Thursday, 3 July 2008

ERACAMBA!


Devido as péssimas condições em que se encontram as embarcações
Atravessar para Inhassunge é entregar-se à Deus

Quelimane (DZ) - Fazer a travessia entre Quelimane-Inhassunge e vice-versa, tem sido um autêntico bico de obra.
Primeiro pelas péssimas condições das embarcações que se fazem ao mar sem o mínimo de segurança. Segundo, porque também a ponte Cais, não ajuda em nada. Ao que ficamos a saber, a situação já é do conhecimento das autoridades da Administração Marítima na província da Zambézia e também da direcção provincial dos Transportes e Comunicações.
As lamentações dos que usam aquela a via, não param por aqui. Alfredo Joaquim é um “Mestre-Piloto” de uma das embarcações que faz o transporte de passageiros. Este, disse ao «Diário da Zambézia», que essa situação já vem se arrastando de ano para ano e que neste momento está ganhar contornos alarmantes no seio dos utentes e também daqueles que são os tripulantes. Só que Joaquim, lembra dum drama triste que acontece quando se pretende efectuar a ligação entre Quelimane a Inhassunge assim como da outra margem para cá.
Vezes sem conta, há mulheres que dão parto quando em plena luz do dia, sem o mínimo de cuidado sanitário, quando estas fazem esforço em subir ou descer das embarcações, principalmente quando a maré é baixa.
Este drama, deixa escorrer muitas lágrimas segundo nos disse aquele mestre que o seu ganha pão é transportar pessoas no alto mar. Por outro lado, a fonte alia este problema com o mau estado das embarcações, visto que as mesmas são antigas cuja a manutenção é feita ao critério do proprietário.
Passageiros entre a vida e a morte
Quando se fala da travessia Quelimane-Inhassunge, pode-se considerar para uns uma morte à
vista. Francisco Zé é um passageiro que faz a travessia frequentemente entre Quelimane e Inhassuge para tratar de negócio de venda de aves.
Quando abordado pela nossa Reportagem, Zé, não fez outra coisa. Aliás, se não tirou lágrimas é pelo facto de ser homem, mas deixou claro o seu recado. “Aqui os passageiros estão entre a vida e a morte”- disse.
De acordo ainda com o nosso entrevistado, a situação prende-se com as embarcações que segundo ele, não oferecem condições mínimas de segurança para se fazerem ao mar. Sempre há lotação esgotada, marinheiros sob efeito de álcool, enfim, drama triste que se vive naquele local, perante um olhar sereno de quem manda.
Francisco não parou por ai. Atacou o governo, dizendo que este, portanto, o governo só vai olhar para aquela situação quando o pior acontecer ou quando estiver prestes aos processos eleitorais.
Entretanto, ao que o nosso jornal sabe, num passado não muito distante, uma embarcação naufragou com passageiros, mas por um milagre de Deus, os mesmos ficaram salvos. Mas mesmo assim, as autoridades dizem que a situação está controlada, mas enquanto na verdade nada está
controlado.
(Evaristo Tembe)* Colaboração

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