalhou nas campanhas eleitorais com um universo de 1.930 agentes e actualmente está com 2.050. Houve um aumento de 120.
(Conceição Vitorino)
2009-07-16 06:22:00
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