Monday, 4 August 2008

A OPINIAO DE BENEDITO BULEIA

Alguns jovens acordam do seu sono infindo!
...Eis então a razão da nossa demissão em bloco do Conselho de Direcção do CPJ da Zambézia em
2007.
Palavras de filho dum veterano da luta de libertação nacional.
O dia 24 de Julho, queiram como não, deve ser considerado o dia da “libertação juvenil”; foi a
partir deste dia em que participando dum debate promovido pelo Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais, aprendi em resumo das mentes pensadoras da juventude, que é
chegado o fim do lambe-botismo e o início de uma nova fase, face aos próprios desafios e anseios da juventude.
Em 2007, quando ainda dirigia o cargo de presidente do CPJ da Zambézia, senti me atónito e com
a ousadia de sucumbir eternamente da Zambézia e jamais ver aqueles rostos que me rodeavam cheio de egoísmo, inveja e ódio. Usaram-me, pegaram os meus pensamentos e transformaram em mega-projectos, fizeram-me sentar dias para produzir documentos de seus interesses e chegado a hora da verdade, a hora em que o chefe aparece para agradecer pelo trabalho efectuado, apenas uns se posicionavam na frente e deixando por traz os pensadores. Descobri
durante o dia 24 de Julho que esta ideologia parece hereditária, porque no passado também uns
se empurraram para se destacarem.
Antes de aprofundar ao tema, gostaria de fazer uma advertência a aqueles que pensam que as
ideias dos jovens fazem parte de um primitivismo negativo de ideias que podem ajudar a construir uma país como este que já se encontra totalmente violado, abusado
parecendo que não vigora nenhuma lei, aliás, parece uma terra sem lei, onde os estrangeiros
invadem e prostituem-na sem pagar de volta o tal incentivo que estimula tal prática sexual. Este é o princípio duma época em só os jovens que possuem punho é que começam a despertar uns outros ainda num sono infindo; que vivem das migalhas que vão caindo de cima, esquecendo que estes na sua época se uniram e venceram a causa, e aqueles outros que não acreditavam neles, os tais na altura talvez lambe-botas dos tugas, acabaram caindo no abismo. (há um jovem pensador
da praça que não vou citar seu nome que chama esta atitude de Lambe-botismo ou escovasapatismo) Se forem a fazer uma análise da implementação da lei nos países vizinhos de Moçambique e comparando com este infeliz, irão encontrar um vácuo, uma lacuna imperdoável ao exemplo do consumo do álcool nas vias públicas, respeito mútuo, “igualdade” entre outros, apesar de também possuírem erros, mas que não se igualam aos deste país que cada vê despe-se e se torna imundo.
Constitui represália um jovem da FRELIMO bater papo com um outro da RENAMO e vice versa
trocando impressões? Partidos políticos são tipo religiões, cada um escolhe o mais conveniente,
dai o respeito pelo multipartidarismo plasmado na constituição e a união do povo.
Mas o que se nota é rancor por outra parte e ate separação do meio; isso leva ao divisionismo do
povo.
Caros jovens! Já basta o facto da minoria na Assembleia da República representarem um povo
na sua maioria que os mesmos desconhecem e nada fazem contra este.
No debate do dia 24 de Julho, tantos senão uns jovens gritaram com o mesmo tom que gostariam de ver um movimento que libertasse definitivamente esta juventude do marasmo que sofre...
parei e pensei, aliás até sorri porque este movimento já existe em criação apesar de não o
conhecer, é tal dum propalado PARLAMENTO JUVENIL. As conversas dos bastidores mostram
claramente que o que se discutira neste tal parlamento não são pessoas, mas sim ideia que irão
empurrar rapidamente este país embriagado de corrupção, injustiça, desigualdades sociais,
etc., etc.
Só um jovem menos atento e lambisqueiro é que não vê para onde vamos; mas aqueles que sabem que a exigência de 5 anos de experiência no sector laboral não ajuda o recém graduado,
continuam a apostar num outro Moçambique, alias num país já com Modelo definitivo (vide
frases de Salomão Moyana - Modelos)
Quando fôr necessário será substituído o esquema vigente por outro que "corrija" os defeitos
dos modelos anteriores. Apesar da riqueza continuar concentrada nas mãos de uma minoria cada
vez mais poderosa. Deixando dum lado o povo a cavalgar inertes pela pobreza.
Se é que já encontramos a formula e esta chamasse Parlamento juvenil, então caminhemos, e nada de politizalo.
Conheço jovens com ideias brilhantíssimas de combate ao SIDA, que algumas vezes já tentaram ate publica-las gratuitamente face as mortes que a mesma esta causando; tudo um vazio por parte dos superiores, até chego a um extremo onde me torno mais ridículo e sozinho digo
“será que não se trata de negócio desses tipos, trazem tanto dinheiro por este motivo e
nada é feito, os índices vão subindo sem interrupção”.
Algumas vezes perco a cabeça e penso solitário: se Machel viesse espreitar este país, não acreditaria que foi esta a República Popular onde não existia elitismo, onde a
educação tinha o verdadeiro significado; e sentiria pena dos Magermanes que ele pensava que
iriam se projectar.
Os organismos internacionais, as agências de cooperação e os diversos sectores devem começar
a dar uma atenção à população juvenil dimensionando a mesma como uma fonte de desenvolvimento do país.
Não existe eixos estratégicos para a formulação de politicas publicas para a juventude. Quero
sugerir ao governo que olhe para as seguintes variáveis face a juventude: Educação, Saúde,
emprego, integração e participação...
No dia 24, dia para mim histórico, o CEMO abriu uma oportunidade impar nas instalações do Sindicato Nacional dos Jornalistas em Maputo, onde em suma se notou que a juventude
está inserida num barco a deriva onde uns tentam a todo custo salvá-los porque descobriram a
costa para dragar.
Gostaria de chamar atenção para uma reflexão sobre alternativa para a juventude numa
perspectiva que ultrapassa a questão socioeconómica. Sabendo que vivemos com exclusões dos
mais variados tipos. Este momento impõe-nos o desafio de resgatar, incorporar e ampliar valores que condizem com a realidade actual do país, na defesa do bem comum e no cuidado dos pobres.
Temos, senão alguns, pelo menos motivos suficientes para dar um futuro diferente, brilhante e
de esperança a Moçambique.
Estamos no rumo certo jovens do 24 de JULHO.
Por: Benedito Ribeiro Buleia in Diario da Zambezia

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