MAPUTO – O estado da Nação está em piores condições, no presente ano, comparativamente ao ano passado, sobretudo, porque o País não conheceu
grandes evoluções no que tange à satisfação das necessidades da população.
A fúria dos moçambicanos está tornando-se cada vez mais evidente, devido ao mau desempenho do Governo, que tem à cabeça a figura de Armando Guebuza, que prestará, hoje, como tem aconte-cido, tradicionalmente, o informe anual sobre o estado da Nação à Assembleia da República.
Relatos dando conta do aproveitamento e uso indevido de bens públicos por um punhado de gente, constituído por algumas figuras de proa foram múltiplos, ao longo de
2008, aumentando a frustração dos cerca de 20.5 milhões dos moçambicanos, muitos dos quais mergulhados na pobreza absoluta.
O primeiro indicativo da fúria populacional ocorreu aos 5 de Fevereiro, quando se anunciou a subida de preços dos transportes, com os citadinos a saírem às ruas, em
repúdio contra a medida. A sublevação popular resultou em mortes e detenções, destruição de empreendimentos sociais e económicos, tendo, na altura, o Presidente da
República, Armando Guebuza exonerado o ministro dos Transportes e Comunicações, António Munguambe, na sequência daqueles tumultos contra a subida do preço dos “chapa-100”.
A seguir, foi o custo de pão que foi agravado, em cerca de 50 porcento, tendo a população ameaçado manifestar-se. Porém, o titular da pasta da Indústria e Comércio, António Fernando, soube contornar a situação, esclarecendo que o problema derivava da conjuntura internacional aliada à falta de trigo, para além de que o País não produz o suficiente, dependendo de outros paises.
O crime violento subiu muito, também, ao longo do presente ano, prestes a findar, com assassinatos de cidadãos, incluindo agentes de defesa e segurança nacional, em todo o canto do País, com o envolvimento de gangs que, para lograr seus intentos, beneficiam da protecção de alguns dirigentes bem colocados nos órgãos de administração policial e da Justiça.
A crescente onda de criminalidade está a tornar o País inseguro para viver, ao mesmo tempo que afugenta potenciais investidores que queiram aproveitar-se das vantagens que este Moçambique oferece, em diversas áreas produtivas, como as de hotelaria,
turismo, indústria e comércio.
A recente fuga de Aníbal dos Santos Júnior, vulgo Anibalzinho, facilitada,
supostamente, por agentes da Polícia da República de Moçambique, PRM, veio colocar em freio a imagem positiva do País, pelo mundo fora, dado que, não é a primeira vez que aquele cadastrado foge das mãos da Polícia, mas nunca o governo pensou em medidas
seguras de protecção que possam impedir as sucessivas fugas.
Promessas de recaptura do Anibalzinho, condenado em conexão com a morte do jornalista Carlos Cardoso, aos 22 de Novembro de 2000, nunca são concretizadas, evidenciando cumplicidade por parte de dirigentes policiais, na fuga daquele bandido.
O Presidente da República, hoje, no Parlamento, provavelmente, vai dizer que o estado da Nação está bom, tal como o tem feito, nos anos anteriores, para ludibriar o pacato cidadão que continua a ser perseguido pelo crime.
Fora da criminalidade, este ano foi caracterizado por incêndios que deflagraram
instituições públicas, destruindo vários equipamentos informáticos, incluindo documentos contendo contas do dinheiro do erário público.
A “praga” de incêndios não foi esclarecida, ainda, mas se acredita na hipótese
de que a mesma tenha sido provocada, segundo a Procuradoria Geral da República, que, em Namaacha, disse que no incêndio ocorrido, por exemplo, no edifício da contabilidade Pública, há indícios de fogo posto. É opinião consensual que os
incêndios têm como pressuposto básico encobrir desvios que acontecem, nas instituições públicas.
Entretanto, nem tudo correu de mal a pior, ao longo 2008, pois, houve, de facto, alguns avanços, particularmente, no que tange à luta contra a corrupção, com a detenção de alguns agentes do Ministério do Interior, incluindo o exministro, Almerino Manhenje, até hoje, encarcerado, na Cadeia Civil, por envolvimento no desvio de 220 milhões de meticais.
A detenção por desvio de fundos do Presidente do Conselho de Administração, PCA, da empresa Aeroporto de Moçambique, Diodino Tambaza, constitui a outra mais-valia do Executivo de Armando Guebuza, que merece aplausos da população.
Neste momento, estão em investigação outros casos de corrupção envolvendo figuras de proa, como o envolvendo António Munguambe, exministro dos Transportes e Comunicações
e José Pacheco, ministro do Interior, de um ex-administrador do extinto Banco Austral e dois agentes de segurança privada, que trabalharam, directamente, com o economista e Presidente do Conselho de Administração assassinado, António Siba Siba
Macuacua. (Redacção Tribuna Fax)
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