Eleutério Fenita
Correspodente da BBC, em Maputo
O jornal independente considera que 'alguém se sente incomodado' com a reportagem.
Uma reportagem sobre o narcotráfico e seus meandros em Moçambique, parece ter estado por detrás da compra à boca da gráfica da última edição do semanário independente Zambeze.
O jornal acredita que se tratou de uma tentativa de impedir que o mesmo chegasse às mãos do público, à qual respondeu com uma nova edição posta na rua esta Sexta-feira.
A reportagem em causa terá já originado ameaças de morte ao seu autor.
Inédito
Não foi fácil chegar à fala com os normalmente afáveis ardinas, esta Sexta-feira entretanto pouco dados à conversa quando o assunto era o jornal Zambeze.
Não é afinal normal o que terá acontecido ao grosso, aparentemente dos 10 mil exemplares que fazem a tiragem do semanário.
”Alguém comprou na gráfica; não sei se foram deitar fora ou queimar’ disse um ardina e avançou como opinião “dizem que é por causa desta cena que saiu aqui”.
a tentativa da equipa de que faço parte é a explicação do crescimento dos impérios de lavagem de dinheiro em Moçambique
Luís Nhachote, sub-editor do jornal Zambeze
O jornal Zambeze suspeita que tudo esteja relacionado com uma reportagem sobre o narcotráfico, as suas ramificações e os seus labirintos em Moçambique e na região, e cuja quinta parte foi esta semana publicada.
Lavagem de dinheiro
O seu autor é o jornalista Luís Nhachote, sub-editor do semanário. “Pela primeira vez a tentativa da equipa de que faço parte é a explicação do crescimento dos impérios de lavagem de dinheiro em Moçambique”.
Segundo acrescentou “estamos a falar de riqueza não explicada, de proeminentes grupos que grupos que vêm exibindo a sua opulência em Moçambique e, em relação aos quais, as autoridades têm prerrogativa de proceder a investigações, o que até agora nunca aconteceu em Moçambique”.
Neste puzzle ainda faltam alguns elementos, pois não é possível que esses grupos surjam sem conivência do poder político”.
O jornal Zambeze considera que “a compra de 10 mil cópias nas circunstâncias em que teve lugar é um sinal de que alguém se sente incomodado”.
Nhachote disse á BBC que a decisão de repor a edição não tem motivações financeiras mas “é em respeito pelos leitores”.
Segundo ele recebeu ameaças anónimas relacionadas com os trabalhos que tem vindo a publicar sobre o narcotráfico em Moçambique.
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2 comments:
Epa este negocio da informacao ja esta a dar muito que falar eu como cidadao questiono me quem foi que comprou estas tiragens todas aquem esta informacao incoda porque querem privar o povo mocambicano de informao? afinal o que e isto i para onde vai isto?
porque permite - se isto.
no final das contas chego a conclusao que e muito triste mas verdadeira que nao se actua porque as pessoas que tem o direito de tomar medidas a esse tipo de situacoes podem ser conoventes porque isso nao se esplica. forca ao jornad dizer que nao se vendam como os outros midias facam o voco trabalho, cedo ou tarde os mocambicanos como eu vao reconhecr que tivemos um jornal serio sem comprometimento com ninguem, e repetir muita forca ai. abracos abracos
Esta claro, Mocambique esta colonizado pelos narcotraficantes, o poder esta corrompido.Forca Jornalistas, tragam nos a verdade seja ela qual for.
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