Caro Victor,
A sua analise merece o meu respeito em duas vertentes. e contundente e apresenta apesar de ser de forma pouco elaborada uma logica interessante. Portanto, ela tem muitos pontos positivos a aproveitar para uma analise da evolucao politica do nosso pais e quica do nosso continente. Contudo discordo consigo em alguns pontos.
O primeiro tem a ver com valor simbolico da intervencao do embaixador Sueco. Ao contrario do teu posicionamento, eu considero esta intervencao muito significante por duas razoes. Primeiro, porqu o ano passado, numa palestra promovida pelo CEMO no ISCTEM, para falar da politica de desenvolvimento da Suecia, o embaixador Sueco disse inter alia, que o seu pais nao estava satisfeito com o progresso no combate a corrupcao, e caso as coisas nao mudssem era possivel que o su pais diminuisse a ajuda ao Orcamento geral do estado.
Ora esta tinha sido a primeira vez que um embaixador acreditado em Mocambique levantava de forma seria e frontal a questao do combate a corrupcao e mais implicitamnte ameacava diminuir a ajuda. Vimos como os meses seguintes Aiuba Cuaraneia e outros membros do executivo se contorceram para mudar a imagem que a declaracao do embaixador havia criado.
A segunda consequencia, foi a necessidade que o governo sentiu de ter que 'sacrificar' alguns peixes graudos para mostrar servico. O Caso Manhanje se se lembra iniciouno principio do mandato de Guebuza quando Pacheco ordenou logo apos a tomada de posse, que se fizesse uma auditoria as contas do Ministerio do Interior. Porque e que nao se agiu antes da intervencao do embaixador? Pensa que foi mera coincidencia? Que a investigacao levou quatro anos? Manhenje, Cambaza e outros foram os peixes sacrificados para mostrar que o governo era serio no combate a corrupcao.
Pensa o meu amigo que o Caso Cardoso teria tido o desfecho que teve se nao fosse a pressao dos Nordicos no geral e da Noruega (a esposa de cardoso e Norueguesa) em particular?
Se sim, entao porque e que o caso Siba Siba Macuacua nao tem pernas para andar? se Siba siba tivesse uma costela nordica ou ... qum sabe!
Inflizmente meu irmao, o nosso governo ouve mais ao ocidente do que ao povo mocambicano. Dito por outras palavras, a soberania em Mocambique nao 'reside' no povo. A Soberania, em Mocambique 'reside' nos doadores!
Como deve-se lembrar, durante varios anos, o governo de Mocambique defendeu a ideia de que a ponte sobre o rio Zambeze nao era sustentavel. inclusive na Primeira conferencia sobre o desenvolvimnto da Zambezia, houve um bate boca entre a PM e um grupo de zambezianos que tinham uma visao diferente. O jurista Abdul Carimo, bateu tanto na pedra que a pedra acabou se furando, claro com a ajuda generosa do Japao e da Uniao Europeia! Se o Japao e a Uniao Europeia nao tivessem 'entrado no barrulho' ate hoje estariamos a espera da tal 'sustentabilidade da ponte'!
Aqui, uma vez mais a 'mao externa' ajudou!
Faco este artigo a partir da casa de um amigo Zulu. Como nao deixaria de ser o tema era Jacob Zuma.A masculinidade que apontas pode ser uma das razoes do sucesso de Zuma, mas certament no a unica muito menos a mais importante! O modelo neo-liberal que caracterizou as politicas de Thabo Mbeki, alienou as massas, as politicas do affirmative action, black empowerment, as clivagns entre a ala 'intelectual' ea ala 'populista' dentro do ANC, as clivagens entre as alas externa e interna do ANC, a etnicidade e outras jogaram um papel mais importante do que a masculinidade!
E mais, tenho duvidas sobre a adequabilidade da visao masculina do poder em varias sociedades africanas marcadamente matrilineares! Ser qu os referentes nessas sociedades serao os mesmos ue nas sociedades patrilineares? Sera que a concepcao de poder de um zulu e igual ou coincide com definico e concepcao de poder dos macuas?
A unica critica que tenho a fazer a intervencao do embaixador sueco e simples e geral. E que os doadores em Mocambique, ao inves de apoiarem as instituicoes locais a fortalecerem-se e assim poderem desempenhar cabalmente o seu papel, optam por substitui-los, enfraquecendo-os! Por exemplo, a Constituicao da Republica concede o poder de fiscalizacao das actividades do governo ao parlamento. Infelizmnte por falta de recursos quer humanos quer financeiros o parlamento mocambicano nao e capaz de fiscalizar o governo. Os doadores ao constatarem esta fraqueza na fiscalizacao das actividades do governo ao inves de fortalecerem esta instituicao (o Parlamento), preferem substitui-la, enfraquecendo democracia! O Memorandum de Entendimento entre doadores e o governo e as revisoes conjuntas entre doadores e o governo, nao sao nada mais e nada menos que instrumentos de substituicao do parlamento e quica da soberania popular, pelos doadores! Hoje o governo empenha-se mais quando vai as reunioes de revisao conjunta com os dodores do que quando vai ao parlamento onde tal programa deve ser aprovado, a luz da Constituicao da Republica! Porque nao transferir esta capacidade e competencia dos doadores de monitorar o executivo para os orgaos de soberania, estabelecidos pela Constituicao da Republica?
Fora disso, Senhor Embaixador Sueco estou consigo!
Um abraco patriotico,
Manuel de Araujo
www.manueldearaujo.blogspot.com
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