A decisão presidencial acontece uma semana depois da fuga de três famosos criminosos das celas da própria Polícia e um dia após o abate por desconhecidos, de um alto oficial da corporação ao nível da cidade de Maputo
Maputo (Canal de Moçambique) – O presidente da República, Armando Emílio Guebuza, exonerou, ao principio de noite de ontem, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), major-general, Custódio Pinto. Num outro despacho presidencial, o chefe de Estado moçambicano, nomeou para comandante-geral da PRM, o até então vice-comandante-geral da corporação, Comissário de Polícia, Jorge Henriques da Costa Khalau.
Khalau, antes de ter ser comandante-geral adjunto, tinha exercido as funções de comandante da Forca de Intervenção Rápida (FIR).
O agora comandante-geral da PRM é natural de Nampula, onde também já trabalhou como comandante provincial da corporação.
Logo após a fuga de Anibalzinho e de outros dois parceiros de cela do chefe confesso do esquadrão criminoso que assassinou o jornalista Carlos Cardosos a 22 de Novembro de 2000, Todinho e Samito, informações apuradas de fontes da Polícia de Investigação Criminal (PIC), davam conta de que na PRM reinava um total descontentamento na corporação.
Tal descontentamento na PRM vinha-se avolumando desde que o actual ministro do Interior, engenheiro agrónomo José Pacheco, propusera ao presidente da República e Comandante-em-chefe das Forças de Defesa e Segurança, a exoneração do então comandante-geral, Miguel dos Santos, e outros quadros da Polícia, para no seu lugar encaixar pessoas da sua confiança.
De acordo com as mesmas fontes da PIC, alguns oficiais superiores da Polícia que estavam a trabalhar próximo de Custódio Pinto, negavam submeterem-se às suas ordens, por considerarem-no um “recruta que não domina questões policiais e os meandros do crime”.
Na verdade o comandante-geral ontem exonerado, Custódio Pinto, era coronel das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e teve de ser promovido a major-general após a sua nomeação quando se constatou que por lei só oficiais com a patente de general podem exercer o cargo.
O comandante geral cessante entrou para a Polícia com grande oposição dos quadros da corporação que também nunca aceitaram bem o facto do ministro do interior ser um civil.
Custódio Pinto nunca foi bem aceite como militar das Forças Armadas num ambiente de oficiais superiores de polícia.
É da competência do Comandante Geral propor ao ministro do Interior, a nomeação dos comandantes provinciais e de ramos. Como Custódio Pinto era um “paraquedista”, passe a expressão, no Ministério do Interior, os anti-corpos na corporação trataram de lhe criar todas as dificuldades e mais algumas que culminam com um ambiente de insegurança preocupante a que o Presidente da República, ao fazer ascender o vice-comandante geral Jorge Henriques da Costa Khalau, um oficial de Policia, terá ontem acabado por tentar pôr termo às desavenças internas numa derradeira tentativa de controlar a situação na corporação.
Custódio Pinto, encontrava-se na Polícia em comissão de serviço, e neste caso volta a sua proveniência nas Forcas Armadas de Moçambique, muito concretamente no ramo da Força Aérea.
Fontes da Polícia da República de Moçambique (PRM), dizem que a exoneração de Custódio Pinto, tem a ver com a ineficácia deste, perante os acontecimentos dos últimos tempos, que ele próprio nunca se dignou a esclarecer publicamente como mandam as regras da corporação.
A opinião pública também está hoje mais exigente e “pedia que rolasse uma cabeça” para que se visse da parte do governo alguma atitude de responsabilização.
A criminalidade está hoje a níveis nunca dantes conhecidos pondo inclusivamente em causa o actual chefe de Estado cuja continuidade no cargo também se questiona em alguns sectores, num momento em que também o principal partido de oposição se apresenta seriamente desorganizado sob a liderança de Afonso Dhlakama.
(Bernardo Álvaro)
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