Editorial
Os protagonistas da maior vergonha do ano!
Está a ficar claro, para quem quer entender as coisas, que, afinal, a maior vergonha do ano tem protagonistas concretos e conhecidos, os quais são encabeçados por José Pacheco, ministro do Interior, e integram outros figurantes de menor estatura, tipo Pedro Cossa, os quais, para além de incompetentes, são mentirosos e enganam o povo, dizendo que estão a investigar, através de uma comissão de inquérito, a fuga de Anibalzinho, quando, afinal, não existe nenhuma comissão de inquérito, nem o aludido chefe da comissão foi, sequer, contactado para integrar tal comissão! Esta é que é a verdadeira dimensão da maior vergonha do ano! A maior vergonha do ano, em nosso modesto entender, não é a fuga de Anibalzinho. A maior vergonha do ano é a revelação da falência técnica, política e organizacional do Ministério do Interior e do Comando Geral da PRM. Ou seja, o Ministério do Interior do ministro Pacheco está pior do que o mesmo organismo, no tempo de Almerino Manhenje, em termos de coordenação e direcção das Forças de Lei e Ordem e em termos de credibilidade da sua imagem publica.
Aliás, em termos de gestão financeira, está também pior do que no tempo de Manhenje, pois o Tribunal Administrativo acaba de demonstrar que, em apenas um ano (2006), mais de 137 milhões de meticais foram usados de forma irregular e sem justificativos, para além de elevadíssimas outras despesas efectuadas sem a observância das regras legais de concurso publico.
Ou seja, José Pacheco, que foi preponderante na desgraça de Manhenje, está, precisamente, a fazer pior que o seu predecessor, o que, quanto a nós, justifica, plenamente, que a PGR, em nome da fiscalização da legalidade e da imparcialidade da sua actuação, exerça acção penal sobre José Pacheco, nos mesmos moldes em que a exerceu no caso do seu predecessor. Doutra forma, não haverá credibilidade nas mediáticas acções do Ministério Público, ao prender uns e deixar outros, quando fizeram, precisamente, a mesma coisa, ou pior.
Mas, o motivo deste longo intróito é o desvendar dos contornos da maior vergonha do ano, que este jornal teve a felicidade de sentir, em primeira mão, na voz revoltada do general Benedito Zinocacassa, Comissário da Policia e Inspector Geral do Ministério do Interior, que, aborrecido com a falta de seriedade no seu próprio Ministério, acabou desabafando para o público coisas que, doutro modo, não chegaríamos a conhecer.
Diz o general Zinocacassa que é mentira que ele é chefe da tal alegada comissão de inquérito para averiguar as circunstancias da fuga de Anibalzinho, a qual, segundo havia sido anunciado, deveria entregar um relatório em apenas 10 dias. .
Zinocacassa diz que está de ferias e só não está na Beira, sua terra natal, por falta de fundos. Ele está muito aborrecido com "as brincadeiras" dos seus colegas de, periodicamente, libertar prisioneiros em troca de benesses materiais e afirma, categórico, que os que tiraram Anibalzinho sabem onde é que ele está, pelo que não há-de ser ele que vai andar a contribuir para "deitar mais areia aos olhos do povo".
De um colega de Zinocacassa, há mais de 30 anos na Policia, soubemos que, de facto, este general é das poucas pessoas honestas no MINT e que, por diversas vezes, ele chamou a atenção sobre a eventualidade de fugas, traições e assassinatos no seio dos comandos policiais, devido aos elevados índices de corrupção reinantes no seio daquele serviço do Estado.
Portanto, o ministro do Interior, José Pacheco, mais uma vez, mentiu ao povo, ao informar que criou uma comissão de inquérito chefiada por aquele general. Aliás, tudo leva a crer da inexistência de tal comissão!
Significa isso que, para além de incompetentes, os responsáveis do MINT são mentirosos e mentem sobre coisas sérias da vida do Estado, sob o olhar sereno de quem os deveria demitir, sumaria e culposamente, das suas responsabilidades públicas, pois revelam-se indignos de ocupar tão serias funções.
Tal como o dissemos em ocasiões anteriores, o Ministério do Interior precisa de sofrer uma revolução geral, uma remodelação profunda, incluindo a aposentação compulsiva de algumas figuras ligadas ao Comando Geral da PRM, por estarem a fazer daquele organismo público propriedade privada e fonte de enriquecimento ilícito, através de esquemas de corrupção e de promiscuidade entre o serviço do Estado e a actividade de quadrilhas criminosas, o que mancha, grandemente, a imagem do Estado e corrói a confiança dos cidadãos nos órgãos de soberania.
Exigimos que o ministro do Interior explique, publicamente, quem é, afinal, o chefe da comissão que diz ter criado para investigar as circunstâncias da fuga de Anibalzinho, e por que é que anunciara o nome do general Zinocacassa quando este nem, sequer, havia sido contactado para o efeito? Será que, realmente, alguém esta a investigar alguma coisa nesse sentido?
Exigimos, por outro lado, que o Presidente da Republica actue, urgentemente, sobre a situação de falência técnica, política e organizacional do Ministério do Interior e encontre para ela os remédios necessários, por forma a recuperar-se a confiança pública naquele organismo do Estado.
É que os níveis de putrefacção interna do MINT são tão insuportáveis que já extravasam e afectam, de forma gravosa, a segurança pública e a estabilidade sócio-politica do Pais. Os cidadãos precisam de ter uma Policia que amedronte os criminosos e proteja as pessoas e seus bens. A actual PRM é vulnerável, e é, infeliz e facilmente, atacada e morta por gangs criminosas, devido a alta infiltração do crime organizado, nas estruturas internas da corporação.
Essa situação, Senhor Presidente, deve fazer parte da prioridade da sua agenda, sob pena de a sua inacção neste capitulo defraudar a confiança dos cidadãos no seu Chefe de Estado.
O MINT é uma das peças fundamentais no funcionamento de um Estado democrático, pelo que a sua gestão é um assunto muito serio que não pode estar entregue a um bando de corruptos, incompetentes e mentirosos, altamente financiados pelos impostos da população trabalhadora do Pais.
E urgentíssima a restruturação geral do MINT!
É, igualmente, urgentíssima a responsabilização penal aos dirigentes do MINT pelos clamorosos desvios de fundos e funcionamento à margem da Lei, detectados pela auditoria do Tribunal Administrativo no exercício de 2006.
A PGR, se quer ser tida como seria, idónea e imparcial, não pode permitir que seja vista como pai de uns e padrasto de outros, pelo que deve agir sobre os actuais dirigentes do MINT, os quais se encontram na mesma situação penal que os enclausurados, preventivamente, na Cadeia Civil de Maputo.'
Salomão Moyana – Editorial
Magazine Independente – 17 Dezembro/2008
Harshita Brella died from strangulation, tests say
-
Northamptonshire Police says the preliminary cause of Harshita Brella's
death was strangulation.
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