Wednesday 25 February 2009

A Opinião de Rondinho Calavete

O AZAR DE SER ZAMBEZIANO: Tanta madeira, mas sem cadeiras

A vida nos ensina tanta coisa até que chegamos ao ponto de concluir de que nada sabemos. O conhecimento das coisas leva-nos ao ponto de reflectirmos o nosso ser e
estar em função a nossa existência. Os que muito bem e muito mal sabem das coisas, não duvidam que um investidor quando chega num certo sítio, subtrai o que quer e deixa as poucas migalhas para os donos da terra. Mas parece que na minha terra
isso não existe. Aqui no sul do País e muito em particular a província de Maputo, existe um grande empreendimento que se chama MOZAL. Eu já fui visitar esse empreendimento do famoso Alumínio. O que acontece porem, é de que toda a comunidade daquela região se beneficia dos poucos ou muitos lucros daquele monstro. Noutras palavras a MOZAL investe toda a zona de Beleluane; quer dizer que, constroi escolas
e equipa com carteiras; planta árvores de frutas e de sombras, compra material
escolar para os alunos e faz um pouco de tudo para aquela comunidade que vive
algures da MOZAL. A MOZAL faz tudo, mas tudo mesmo.
Mas para o meu espanto, na Zambézia é muito diferente. Temos tanta madeira mas nem sequer banquinhos temos. Os grandes empresários, fazem e desfazem e nem sequer um
banquinho deixam nas nossas escolinhas para os nossos petizes. Senti pena de
mim mesmo quando em pleno café de manahã, foi reportado a falta de carteiras. Até as crianças levam de casa os seus bancos para escola. Mas que coisa meu Deus?! Onde
vamos parar com essa desgraça? Há dias ouvi apartir dos medias de que a primeira dama da República foi doar carteiras na Escola Primária de Quelimane. Mas que pouca vergonha?!!! Bem, para ela é mais uma campanha eleitoral e todos nós vamos assistindo a caravana a passar.
Eu sempre disse e continuo a dizer de que a desgraça da Zambézia é por culpa própria. Os nossos velhos que ocupam cargos no governo só ajudam a afundar a nossa juventude bem letrada viraram autênticos mafiosos por excelência; os poucos honestos não tem apoio e nem são desejados para ocuparem cargos de chefia. Os remanescentes que tentam mudar as coisas perdem emprego até com lares destruidos; em fim, estamos perante uma província que já devia sair do marasmo em que se encontra.
Mas a crónica de hoje e sobre a madeira. Na minha fraca análise, os tais madeireiros deviam fazer pelo menos uma carteira por mês e oferecer as escolas no lugar de esperar a primeira dama sair de Maputo só para ir oferecer carteiras. Quer dizer
que, morremos de sede quando estamos dentro da água! Coisas só de zambezianos!!
Mas não tarda, um dia você e mais outros vão se recordar do que digo. Só que
será tarde.

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