Anunciado para Março em Nampula 5.º Congresso da Renamo
* O anúncio foi feito por Jeremias Pondeca, da Comissão Política deste partido e membro do Conselho de Estado pela Renamo
Maputo (Canal de Moçambique) – Os membros da Renamo na Cidade Maputo, repudiam veementemente a forma como o porta-voz desta formação política, a maior da oposição, Fernando Mazanga, vem tratando os quadros deste partido, sobretudo ao nível da imprensa, apelando para “quem o continua a mandar para falar em nome do partido na imprensa, deve rever se este é o homem certo ou não para falar em público sobre os assuntos meramente internos que dizem respeito aos membros e aos canais instituídos”. Está instalada a indignação na Renamo que vive um conturbado momento da sua existência.
O «Canal de Moçambique» no último domingo, à margem da reunião denominada de encerramento do «ano político» deste partido ao nível da cidade de Maputo, realizada no Distrito Municipal N.º2, em Xipamanine, apurou que “Mazanga não deve continuar a tratar os assuntos internos do partido e os erros dos seus quadros, ao nível dos canais de imprensa”, como o fez recentemente em debate televisivo e ainda ontem na STV, quando tratou os deputados Ismael Mussa, Manuel de Araújo e José Colaço, de “gente nova que não pode exigir um congresso extraordinário do partido”.
Em causa estão os mais recentes pronunciamentos de Fernando Mazanga, em que ele apelidou Daviz Simango como “um rebelde que não pertence à Renamo” quando este após ser excluído pelo seu partido da corrida a presidente do Conselho Municipal da cidade da Beira “sem justa causa” como alegam os membros, decidiu avançar como independente e foi seguido pelos próprios membros na Beira que abandonaram pura e simplesmente o candidato oficial indicado pela direcção do Partido. Mazanga também disse na semana passada que, Dionísio Quelhas, Colaço, Araújo e Mussa são “novos que vieram agora no partido para imporem regras e congresso extraordinário” e isso está também a indignar os membros que entendem que só um congresso pode salvar a situação da Renamo se é que ela ainda tem remédio depois do descalabro eleitoral do partido nas últimas eleições autárquicas.
“Se Ismael Mussa e outros, cometeram algum erro, o lugar de os retratar é aqui no partido, e não imprensa como tem vindo a fazer Mazanga. Ele deve ser removido, porque cada dia que passa nos enche em publico de vergonha com pronunciamentos baixos. A não acontecer a sua remoção, ou pelo menos a sua chamada de atenção, então podemos concluir que ele é um moleque de quem o manda”, afirmou um dos membros seguido por declarações do mesmo teor feitas por alguns delegados distritais do partido em Maputo.
Esses delegados contudo deixaram subjacente, que não pretendem dizer com isso que apoiam os posicionamentos que tem vindo a ser assumidos pelos quadros visados por Mazanga. “Queremos dizer que o lugar de resolver os nossos problemas, incluindo chamadas de atenção é aqui no partido, onde pensamos que temos fóruns próprios. Não deve ser como tem vindo a acontecer. Não queremos que estes funcionem assim”, registámos de um outro membro presente no encontro dirigido por Jeremias Pondeca.
“Até porque ele o Mazanga, também não é nada no partido para tratar os outros como os trata. Não podemos aceitar continuar a sermos tratados como analfabetos, e como gente que não tem capacidade de análise. Será que todos somos burros e apenas ele (Mazanga) sabe tudo sozinho? Por favor, temos que fazer alguma coisa para salvar o partido deste tipo de gente que não quer o seu progresso”, afirmou um dos membros que aparentava ser um dos combatentes da Renamo. Aliás foi o mesmo membro que questionou a forma “pouco clara como tem sido gerido o partido”. E também questionou o posicionamento da liderança sobre a situação da cidade da Beira onde os membros estão divididos a ponto de terem deixado, durante a campanha, o candidato oficial do partido, Manuel Pereira, como frisou o tal membro: “sozinho como um vendedor de amendoim”. Esse mesmo membro apelou para medidas visando para a inversão do cenário no até então bastião da Renamo.
Apesar da divisão de opiniões dentro do partido sobre os resultados das recentes eleições autárquicas, alguns membros consideram que estes são resultado da “estratégia da Frelimo para fragilizar a Renamo, como o que aconteceu durante os 16 anos de guerra” em que foram ouvidos discursos d em que se pedia “amnistia aos bandidos armados”, afirmações do género “partimos a espinha dorsal do inimigo”, “os bandidos estão em fuga descontrolada”, “o fim dos bandidos está próximo”, entre outros que vaticinavam o fim da Renamo.
“A sensação hoje é de que se quer dar à opinião publica a ideia de que a Renamo, politicamente está no fim, de modo a desmoralizar os membros, apoiantes, simpatizantes e o público que tem vindo a apoiar o nosso partido” disse um membro e apoiado por outros por outras palavras. Os membros afirmaram nesta reunião de domingo em Maputo que estão empenhados para darem a volta aos resultados eleitorais.
Congresso?
Entretanto a Renamo, anunciou na ocasião, para Março de 2009, a realização do seu 5.º Congresso. Disse que será na cidade nortenha de Nampula. Foi pelo menos isso que deu a conhecer o membro da Comissão Política deste partido, Jeremias Pondeca Munguambe.
Pondeca afirmou que, entre outros assuntos no Congresso – que já foi anunciado e adiado sucessivas vezes que já ninguém acredita que ele se possa realizar – será discutida a estratégia para as eleições provinciais e gerais a terem lugar, em principio, no mês de Outubro do próximo ano. Pondeca também anunciou que durante o mesmo serão eleitos os órgãos do partido.
Mazanga
Dizer, entretanto, que ontem à noite, num debate em Maputo televisionado pela STV, Fernando Mazanga, que se apresentou como “porta-voz do Partido a nível central”, disse que o partido não tem dinheiro para promover um Congresso pois segundo ele “um congresso começa com muito congressosinhos em muitos sítios”.
(Bernardo Álvaro)
Probation: 'Too few staff, with too little experience, managing too many
offenders'
-
Probation officers say they were overworked even before thousands of
prisoners were released early.
1 hour ago
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