Queremos a maioria absoluta - Verónica Macamo na inscrição da Frelimo para as eleições legislativas e provinciais
O PARTIDO Frelimo está a trabalhar no sentido de conseguir uma maioria absoluta nas eleições legislativas e para as assembleias provinciais de 28 de Outubro, segundo referiu ontem, em Maputo, a mandatária nacional do partido no poder para estes sufrágios.Maputo, Quinta-Feira, 23 de Julho de 2009:: Notícias
Verónica Macamo, falando a jornalistas momentos após proceder à inscrição do partido do “batuque e da maçaroca” para os sufrágios legislativo e provincial, ocorrida no meio da manhã de ontem na sede da Comissão Nacional de Eleições (CNE), disse que o objectivo central da sua formação política é a auto-superação.
“Nós queremos que o Presidente Guebuza retorne a Ponta Vermelha, onde se encontra agora, com mais votos do que teve em 2004. Em relação aos deputados da Assembleia da República, nós gostaríamos de ter mais assentos, muito mais assentos do que temos hoje (160). Nós não vamos pela demagogia de que gostaríamos de ter todos os 250 assentos da AR. O nosso desejo é ter a maioria e mais assentos do que temos agora que são 160. Acho que qualquer partido luta pela auto-superação”, disse.
De acordo com Verónica Macamo, a Frelimo somente ontem procedeu à sua inscrição para este pleito por aquilo que chamou de questão de coerência. “Nós viemos agora por uma questão de coerência. Preferimos, em primeiro lugar, eleger os candidatos, reunir toda a documentação dos nossos candidatos e depois, com o figurino bem traçado, bem delineado, virmos fazer a inscrição”.
Verónica Macamo disse que cumprida esta formalidade, o partido no poder está agora à esperas de tomar conhecimento formal da deliberação da CNE em torno da sua inscrição para, de imediato, submeter as candidaturas para as quartas eleições legislativas e primeiras eleições para as assembleias provinciais.
A Frelimo, segundo a mandatária eleitoral do partido, tem já reunido todas as condições materiais, humanas e legais para submeter a sua candidatura ao órgão eleitoral.
Sobre a questão da eleição do seu candidato para o Círculo Eleitoral da Europa e Resto do Mundo, cujo resultado acabou num empate técnico de dois concorrentes, Verónica Macamo afirmou que o problema está a ser dirimido a nível da Comissão Política do partido.
“Este órgão vai deliberar sobre o assunto a qualquer momento, pois é nossa intenção apresentar as nossas candidaturas todas ao mesmo tempo”.
No que concerne à dificuldades processuais de preparação destes dossier’s, a fonte referiu que tal como outros partidos políticos que se encontram neste processo, a Frelimo também sentiu algumas dificuldades.
“Não enfrentamos absolutamente nenhuma dificuldade na elaboração do expediente para o nosso concorrente ao cargo de Presidente da República. Agora, em termos de outros documentos, há sempre um constrangimento. É preciso as pessoas saírem dos distritos, às vezes para a capital provincial…às vezes é preciso se sair da capital provincial para os distritos para tratar de um aspecto pontual…enfim, há sempre uma limitação mas não uma limitação que para um partido bem organizado não possa ser solucionada”, disse.
Instada a pronunciar-se sobre o ponto de vista da Frelimo em torno da actualização do recenseamento eleitoral, Verónica Macamo reconheceu existirem problemas e dificuldades que a Frelimo gostaria de ver solucionados. “O que nós gostaríamos que acontecesse é que o processo continuasse a decorrer e fossem se suprindo as lacunas. Contudo, achamos que é um processo normal, com lacunas é claro. Agora, gostaríamos que as lacunas fossem colmatadas para que em cada dia se recenseassem mais pessoas”, afirmou.
No encontro com jornalistas, aquela membro da Comissão Política da Frelimo confirmou o facto do seu partido vir a apresentar, para as eleições provinciais, os candidatos eleitos no sufrágio interno realizado em 2007, com as naturais excepções relacionadas com pessoas que tenham assumido outras funções no partido ou no Estado ou que por outras razões já não estejam disponíveis.
Considerou infundadas as queixas da oposição, segundo as quais os membros da Frelimo a trabalharem em órgãos locais do Estado estejam a dificultar o acesso à alguma documentação exigida por lei, para estes concorrerem ao sufrágio de 28 de Outubro.
“A Frelimo sempre pautou pelo cumprimento da lei. Não iríamos pactuar com pessoas que não são pelo seu cumprimento. Ademais, temos instruído os nossos membros a observarem estritamente a lei, porque somos pela lei e pelo Estado democrático”, sublinhou.
Com a inscrição do partido no poder para a corrida eleitoral de Outubro próximo, sobem para catorze o número de partidos políticos, coligações de partidos e grupo de cidadãos eleitores proponentes. Dentre estes, destaque vai para a Renamo, MDM, “Os Verdes”, PEC, OCINA, PT, PUN, Movimento Patriótico para a Democracia, Unidos por Moçambique, PIMO, PARENA, SOL e a União Nacional da Oposição.
No que respeita às presidenciais, até ao momento apenas o candidato da Frelimo, Armando Guebuza, formalizou a sua candidatura, prevendo-se que esta tarde Deviz Simango, do MDM, passe a constar dessa lista que deverá ser alargada amanhã com a inscrição de Afonso Dhlakama, da Renamo.
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