Monday, 22 June 2009

Por causa dos amarra-chuva


: cresceu consciência dos cidadãos sobre o crime - Jorge Khalau, Comandante-Geral da PRM

CRESCEU a consciência dos cidadãos de que é crime matar, espancar e destruir património alheio sob a alegação de que há gente que pode amarar chuva no céu. A colaboração de alguns cidadãos nas comunidades onde residem foi extremamente crucial para a Polícia da República de Moçambique neutralizar e educar os agitadores sociais que no princípio deste ano protagonizaram actos criminais que se saldaram em três mortos, dezenas de feridos, casas e motorizadas queimadas, entre outros danos materiais por causa dos “amarra-chuva” nos distritos de Nicoadala, Namacura e na cidade de Quelimane.Maputo, Segunda-Feira, 22 de Junho de 2009:: Notícias
O Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique, Jorge Khalau, enalteceu o papel dos cidadãos na denúncia das pessoas que provocaram a perturbação da ordem e tranquilidade públicas, porque isto permitiu a PRM trabalhar para restabelecer a calma.

Quando em Janeiro e Fevereiro últimos a situação de agitação social provocada pela interpretação de que haviam pessoas com poderes para impedir a ocorrência de chuvas, o Comandante-Geral da PRM desdodrou-se para Namacurra e Maquival para explicar que os cidadão que estavam a linchar os outros estava a cometer crimes. Seis meses depois, Jorge Khalau volta a província da Zambézia e afirma que o ambiente agora está bom, mas diz que é preciso fazer o acompanhamento do plano traçado da última vez.

A situação está controlada porque houve muita compreensão da população e sobretudo que aumentou a consciência de aquilo era crime, disse Jorge Khalau quando entrevistado pela nossa Reportagem à sua chegada a Quelimane, na última terça-feira.

Na altura as maiores vítimas eram negociantes locais ou pessoas socialmente estáveis nas comunidades onde residiam. Por causa da onda de linchamentos e morte alguns desses cidadãos tiveram que fugir para fixar residência nos distritos onde achavam que havia tranquilidade. As chuvas estavam a atrasar e as temperaturas eram extremamente altas e as primeiras sementeiras de arroz principalmente perderam-se completamente. A população passava por momentos de dificuldades extremas para conseguir comida e como reacção viram naqueles lhes vendiam a comida muita cara como estando satisfeitos porque iriam arrecadar mais dinheiro. Os agitadores sociais aproveitaram-se da situação para começar a linchar e matar os seus concidadãos, alegando que eram eles que tinham a chuva.

Os casos deram-se em longe e Maquival, no distrito de Nicoadala, e Mixixine em Namacurra, bem como em Micajune e Namuinho, em Quelimane. As vítimas viram os seus bens despojados, casas destruídas e seus parentes mortos, vítimas de violência física. Dos tantos casos que ocorreram, uns são de agitação social provocado por ódio e inveja, enquanto outros foram por causa de problemas meramente sociais decorrentes da falta gritante de insuficiência de infra-estruturas e condições básicas para uma vida normal da população rural.

O comandante-geral respira de alívio e diz que está tudo controlado. Nesta sua deslocação à província da Zambézia, Jorge Khalau vai escalar sucessivamente os distritos de Milange, Morrumbala, Guruè, Alto Molócuè e Gilé. Afirmou que o objetivo principal desta visita é apoiar os comandos distritais na implementação dos planos anuais de acção operativa da PRM.

No entanto, reconheceu que os comandos distritais da PRM debatem-se com a exiguidade de meios e infra-estruturas, mas afirmou que na medida dos recursos disponíveis o problema vai sendo resolvido gradualmente.
Jocas Achar

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