Petição global para impedir a chegada de armas ao Zimbabué
Joanesburgo, 21 de Abril de 2008 Milhares de pessoas em todo o mundo estão a assinar a petição da rede IANSA com o objectivo de impedir a descarga de um carregamento de armas proveniente de um navio chinês com destino ao Zimbabué. A petição apela a que as 77 toneladas de munições de armas de fogo sejam apreendidas e detidas pelas autoridades relevantes.
A petição pode ser assinada em: http://www.iansa.org/stoptheshipment/
A rede IANSA, movimento global contra a violência armada e de defesa de um controlo de armas mais rígido, acredita que existe um claro risco de as armas em questão serem utilizadas para facilitar violações graves de direitos humanos no Zimbabué.
"Apelamos a todas as pessoas preocupadas com a situação dos direitos humanos no Zimbabué a assinarem a petição. Esta é uma oportunidade para dizer aos respectivos governos que não queremos que nossos países facilitem ou permitam atrocidades cometidas por armas de fogo. A carga mortal deste navio deve ser parada o quanto antes”, afirmou Joseph Dube, coordenador da secção Africana da IANSA, em Joanesburgo.
As últimas informações sugerem que o navio deverá chegar a Walvis Bay, na Namíbia, na manhã de 22 de Abril, terça-feira. Entre os destinos alternativos do navio encontram-se Lobito e Luanda, em Angola.
“A IANSA tem defensores de direitos humanos, líderes religiosos e organizações sindicais a postos na Namíbia. Qualquer país que permita o trânsito de armas dentro do seu território com destino ao Zimbabué está a agir à revelia do direito internacional, nomeadamente as convenções de direitos humanos, a Carta das Nações Unidas e as demais obrigações impostas pelo Protocolo de armas de fogo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral”, disse ainda Joseph Dube.
As forças armadas do Zimbabué têm um historial de envolvimento em assassinatos extrajudiciais, raptos, tortura e deslocamento forçado de opositores do governo. Defensores dos direitos humanos no Zimbabué têm vindo a documentar a forma como os agentes estatais têm utilizado armas de fogo para intimidar, prender arbitrariamente, torturar e violar opositores. Fornecer mais armas às forças estatais pode levar a um aumento substancial das violações de direitos humanos e assassinatos extrajudiciais.
A IANSA é uma das principais organizações envolvidas na campanha por um Tratado internacional para o controlo de armas (ATT), com o objectivo de prevenir mortes e ferimentos causados pelas transferências irresponsáveis de armas de fogo que alimentam conflitos, pobreza e violações de direitos humanos.
Para mais informações, por favor contacte Louise Rimmer, através do número de telefone +44 7900 242 869 ou Joseph Dube, através do número de telefone +27 79 324 3065.
Nota aos editores:
1. O navio chinês chegou às águas de Durban, na África do Sul, no dia 10 de Abril. Quatro dias depois, o Comité nacional sul-africano de controlo de armas convencionais emitiu uma licença autorizando o trânsito do carregamento do navio de Durban para Harare. Os membros da rede IANSA ganharam uma moção judicial para confiscar a carga em questão, emitida pelo Xerife do Porto de Durban no dia 18 de Abril, mas o navio abandonou o porto poucas horas depois. O navio encontra-se agora a navegar em águas territoriais sul-africanas, em clara violação da ordem do tribunal.
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