Friday, 12 June 2009

Ajuda externa, comércio e investimento são essenciais para África


Terça, 09 Junho 2009 18:44 LUSA
Malloch Brown, secretário britânico para África
O apoio externo, comércio e investimento são essenciais para a África poder enfrentar a crise financeira internacional e nenhuma das três premissas deve ser excluída nesse esforço, defendeu esta terça-feira em Maputo o secretário britânico para África, Malloch Brown.
O ministro de Estado para os Negócios Estrangeiros e Commonwealth, com a pasta dos assuntos africanos, enfatizou a necessidade da manutenção do apoio à África, quando falava numa palestra promovida pelo Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique (ISRI) e pela organização britânica Chatham House.

“Ajuda, comércio e investimento são todos necessários. São mutuamente dependentes, e nenhum desses pressupostos pode excluir o outro”, defendeu o responsável do governo britânico para os assuntos de África.

Malloch Brown, que já foi secretário-geral adjunto das Nações Unidas, entende também que África deve transformar a actual conjuntura em oportunidade, principalmente, para acelerar o processo de integração.

E essa integração, ainda de acordo com o secretário britânico para África, tem de assentar em três vectores: “economicamente, em termos de comércio e infra-estruturas, politicamente, em termos de capacitação institucional e da União Africana, bem como social e culturalmente, em termos de solidariedade”.

Reconhecendo que África está a ser “terrivelmente” afectada pela crise financeira e económica internacional, Malloch Brown insistiu na integração económica e no papel das instituições regionais como instrumentais para o sucesso em cada um dos países africanos.

“A verdadeira escolha passa por África construir a sua própria capacidade de competir à escala global, ao nível dos mercados e ao nível das instituições”, frisou ainda Malloch Brown.

Rejeitando, segundo o próprio, os apelos para que “África caminhe pelos seus próprios pés”, o responsável evocou a necessidade de o apoio ao continente manter-se, pois o fluxo da ajuda externa é crucial para o provimento de necessidades básicas como a saúde, educação e emprego.

“Temos a obrigação moral e solidária de proteger as camadas da população mais vulneráveis e de dar oportunidades e serviços para todos”, disse, justificando assim o imperativo da continuação do apoio externo ao continente africano.

Para Malloch Brown, a prosperidade de África depende igualmente do respeito dos valores da democracia, transparência e boa governação, porque “só os bons governos estarão habilitados a conduzir os seus países para fora da crise”.

A capacitação das instituições judiciais é igualmente fundamental para o progresso do continente africano, tendo em conta que a credibilidade da justiça será maior se for assumida pelas instituições africanas.

“A questão-chave é esta: as instituições africanas de justiça devem ser chamadas em primeiro lugar na resolução dos conflitos africanos. A justiça internacional deve ser o último recurso, apenas quando o esforço africano falhar”, disse o governante britânico.

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