África do Sul : Onze ministros demitem-se

ONZE ministros sul-africanos, incluindo o das Finanças, Trevor Manuel, demitiram-se ontem dos respectivos cargos, na sequência da renúncia do Presidente Thabo Mbeki, anunciou a Presidência da República, em comunicado.

“O Presidente Thabo Mbeki recebeu nesta data as cartas de demissão dos seguintes membros do Governo, que aceitou com pesar”, diz o comunicado, que indica de seguida a lista dos ministros.

Entre os demissionários figura Trevor Manuel, Ministro das Finanças e muitas vezes elogiado pelos investidores estrangeiros; Mosiuoa Lekota, da Defesa, e Aziz Pahad, ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros. O vice-presidente Phumzile Mlambo-Ngcuka também apresentou a sua demissão.

“As suas demissões serão efectivas a partir do dia em que a demissão do Presidente for efectiva”, ou seja, amanhã, quinta-feira, precisa o texto, acrescentando que “todos os ministros indicaram a sua disponibilidade para ajudar o novo Governo na transição do poder”.

O Presidente Thabo Mbeki, em funções desde 1999, foi obrigado a demitir-se pelo seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), que o responsabiliza por ter influenciado a justiça contra o rival Jacob Zuma. Amanhã, a demissão de Mbeki torna-se efectiva e os deputados deverão nomear imediatamente o seu sucessor, que dirigirá o país até às eleições gerais de 2009. O grupo parlamentar do ANC designou segunda-feira o vice-presidente, Kgalema Motlanthe, para suceder a Mbeki até à realização das eleições de Maio próximo.

A decisão do ANC, apesar de aceitável do ponto de vista da Constituição, porque o Presidente não é eleito pelo povo, mas pela maioria parlamentar, foi vivamente denunciada na África do Sul.

O Prémio Nobel da Paz, Desmond Tutu, exprimiu uma “profunda inquietação perante o facto de a nação (...) ser sujeita à vontade de um partido político, qualquer que seja o apoio”, no jogo das acusações pessoais.

O ANC detém dois terços dos lugares da Câmara dos Deputados. A escolha de Motlanthe testemunha uma vontade de amortecer a crise. Este estratega político apreciado pelos dois campos tinha integrado recentemente o Governo Mbeki para assegurar a ligação entre as duas facções do ANC. Para mais detalhes clique aqui
In Noticias