Há espaço para diálogo - segundo Primeira-Ministra, no encerramento da XI Conferência Anual do Sector Privado
QUANDO os altos custos de transacção põem em causa a sobrevivência do país é possível estabelecer-se diálogo para que as empresas possam desenvolver os seus negócios, segundo defendeu ontem em Maputo a Primeira-Ministra, Luísa Diogo. Respondendo a uma preocupação sobre a matéria levantada no decurso da XI Conferência Anual do Sector Privado (CASP), que ontem encerrou, a governante recordou como Moçambique lidou com os custos dos combustíveis entre Março e Setembro deste ano, nomeadamente através do consentimento de sacrifícios de todas as partes: Governo, privados e sociedade no geral.Maputo, Sexta-Feira, 31 de Outubro de 2008:: Notícias
À esteira dos debates da CASP, o empresariado demonstrou alguma preocupação com relação aos altos custos de transacção, sobretudo na componente de transportes, devido à carestia dos combustíveis, chegando mesmo a propor uma uniformização da tabela para evitar que sejam as zonas do país desprovidas de portos a pagarem em grande medida essa factura.
O sector privado, através do presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Salimo Abdula, deu a entender ao Governo que os altos custos de transacção constituem obstáculo à produção e competitividade das empresas, quer dentro do país, quer na região e no mercado mundial.
“A experiência de como Moçambique lidou com os preços dos combustíveis de Março a Setembro deste ano demonstra que é possível dialogar com o sector empresarial, seja privado, público ou estatal, seja de monopólio ou não monopólio. Sentámo-nos com os CFM e outras empresas para tirar as ‘gorduras’ dos custos de transacção, ou seja, aquelas taxas que não têm nada a ver com o trabalho que as empresas fazem e algumas taxas bancárias”, referiu.
É neste contexto que Luísa Diogo considerou o diálogo Governo/sector privado em Moçambique, como uma experiência única na região e no mundo, na medida em que conseguiu-se uma saída pontual para a problemática dos combustíveis, para com mais calma tomarem-se as decisões necessárias.
“A competitividade é uma questão de sobrevivência da empresa, do país na região e a nível global. Achamos que devemos tratar desta matéria como partes interessadas no processo. Por isso, usemos esta experiência para eliminar tudo aquilo que pode perfeitamente ser expurgado ou mudado para o bem da produção e da produtividade”, explicou.
Para Luísa Diogo, falar de custos de transacção é algo muito vasto, tendo citado como exemplos a cabotagem, em termos de disponibilidade atempada do barco ou outro meio de transporte para as mercadoria e energia e combustíveis para a área da agricultura e pescas. “Façamos esforço individual para benefício comum”, disse Luísa Diogo, acrescentando que a taxa de câmbio entre o dólar e o rand e entre este último e o metical, bem como a queda do petróleo no mercado internacional, devem constituir oportunidade a aproveitar.
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