Thursday, 29 January 2009

Manutenção à Mozal: Trabalhadores da ECL paralisam actividades

UM grupo de 58 trabalhadores da ECL Serviços Limitada, uma empresa que presta serviços de manutenção de equipamentos industriais da Mozal, paralisou as actividades laborais e juntou-se em frente do seu local de trabalho para protestar contra a falta do cumprimento de algumas obrigações e promessas por parte da direcção.Maputo, Quinta-Feira, 29 de Janeiro de 2009:: Notícias
Os grevistas, que não trabalham desde terça-feira, reclamam o pagamento do décimo terceiro salário, bonificação, segundo eles, prometida pelo patronato depois de muitas negociações levadas a cabo nos últimos meses do ano passado.

Reivindicam também o cumprimento dos acordos colectivos da empresa, que ditam os deveres e as obrigações da direcção da companhia em relação aos trabalhadores, o que já não acontece por parte da massa laboral, que defende cumprir na íntegra todas as suas obrigações.

Consta igualmente da lista das reivindicações as diferenças salariais que, no seu entender, resulta das diferenças raciais que muito se fazem sentir naquela empresa.

“A diferença salarial entre um trabalhador nacional e um estrangeiro é de tal forma exagerada, não se observando sequer os níveis académicos dos indivíduos”, disse Jaime Cambule, secretário do sindicato interno dos trabalhadores daquela companhia, para quem a direcção age de forma tão impune a ponto de ignorar alguns artigos da Lei do Trabalho em vigor no país.

Em relação ao não pagamento do décimo terceiro salário, Jaime Cambule disse que o acordo para este efeito foi assinado com o patronato em Setembro do ano passado, e no presente deveria ser implementado até à primeira quinzena do corrente mês, quando todos os trabalhadores regressarem das férias colectivas, habitualmente concedidas nas vésperas da quadra festiva.

“Estranhamente, quando regressámos das férias ficámos perplexos ao nos ser informado que não receberíamos o 13º vencimento porque houve uma incompreensão por parte dos trabalhadores, em relação ao acordo assinado em Setembro”, disse o nosso interlocutor acrescentando que este foi o limite da paciência dos trabalhadores que já vêm consentindo muitas ilegalidades na instituição.

Entretanto, tentativas de encontrar respostas das preocupações apresentadas pelos trabalhadores resultaram em fracasso uma vez que nenhum elemento da direcção daquela empresa dignou-se a atender a nossa equipa de Reportagem.

Para evitar qualquer contacto com a comunicação social, a direcção da ECL Serviços Limitada deu ordens a um agente de uma empresa de segurança privada, do grupo G4S, para interditar a passagem de qualquer pessoa que pretendesse tratar algo sobre o assunto em causa.

Contudo, os grevistas disseram que a manifestação será por tempo indeterminado, devendo terminar quando forem atendidas todas as preocupações por si reivindicadas, o que não se sabe quando é que isso poderá acontecer.

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