Atenções viradas para Beira em Novembro

Beira) O Presidente do Conselho Municipal da Beira(CMB), Deviz Simango efectuou, no último Sábado, a sua primeira aparição pública, diga-se, aguardada com enorme expectativa, após ter-se candidatado como independente às eleições autárquicas
de 19 de Novembro próximo, tendo organizado um megaespectáculo no populoso bairro da
Munhava, concretamente, no campo de futebol, local onde tradicionalmente, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama orienta comícios.

Deviz Simango, apesar de durante o seu discurso ter referido que com o evento, não estava a efectuar uma campanha eleitoral, deu mostras de o ser e o mesmo, constituiu
mais um teste à sua popularidade, pois o recinto estava bastante abarrotado de gente de várias camadas etárias, superando de longe, ao das presenças do líder da Renamo quando se dirige para aquele espaço.
Contudo, põe-se a questão de no cardápio do espectáculo, terem desfilado artistas da preferência do público beirenses que para aquele campo de futebol ocorreu, como
dos concorrentes do passado concurso «Show de Talentos» e do contestado músico Azagaia.
Usando da palavra, Chico José, chefe da Comissão de candidatura de Simango, afirmou que "a candidatura de Deviz como independente não foi imposta pelas bases da Renamo,
mas sim, pelo Povo, porque ao longo do seu mandato, realizou todo um projecto que satisfez a população beirense, por isso é um candidato do Povo. Deus enviou Deviz para salvar a Beira".
Por sua vez, o edil Deviz Simango, começou por dar vivas a Renamo e ao seu líder, Afonso Dhlakama, dando mostras da sua contínua fidelidade a este maior partido da oposição em Moçambique, tendo ainda agradecido a coragem dos beirenses por terem insistido para que fosse candidato independente à sua própria sucessão.
O edil dos beirenses frisou a dado passo da sua intervenção, o seguinte: "este vosso filho não tem medo de ninguém. Nós venceremos. O povo da Beira sempre pautará por
revolução e mudanças. Vamos para a vitória. Não deixemos que vendam a Beira".
O jovem edil da segunda maior cidade do país, fez apelo de voto aos presentes no sentido de apostarem também na Renamo, com vista a alcançar uma vitoria e deter maioria na Assembleia Municipal da Beira(AMB).
Círculos de opinião pública beirense referem que o nível de popularidade de Deviz Simango atingiu um grau positivo e cria condições propícias para formar um movimento cívico ou partido ou ainda, voltar a estruturar o PCN que poderia conquistar um modesto número de aderentes.
SILÊNCIO DE PEREIRA
Entretanto, o concorrente à presidência do município da Beira, pela Renamo em Novembro próximo, Manuel Pereira, encontra-se ainda remetido ao silêncio e incomunicável, apesar da insistência da imprensa para que faça um pronunciamento
público sobre o pleito.
"Prefiro não comentar nada de momento. Reservo para a hora certa", é o que Manuel Pereira tem dito quando contactado por jornalistas de vários órgãos representados ou sediados na cidade da Beira.
Por exemplo, um jornalista de um matituno que nos solicitou o anonimato para esgrimir a sua visão acerca do silêncio do candidato Manuel Pereira, disse-nos o seguinte: "o silêncio de Manuel Pereira revela apreensão; a sua popularidade caiu, não se descarta a hipótese de a população vir a achincalhar-o no acto de campanha, revoltando-se pelo facto de o seu partido ter lhe escolhido em detrimento de Simango, todo o cuidado é pouco e ele devia acautelarse nessa altura e até solicitar a protecção da polícia, se preciso".
Eurico Dança repórter do Semanário Independente «SAVANA» afirmou que "o mesmo poderá acontecer com o Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama que poderá presenciar a sua popularidade a decair, caso venha a auxiliar Manuel Pereira na campanha. Repare que para Dhlakama fazer a campanha terá que falar do manifesto de Manuel Pereira, não dando importância ao de Simango e isso será impossível as bases do seu partido acatarem, pois querem lhe exigir satisfações por ter mudado de preferência".
De facto, o candidato Manuel Pereira, das vezes que ultimamente tem estado na Beira vindo de Maputo, onde tem participado nos trabalhos da Assembleia da República(AR),
não tem feito aparições públicas.´
No entanto, desde que foi escolhido como candidato da Perdiz no Chiveve, a única vez que Manuel Pereira foi visto foi olhado com bastante desdém e incredulidade por vários segmentos da camada social beirense na baixa da cidade, conforme podemos apurar. (Amin Nordine) In VERTICAL