A EXPORTAÇAO de madeira processada como panga-panga, umbila, chanfuta, pau-preto e pau-ferro acaba de ser retomada no país para os mercados da Alemanha, Japão, Itália e África do Sul, depois de algum interregno motivado pela China, ao oferecer uma tabela de preços atraente. Para já, este último país asiático, que constituía a rota preferencial dos produtos nacionais, acaba de intensificar a exploração interna destes recursos, passados que foram longos anos de reflorestamento.
De acordo com o director nacional de Terras e Florestas, Raimundo Cossa, Moçambique regista anualmente um rendimento entre 35 e 50 milhões de dólares americanos na exportação de madeira, numa quota situada em 150 mil metros cúbicos, dos 500 mil internacionalmente autorizados.
Falando ontem à nossa Reportagem, no final da sua primeira visita de trabalho à província de Sofala, na qualidade de responsável máximo do sector, a fonte acrescentou que o país está a viver um período de transição, implicando consequentemente um embate no mercado com vista a melhorar o funcionamento da actividade.
A queda nesta exportação, segundo ele, está enquadrada na conjuntura internacional. Por outro lado, também se registou a rescisão na exploração de algumas espécies florestais, sobretudo da mondzo, missassa e panga-panga.
Consequentemente, a província de Sofala, por exemplo, registou um decréscimo na arrecadação de receitas no último semestre na ordem de 20 milhões de meticais, contra os 23 alcançados em igual período do ano passado. Para além de 7500 metros cúbicos de madeira processada, sete mil toros e 460 metros cúbicos de réguas de parquet exportadas este ano, aquela região conta ainda com mais de dois mil metros cúbicos em “stock”.
O problema de fundo é que o mercado asiático aceita com maior facilidade a exportação de madeira em toros, enquanto o Estado moçambicano defende o seu processamento para permitir maior valor acrescentado e criação de mais postos de trabalho. Trata-se, na verdade, de um grande desafio para o sector, fundamentalmente para os operadores do ramo.
Nota-se ainda no terreno muita pressão de poucas espécies, havendo necessidade de se alargar a base de explorações consideradas secundárias, designadamente, panga-panga e umbila. Neste domínio, Sofala leva a dianteira no reflorestamento, diferentemente de outras províncias na plantação de eucaliptos por privados e florestas comunitárias, cuja experiência vai ser replicada.
No entanto, operadores ligados ao sector na província Sofala são dados como estando a actuar de forma dispersa, sendo instados a avançar para o associativismo, devendo ainda cumprir rigorosamente com os respectivos planos de maneio.
Horácio João, Maputo, Segunda-Feira, 29 de Setembro de 2008:: Notícias
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