Friday 27 June 2008

ZIMBABWE

Joaquim Chissano disponível para integrar equipa de mediação do conflito político no Zimbabwe

O antigo presidente de Moçambique Joaquim Chissano admitiu hoje a hipótese de participar, caso lhe seja solicitado, numa equipa de mediação para ajudar a resolver o conflito político no Zimbabwe.

Em declarações à agência Lusa a partir da capital moçambicana, Joaquim Chissano reagia a uma declaração do líder da oposição zimbabweana, Morgan Tsvangirai, à Rádio Renascença, em que sugeria que dois ou três estadistas africanos se deslocassem ao Zimbabwe para fazer com que as partes se sentassem a negociar, avançando com o nome do antigo presidente moçambicano e do seu homólogo da Nigéria, Olusegun Obasanjo.

"Agora estou ocupado com a questão do Uganda, mas se for contactado vamos estudar a forma como se deve trabalhar. Não posso dizer nada até que seja contactado", disse Joaquim Chissano à agência Lusa, sublinhando que o Fórum dos Antigos Chefes de Estado africanos "está disponível para constituir as equipas que achar melhores" para ajudar a resolver a questão do Zimbabwe.

O antigo presidente moçambicano, disse que "para uma mediação é preciso que primeiro haja um acordo das partes sobre se essa mediação deve ter lugar e as partes devem concordar sobre as pessoas que devem participar".

"Pertencemos a um grupo de antigos chefes de Estado, vamos consultar-nos e ver como vamos trabalhar, se for necessário. Criámos esse grupo precisamente para ser prestável aos países africanos, aos presidentes em exercício, onde pudermos tomar a iniciativa. Onde as iniciativas estão tomadas podemos cooperar com aqueles que estão lá a trabalhar. O Fórum dos Antigos Chefes de Estado está disponível para constituir as equipas que acharmos que são as melhores", garantiu Joaquim Chissano.

O ex-chefe de Estado sublinhou que "existem outras iniciativas no terreno" e que, por isso, é preciso ponderar uma intervenção, mas que se o Fórum for chamado a mediar o conflito irá fazê-lo de uma forma discreta, longe da comunicação social.

"Quando o fizermos não o vamos fazer com a imprensa. Será `low profile` porque já se discutiu muito na imprensa, agora é preciso discutir com as pessoas que devem ser o alvo, é assim que temos estado a trabalhar, por isso é que somos pouco conhecidos", ironizou.

Questionado pela Lusa sobre se a data das eleições presidenciais no Zimbabwe, cuja segunda volta ocorrerá sexta-feira, deveria ter sido adiada, como sugeria a ONU, Joaquim Chissano afirmou que já é tarde para alterações e que "agora não há nada a fazer".

"Se há-de haver eleições amanhã, terão de haver. Agora não há nada a fazer. Depende da legislação de cada país o que se faz quando uma das partes não desiste da corrida eleitoral. Eu não sei qual é a resposta legal do Zimbabwe. Pode haver muitos cenários", declarou, acrescentando: "Um dos cenários era não haver eleições mas o presidente continuava lá e o outro é o presidente fazer umas eleições que são apenas para cumprir com o que estava estipulado e continua a ficar lá. O resultado é quase o mesmo".

Na opinião de Joaquim Chissano, "o que é certo" neste momento

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