Editorial
Venha o MDM! Está na hora! É preciso avançar já!
A Renamo está na agonia. O seu líder está a espalhar-se de dia para dia que passa, de forma irremediável. São disparates atrás de disparates. O seu brilhante passado como líder do movimento que impôs que o Partido Frelimo aceitasse a revisão da Constituição da República, a introdução do multipartidarismo, a economia de mercado e o respeito pelos direitos civis e políticos dos cidadãos, já perdeu importância, pois já ninguém acredita que a Renamo liderada por Afonso Dhlakama possa permitir a alternância de poder em Moçambique. Corre-se o risco, com o maior partido da oposição neste estado de desastre total, de virmos a ter no país de volta uma ditadura disfarçada de democracia. É preciso avançar-se. Já. Para que depois não seja tarde.
Dhlakama hoje já não tem quadros em que os eleitores acreditem. Os que davam da Renamo uma imagem que ainda conseguia cativar o eleitorado a fazer dela o segundo maior partido no País, foram tão mal tratados, publicamente, que a imagem que sobrou é de um Dhlakama isolado e que mete medo aos eleitores com a sua imensa tendência para fazer e desfazer, e maltratar os seus companheiros de partido.
Só Dhlakama se pode queixar do fim triste que está a ter como político. O medo de Daviz Simango foi fatal para a sua queda. Se tivesse tido a inteligência de se aliar sem condicionalismos ao filho de Urias, teria conseguido a sua consagração como homem intransigentemente pró-democracia. No entanto, o seu comportamento e dos seus comparsas que fazem dele o único líder de um partido de oposição tratado por “Excelência”, já não deixa dúvidas e já não convence mais ninguém. Nem mesmo Dhlakama acredita agora nas suas possibilidades. Quer negociar com Guebuza o quê? Não será por se achar totalmente só?
O espectro de eleitores que nunca votaram em qualquer das eleições é maior do que a soma dos que votaram no partido que tem governado sempre o país, e no maior partido da oposição e nos outros. Isso está estudado pelo IESE (Instituto de Estudos Sociais e Económicos). Já aqui publicámos um trabalho do professor doutor António Francisco, desse mesmo instituto moçambicano, a chamar à atenção dos interessados para essa imensa oportunidade que a faixa de eleitores que não acreditam nem na Renamo nem na Frelimo abre a quem estiver determinado a dar o passo decisivo pela alternância de poder no País.
Uma coisa parece estar também certa: a Renamo liderada por Afonso Dhlakama vai continuar a ser eternamente um partido da oposição em Moçambique. Se aparecer já, outra força, visionária, organizada, coerente, e acima de tudo responsável, estamos certos que outro galo cantará.
A Frelimo, está também hoje claro, delira em ter na oposição uma Renamo liderada por Afonso Dhlakama. Quando Dhlakama chora muito, Guebuza, com um sorriso cínico nos lábios, diz-lhe logo que está disposto a recebê-lo e Dhlakama fica todo “muito satisfeito” achando que é um “grande líder” porque foi recebido pelo Presidente da República. É confrangedor. Até dá pena a subserviência. Ao que chegou um homem da sua estatura em que tantos depositaram esperança e confiança!...
O movimento que está já em curso não pode parar. As bases da Renamo provaram na Beira que são capazes de mudar o estado de coisas deste país. E a adesão que está a haver ao movimento surgido na Beira prova precisamente que a fama que a Renamo teve sempre de ser capaz de fazer mudar as coisas se deve às suas bases e não ao seu líder. Enquanto o seu líder não se deixou levar pelo conforto e pelas benesses dos “quatro biriões e meio de meticais” que recebe do Orçamento Geral do Estado todos os meses, o “probrema” não existia. As bases ainda assim tinham em Dhlakama o seu nome de referência. Agora já não acreditam mais nele. Entendem estar agora claro que o líder não quer levar a Renano à vitória, ao poder.
Ficou provado nas últimas eleições autárquicas que onde os eleitores não encontraram alternativa credível à Frelimo este partido e os seus candidatos venceram. Onde houve trabalho, gente decidida e motivada, venceu quem se opôs à Frelimo. Neste caso o líder chamou-se Daviz Simango.
Daviz Simango quer continuar a resumir a sua contribuição ao País, à presidência do Município da Beira. A sua principal razão para não querer avançar como líder de um partido é precisamente não se coadunar com as suas convicções a ideia de o tal partido pertencer-lhe, ser visto algum dia como o partido de fulano de tal.
Daviz Simango não quis avançar nunca contra a decisão da liderança da Renamo. Foram as bases que o induziram. As bases levaram o projecto à vitória por uma maioria esclarecedora.
As bases da Renamo em todo o país sabem hoje que com Daviz Simango e os seus colaboradores que o levaram à reeleição na Beira, o poder estará mais próximo.
A Frelimo anda assustada. O ambiente na nova oposição está empolgante. Com a perspectiva de um movimento de defesa da democracia em Moçambique, até já se ouve quem nunca foi votar dizer que chegou a hora de irmos todos às urnas.
O MDM não pode parar. O movimento já saiu da inércia. O comboio já ninguém o pode fazer parar. Daviz Simango tem razão em não se querer assumir como o líder imprescindível, mas, nesta fase, não pode esperar mais para dizer SIM, ESTAMOS JUNTOS PARA MUDAR MOÇAMBIQUE.
O país precisa de uma oposição forte, tem apregoado sistematicamente a Frelimo numa clara atitude reducionista de quem pensa que será eternamente poder. Edson Macuácua até já diz que Dhlakama é infantil.
Afonso Dhlakama na perspectiva que lhe passou pela cabeça de que Daviz lhe queria tirar o lugar, deixou à vista o seu mau carácter.
Se o MDM avançar ficará mais exposto o carácter de Armando Guebuza e todos ficaremos a saber se o seu compromisso com a democracia é verdadeiro, como tem vindo a apregoar, ou se em vez disso a sua estratégia é levar o País para a ditadura.
O apoio de Guebuza a Robert Mugabe já cria suspeitas dele ser um carácter semelhante. Mas pode ser que o líder da Frelimo esteja apenas a tratar o ditador zimbabweano com pés de lã com a única e exclusiva motivação de querer levar Mugabe à razão.
Está tudo em aberto.
Com o MDM e com o filho de Urias Simango – um reverendo que a Frelimo decidiu matar – na liderança do MDM, o Senhor Guebuza deixará claro, pela forma como ele e o seu partido se comportarão, se e os seus correligionários estão realmente empenhados em deixar a democracia fluir em Moçambique, ou se a sua índole pouco ou nada difere da de Mugabe e seus acólitos.
Dhlakama já provou ser um ditador como Mugabe. O Zimababwe é de Mugabe e Dhlakama acha que a Renamo é sua. Que fique com ela. Os militantes da Renamo têm agora uma responsabilidade acrescida. O MDM tem de acelerar o passo. Há muita gente à espera disso. Lembrar apenas que dinheiro não é o único factor importante. A vontade de levar o movimento por diante é o principal. Já não podem esperar mais. O grito tem de surgir já. Está na hora. A juventude tem responsabilidades acrescidas. Há muitos moçambicanos à espera de dar o seu voto a um projecto útil e consequente. (Z)
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1 hour ago
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