Thursday, 4 September 2008

JOVENS NA ZAMBEZIA


Reclamam lugar nos órgãos de decisão como a AR (Arquivo)Para resolver problemas: Queremos estar nos órgãos de decisão – pedem jovens participantes à II Conferência Provincial da Juventude na Zambézia

OS jovens da província da Zambézia solicitaram ao Governo para estarem mais representados nos órgãos de decisão por forma a terem oportunidades de discutir as políticas públicas sobre a juventude.

Reunidos semana passada na cidade de Mocuba, na Zambézia, em II Conselho Provincial da Juventude, os participantes defenderam que problemas como os altos índices de desemprego, falta de créditos para habitação, financiamento de projectos de empreendedorismo e o acesso ao Ensino Superior não têm sido discutidos com a devida profundidade, daí que se estivessem representados nos órgãos decisórios do Estado melhores soluções seriam encontradas pelo facto de serem eles os que mais sofrem.


A nossa Reportagem ouviu vários jovens sobre as suas expectativas após a realização deste encontro que acontece pela segunda vez em seis anos. Vasco John, jovem do distrito de Mopeia, afirma que os jovens enfrentam muitas dificuldades no acesso ao emprego e financiamento para projectos de auto-emprego mas não tem espaço suficiente para discutir e tomar decisões sobre os seus problemas.

Nós, como jovens, conhecemos os nossos problemas. Por isso, temos ideias das possíveis soluções, mas como não estamos nos órgãos que tomam decisões nada podemos fazer, disse o nosso entrevistado para quem o Governo deve assumir com a devida responsabilidade o financiamento de projectos apresentados pelas associações juvenis.

A fonte precisou que no contexto do Fundo de Investimento de Iniciativas Locais, vulgo sete milhões de meticais, o financiamento de projectos sustentáveis de jovens seria uma saída para resolver o problema do desemprego. A habitação é outra preocupação apresentada pelo nosso entrevistado e afirma que a falta de garantias exigidas pela banca coloca os jovens numa situação de eterno desespero, uma vez que nem emprego, nem património têm, em caso de o credor exigir algumas garantias.

Entretanto, Gaspar Cipriano de Mocuba, afirmou que há muitos jovens dispostos a tornar a política governamental de “revolução verde” uma realidade mas os financiamentos não têm sido muito abrangentes. Concorda, no entanto, com Vasco John na priorização do financiamento dos sete milhões a jovens que apresentem propostas mais sustentáveis na actividade agrícola.

Os recursos como água e terra existem em abundância mas os financiamentos não chegam para todos; como jovens assumimos este desafio de produzir comida e criar emprego para outros jovens mas não se pode fazer muito sem os recursos financeiros; aliás, alguns de nós começaram em pequenas porções com fundos próprios mas se tivéssemos uma injecção financeira teríamos feito melhor, disse Gaspar Cipriano entrevistado pela nossa Reportagem a-propósito das expectativas do encontro de Mocuba. Quanto ao desemprego, ficou claro para os participantes que não basta hoje fazer o nível médio , é preciso ter criativividade para criar condições do auto-emprego.

Por seu turno, Cecília Machel afirma que os jovens se envolvem em crimes nos centros urbanos é porque não têm actividades remuneráveis que garantam a sua sustentabilidade. Defende a necessidade de haver mais reforço sobre o fundo das iniciativas juvenis por forma a apoiar as associações para trabalharem no sentido de desenvolver projectos individuais, quanto colectivos. “Os jovens que concluem a 12ª classe não têm nenhuma actividade para desenvolver. É verdade que precisamos de ser mais criativos, mas há a necessidade de se apostar mais no financiamento dos jovens para projectos agrícolas, pequenas empresas, habitação, entre outros”, disse a fonte.

Entretanto, Gulhermina Francisco, de Pebane, afirma que a formação em áreas técnicas e financiamento aspecto que o Governo deve assegurar para resolver o problema do desemprego nos jovens. Explicou que a produção agrícola é uma grande saída para os jovens redimirem-se do desemprego mas apontou a questão do financiamento como crucial para assegurar o arranque dos projectos.

Os participantes foram unânimes em afirmar que a II Conferência Provincial da Juventude criou uma boa oportunidade para a interacção dos jovens e partilhar as suas experiências em diversos campos. Não deixaram de lamentar o problema do HIV/SIDA e afirmaram que tudo passa pela mudança de atitude dos jovens e serem sérios e honestos para consigo mesmos.

Entretanto, o director provincial da Juventude e Desportos na Zambézia, Inocêncio Paulino, disse na ocasião que os jovens constituem a força motriz para o combate à pobreza absoluta e o Governo está preocupado em formular políticas públicas que acomodem os interesses desta camada social.

Os temas que foram arrolados para o encontro de Mocuba estavam relacionados com o empreendedorismo como génese incontornável do empresariado, o HIV/SIDA e oportunidades de fomento de habitação para a Juventude.


IR AO ENCONTRO DAS OPORTUNIDADES

Os jovens devem ir ao encontro das oportunidades por forma a resolver os seus problemas como o desemprego, crédito para habitação, Ensino Superior e financiamento para desenvolverem pequenos negócios, disse o Governador da Zambézia, Carvalho Muária perante as reivindicações dos jovens que pretendem estar nos órgãos de decisão do Estado para discutir os seus problemas sociais. Carvalho Muária, afirmou que se, de facto, os jovens pretendem ver os seus problemas solucionados, não devem resignar-se perante o desafio de busca de soluções, pelo que apelou-os a serem mais criativos e inconformados face aos vários constrangimentos sociais, aproveitando os vários incentivos colocados a sua disposição como os sete milhões, o Fundo de iniciativas Juvenis e do Turismo por forma a materializar a visão do distrito como pólo de desenvolvimento.

O governador explicou aos jovens que no momento em que começarem a pensar e agir deste modo, poderão maximizar as oportunidades para transformar as potencialidades em riqueza, o que poderá estimular a criatividade, o empreendedorismo e coesão pelo associativismo juvenil.

Entretanto, Carvalho Muária apelou uma vez mais aos jovens a não estarem alheios à crise de alimentos que decorre da subida do preço decombustíveis. “Precisam de compreender a conjuntura socioeconómica em que vivemos e vós sois a camada economicamente activa e devem dar corpo à revolução verde”, disse o governante.

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