Thursday 31 July 2008

Por si filiar a Renamo em Angoche

Irmão do SP do governo de Nampula sofre agressões da Frelimo


Camilo Tereci, primeiro secretário da Frelimo em Angoche, Rinho Ali, da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), Rui Muintinha, secretário de Poupança e o respectivo adjunto, Ângelo Maia, chefe da comissão de Agricultura, acompanhados por um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM), deslocaram-se a casa da vítima para obriga-la a regressar as fileiras da Frelimo partido de que já foi membro.
Nampula (Canal de Moçambique) – Está ao rubro o ambiente político na
província de Nampula, o maior círculo eleitoral no país. A Frelimo, partido no
poder desde a independência nacional, numa clara situação de desespero
político, está a cometer desmandos que fazem recordar os anos em que governava em regime totalitário e não era possível por lei a formação de outros partidos.
No município de Angoche, uma das cinco autarquias que é governada pela
Renamo no país, Fernando Rajabo Mucanheia, irmão de Francisco Mucanheia,
Secretário Permanente do governo de Nampula, por pouco perdia a vida, por
ter cometido o “crime” de se ter filiado a Renamo.
Os factos Por volta das duas horas do dia 6 de Julho, Fernando Rajabo Mucanheia, viu o seu domicílio ser invadido por membros da Frelimo.
De acordo com uma nota do partido Renamo naquele ponto do país, a que o «Canal de Moçambique» teve acesso, uma brigada composta por Camilo Tereci, primeiro secretário da Frelimo em Angoche, Rinho Ali, da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), braço juvenil do partido Frelimo, Rui Muintinha, secretário de Poupança e o respectivo adjunto, Ângelo Maia,
chefe da comissão de Agricultura, acompanhados por um agente da Polícia
da República de Moçambique (PRM), deslocaram-se a casa da vítima para
obriga-la a regressar às fileiras da Frelimo, organização político-partidária
de que ele já foi membro “como sendo sua única tábua de salvação” sob o risco
de, “abandonar o mundo dos vivos”.
Acto contínuo, os membros da organização que tem à testa Armando Guebuza, como presidente de facto e de direito, e Joaquim Chissano, como presidente honorário, encostaram-lhe uma faca no seu pescoço para obrigá-lo a renunciar ao partido de Afonso Dhlakama. Como resultado da recusa Fernando foi lançado junto a uma grande multidão, diz a nota, “fazendo recordar o tratamento que muitos moçambicanos, tidos como reaccionários pela Frelimo, tiveram no campo de concentração de Mtelela

Com efeito, a brigada de “liquidação ou convicção” de Francisco Mucanheia,
terá na ocasião se apoderado de sete mil e duzentos meticais (7.200,00Mt)
proveniente da venda de amendoim produzido com muito suor e sacrifício pela
vítima, bem como dois carneiros, dois patos, igual número de sacos de arroz,
cinco capulanas da esposa e ainda foi quebrado a óptica da sua motorizada.
Acto de género, terá igualmente acontecido com o presidente da Liga da
Juventude do partido da perdiz no mesmo posto, “onde as coisas estão mais
quentes”. João Amisse Vida, em Março último, foi vítima de barbaridades de igual natureza. A referida vítima perdeu um total de mil e trezentos meticais (1.300,00Mt) e outros bens e neste momento “clama pela justiça”.
Mutismo da PRM No município de Angoche tentamos sem sucesso ouvir a versão da Polícia da República de Moçambique (PRM), entidade que à luz da constituição vigente no país deve defender a segurança e ordem pública e não
acompanhar membros do partido no poder para forçar cidadãos a filiarem-se
ao mesmo. A nossa chegada à sede da PRM encontrámos o edifício complemente abandonado e entregue às moscas. Como não estava lá ninguém,
pegamos no nosso bloco de notas, e deixámos escritas as perguntas.
Nele deixamos os nossos contactos, cópia de identificação profissional, mas até hoje, não sabemos se por o edifício andar às moscas ainda não tivemos retorno. Voltaremos lá em breve para ouvir a versão da Polícia.
(Aunicio da Silva)

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