Friday 31 October 2008

A Opiniao de Edwin Hounnou

As falsas derrotas do líder
A forma inédita e esquisita de fazer política seguida pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ou melhor, de não fazer política, deixa-o cada vez mais isolado. Está desacreditado e rodeado, apenas, pelos seus acólitos que o enganam e driblam em todas as esquinas da política.
Com a descida drástica, nas eleições gerais de 2004, Dhlakama quedou de 48 porcento para 29 e a Renamo de 117 assentos parlamentares, hoje, detém, só, 90. isso resulta
do mau desempenho da máquina do partido, apesar da vontade das bases em inverter o cenário. Não se deve ao facto de a Frelimo roubar votos, como Dhlakama se tem desculpado dos constantes desaires eleitorais nem do fortalecimento do seu adversário.
Dhlakama compara-se a um atleta famoso que, sempre, se atira ao chão, no exacto momento quando todos esperam que ele corte a meta. Quando isso acontece uma vez, a gente diz que, talvez, se tenha tropeçado ou, maldosamente, empurrado pelo adversário
mais directo. Porém, quando o fenómeno se repete com a mesma frequência, começa a levantar suspeitas de que o tal atleta cai para favorecer o adversário.
Alguém financia as derrotas que ele anda a consentir. É uma jogada financiada pelo seu suposto adversário, burlando seus admiradores e amigos.
É isso que Dhlakama faz. As derrotas que averba desde as eleições de 1994, 1999, 2004 fazem parte do jogo.
A derrota nas próximas eleições não será excepção à regra.
Algo anda mal na liderança da Renamo. Pode-se constatar tal fenómeno, que é um segredo aberto.
Ninguém aposta em partidos ou organizações que, no lugar de lutarem para melhorar a sua prestação, se metem em guerras de autodestruição.
Parece ser um acto contínuo e propositado para não se chegar ao poder.
Não se entende como um partido tão grande anda metido em lutas intestinais ao invés de se preparar para ganhar as eleições. Enquanto a Frelimo se prepara para ficar com
todos os municípios, a Renamo vai-se auto flagelando, destruindo as poucas vitórias que conseguiu.
As brechas abertas na Renamo são tantas que os camaradas dizem que vão ocupar quase todos os assentos parlamentares. Se isso vier a acontecer, não ficaremos espantados. Temos alertado a direcção da Renamo para alterar sua postura a fim de voltar a ser
preferência dos eleitores.
A contradição entre os propósitos proclamados e a prática diária, permite desconfiar que, na Renamo, alguém anda a enganar os outros. Não é normal que um líder, num momento, afirme uma coisa e a seguir entre em contradição.
O voto é a única arma que o povo tem para exigir seriedade aos dirigentes que
dizem fazer política para servir os interesses da maioria. Há percepção
generalizada segundo a qual o Dhlakama não está interessado no poder.
As constantes manobras e recuos quando os momentos da verdade não
acontecem por acaso. Dhlakama tudo faz para perder as eleições, favorecendo
à Frelimo. As desconfianças avolumam em torno deste comportamento anormal
do líder da perdiz.

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