
O presidente do município moçambicano da Beira, Daviz Simango, deverá liderar um novo partido político que está a ser criado pelos seus apoiantes e que pretende ser uma alternativa eleitoral à FRELIMO e RENAMO já este ano.
Segundo o porta-voz do autarca, Geraldo Carvalho, o novo partido "está a passar de um sonho à realidade" e "desde há oito dias está a ser feita a auscultação minuciosa" de personalidades que aceitarão integrar a formação política. Ao mesmo tempo, estão a ser verificados "quaisquer constrangimentos" que possam existir à liderança do partido por Daviz Simango, já que o autarca da segunda maior cidade moçambicana foi reeleito para mais um mandato nas eleições de 19 de Novembro de 2008. "As bases têm vindo a pressionar Daviz Simango no sentido de avançar para a liderança da nova formação política", afirmou o porta-voz do autarca, acrescentando: "não estou a ver o engenheiro Simango a resistir a esta pressão". O novo partido político, que ainda não tem nome nem símbolo, deverá ser anunciado "no final de Janeiro ou início de Fevereiro", para cumprir os prazos para se apresentar às eleições Provinciais e Gerais (legislativas e presidenciais), previstas para este ano. O objectivo do novo partido, segundo Geraldo Carvalho, será contrariar o enfraquecimento da oposição em Moçambique, tendo em conta que a RENAMO sofreu uma pesada derrota nas eleições autárquicas, ao não conseguir a presidência de nenhum dos 43 municípios, enquanto a FRELIMO, no poder, conquistou 41. As excepções foram a Beira, ganha por Daviz Simango, e Nacala-Porto, onde nenhum candidato conseguiu mais de 50 por cento dos votos, sendo necessária uma segunda volta marcada para 11 de Fevereiro. "Transpondo os resultados das autárquicas para as legislativas, a RENAMO teria perdido 89 dos 90 deputados que ainda tem na Assembleia da República. Ou seja, a democracia estaria em causa e estaríamos em risco de voltar a ser um sistema monopartidário", considerou o porta-voz de Simango. Daviz Simango foi eleito presidente da câmara da Beira pela RENAMO em 2003, e o município foi considerado por várias avaliações nacionais e internacionais como um dos melhores de África em termos de gestão, pelo que a renovação do apoio à sua recandidatura foi dada como certa. No entanto, foi surpreendentemente preterido pela RENAMO em vésperas de terminar o prazo para se apresentar como candidato e avançou como independente, tendo sido expulso do partido. Simango, um engenheiro civil com curso de Ciências Políticas concluído em Portugal, era desde há muito apontado como um dos dirigentes da RENAMO mais bem posicionados para suceder a Afonso Dhlakama no partido e para candidato a futuras eleições presidenciais, o que cautelosamente sempre rejeitou. Muitos analistas relacionaram, de resto, o afastamento de Simango com o "perigo" que representaria para a liderança de Afonso Dhlakama, que preside ao partido há 30 anos, desde os tempos em que a RENAMO era ainda uma força de guerrilha contra o Governo da FRELIMO. Nascido a 07 de Fevereiro de 1964, Daviz Simango é o segundo filho do reverendo Uria Timóteo Simango, ex-vice-presidente da FRELIMO, e de Selina Tabua Obedias Muchanga, ambos desaparecidos juntamente com outros dissidentes do movimento independentista em circunstâncias até agora não esclarecidas.
LUSA - 22.01.2009
NOTA:
Será que LUSA está subordinada à FRELIMO para que o seu correspondente em Maputo escreva "Daviz Simango é o segundo filho do reverendo Uria Timóteo Simango, ex-vice-presidente da FRELIMO, e de Selina Tabua Obedias Muchanga, ambos desaparecidos juntamente com outros dissidentes do movimento independentista em circunstâncias até agora não esclarecidas." Então a LUSA não sabe como "desapareceram" os pais de Deviz Simango?
Fernando Gil
In MACUA DE MOÇAMBIQUE
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