Saturday 28 February 2009

A hora do fecho do Savana

* A visita do executivo turbo da Portugal Telecom a Maputo deu para o governo entreabrir a porta a uma terceira licença para a telefonia móvel. Os bosses das duas existentes estão de cabelos em pé. Ainda não rentabilizaram os investimentos e já estão a abrir a porta à concorrência.
* Outros quadrantes argumentam que o problema é o actual modelo “defeituoso”: uma estatal e uma alternativa com influências das elites dirigentes. Nos quadrantes oficiais, oficiosamente vai-se dizendo que a pressão política é demais para abrir à terceira licença.
Há nuvens complicadas para o lado das minas e das energias. Todas as semanas alguém bate à porta para pedir um “atraso” na concessão, que é como que adiar investimentos. Mas ainda há mais problemas. Os investidores também se queixam de o quadriculado das áreas potenciais estar todo partido aos bocadinhos. O pessoal da “nomenklatura”, tal como fez com as licenças de camarão sem ter barco e cana de pesca, “açambarcou” áreas mineiras que agora vende aos graúdos externos que têm dificuldades em se movimentar em tamanha manta de retalhos.
* Os residentes de Nacala Velha estão desanimados com as más notícias sobre a refinaria que já deveria ter dado os primeiros sinais. O cachimbo deverá escalar esta região em Abril para mais uma presidência aberta e vai ter que explicar muito bem essa coisa de crise financeira internacional. Também a famosa barragem, que era a prioridade governamental, chegando a manipular-se disponibilidades de fundos chineses, está agora cada vez mais no congelador. Crise? Qual crise?
* Os famosos sete bis continuam a dar dores de cabeça aos administradores. Em Nacala Velha nenhum dos beneficiários reembolsou a 100% o valor. Os pescadores (pesca é uma das principais actividades) estão zangados. Dizem que nunca viram a cor do dinheiro. Outros preparam protestos para apresentar ao cachimbo.
* ...Por seu turno, o preço do cimento está ao rubro em Nacala Porto. O cimento made in Dubai inundou o mercado local e o preço caiu para metade em menos de dois meses (500 para 220 meticais). Os consumidores esfregam as mãos. A CIMPOR acumula prejuízos e a fábrica do jovem tigre, depois de comprada a um grupo local, está fechada. Como dizia o outro: a concorrência é saudável.
* Muito irritados também estão os operadores de turismo nesta parte do país. Cortes de energia são o dia-a-dia de Nacala Porto. E os operadores económicos dizem que assim não se faz negócio.

* A crise financeira internacional já bateu à porta dos portos moçambicanos. Os gestores do porto de Nacala não auguram futuro promissor. As exportações estão a baixar e por arrastamento as importações. Mas não deixam de sorrir com a chegada de quatro novas locomotivas vindas da Índia para reforçar o corredor de Nacala. Parece que as dores de cabeça com a carga para o Malawi vão diminuir.
* O governo moçambicano tem as suas originalidades. Na Namaacha, o boss da maçaroca, que nunca foi empossado de ministro, assistiu numa boa ao tal conclave alargado. Ainda não há prazo marcado para a famosa separação entre partido e Estado...
* A jovem bosse das togas, ao receber o seu homólogo Ka Lisboa, disse que não houve progressão no acordo que foi assinado há três anos. No sector, a “boca” foi interpretada como uma farpa à anterior titular nos aposentos da Julius Nyerere.
Em voz baixa
* Pela tuga há grande excitação com as indemnizações prometidas pela R. D. do Congo. O sonho é conseguir indemnizações também em Angola e Moçambique. Há sempre esperança enquanto há vida ...

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