Olá Helena
Tudo bem, minha querida amiga? Do meu lado está tudo a correr o melhor possível. E posso dizer-te que, agora, estou ainda melhor.
É que acabo de ouvir, na rádio, que o Barack Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos.
Será porque ele é negro, ou mulato? Sim e não.
Sim pelo que isso significa em termos da maturidade política do povo americano. Quando eu era miúdo os não brancos, nos Estados Unidos, tinham casas de banho separadas, andavam nos bancos de trás dos autocarros, tinham escolas separadas, cinemas separados, restaurantes separados. Tudo separado, como, de resto, acontecia
também aqui, no nosso país. E, no meu tempo de vida, isso mudou a ponto de um não branco ter sido agora eleito Presidente.
Não, porque não creio que a cor da pele seja o que vai determinar a política de Obama. Não nos esqueçamos que a cor da pele de Condolleza Rice parece quase igual à de Obama e nem por isso ela deixou de ser uma feroz seguidora das políticas aberrantes de George Bush.
O que me parece muito positivo em Barack Obama é a maneira dele de estar na política. O facto de ser um homem viajado, que conhece o mundo, que tem família em partes tão distantes da América como o Quénia e a Indonésia, que fez trabalho cívico
junto das comunidades desfavorecidas do seu país.
A única viagem conhecida do seu concorrente, o senador McCain, foi quando ele foi ao Vietnam. Para conhecer os vietnamitas e a sua cultura milenar? Não.
Para os bombardear a partir do seu avião. Para lhes queimar as casas e as culturas agrícolas, para os matar, ferir, queimar e mutilar.
Tudo isto me faz pensar que, com Barack Obama na Casa Branca, a vida dos americanos vai melhorar e, dado o poder imenso daquele país, alguma coisa irá também melhorar a vida de todos nós.
Só que a História ensina-nos e os Estados Unidos têm uma História que nos deve preocupar.
Desde que me lembro, o caso mais parecido com esta vitória de Barack Obama foi a eleição de John Kennedy.
Também ele pertencia a uma minoria, era católico num país predominantemente protestante.
Também ele era jovem, com ideias arejadas, com formas menos viciadas e corruptas de olhar para o seu país e para o mundo.
E todos sabemos o que lhe aconteceu naquele dia sinistro em Dallas, no Texas.
Não tenho a menor dúvida que deve haver, neste preciso momento, uma quantidade enorme de americanos a limpar as suas armas para tentarem dar cabo daquele negro que se atreveu a concorrer para a Casa Branca e, principalmente, que ganhou.
Não me admirava nada que houvesse gente a tentar, a tiro, que Obama nem sequer chegue a tomar posse. Ou, caso tome posse, que não fique a dar ordens no Salão Oval por muito tempo.
Mas isto que eu sei sabem-no muito melhor os elementos dos Serviços Secretos americanos, a quem cabe a tarefa de proteger o seu chefe de Estado.
Para já vamos ter atenção às pessoas que Obama vai chamar para a sua equipa. Quem são, que ideias defendem, quais as posições que manifestam perante os problemas nacionais e internacionais.
Mas isso irá demorar algum tempo, ao que suponho.
Para já deve estar a descansar do esforço gigantesco dos últimos tempos na conquista do eleitorado.
Que se prepare, pois a tarefa que o espera quando tomar posse não é pêra doce. Duas guerras, uma no Afeganistão e outra no Iraque, e a pior crise financeira das últimas muitas dezenas de anos são dores de cabeça que assustam qualquer um.
Mas Obama tem aquele ar jovem, enérgico e inteligente. Tenhamos esperança de que vai conseguir dar a volta a todos esses problemas.
De qualquer forma, amiga, hoje (ontem) o dia nasceu bonito e cheio de esperança. E isso já foi muito bom.
Um beijo para ti do
Machado
Archbishop candidates need 'heads reading', says bishop
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The Bishop of Gloucester does not want the "very, very difficult"
Archbishop of Canterbury job.
7 hours ago
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