Friday 7 March 2008

Hora do Fecho


Um amigo enviou-me as ultimas da 'Hora do fecho' do semanario Savana, que com a devida venia passamos nesta pagina. E como a Hora do fecho, conhece muito bem as questoes protocolares, esta semana comeca mesmo la de cima, com a Dona Lulu e companhia...

* Dona Lulu tem em mãos uma auditoria terrível sobre o que se faz, ou o que não se faz pelas terras banhadas pelo grande rio. O que pode significar que o antónimo do herói literário de Gabriel Garcia Marquez poderá ter o pescoço aprémio. Ou será que tem de ser decisão apenas do cachimbo?
* A nossa PM também gosta de uma pitada de humor, mesmo nas ocasiões em que as coisas não correm pelomelhor. E deixou cair que num jantar recente com os “bosses” de Bretton Woods, o nosso equivalente ao Greenspan esqueceu-se de aprovisionar champagne para o brinde final. Dona Lulu não se atrapalhou, mandou servir as taças e explicou aos enviados de Washington que, para os verdadeiros amigos, em Moçambique brinda-se com água …
* Há colegas de Dona Lulu, dizem os investidores, que quando com eles se avistam, não sabem se estão perante autoridade de Estado, ou potencial parceiro económico. E como o exemplo vem de cima, há um director pelas terras de Tete que faz invariavelmente emperrar todos os processos enquanto ele e os seus familiares não têm quota nos projectos. Será que mano Ildefonso já descobriu o artista?
* Mais um recado para uma notável das terras quentes. Ela que se tem notabilizado na luta contra os funcionários fantasmas. Há uma ofensiva em curso para tornar primeiros secretários e outros empregados do batuque e maçaroca em funcionários do aparelho de Estado nos distritos. O tio Afonso pode dar uma ajuda a descobrir as falcatruas …
* Por falar em investimentos, não há um único talho licenciado na cidade de Lichinga, uma das 10 capitais provinciais que acaba de realizar uma conferência de investidores. Aí está uma oportunidade de negócio para contrariar a imundice nos mercados informais.
* Mas mesmo sem investimentos há ainda muita confusão e burocracia a vencer nas terras dos ajauas. Uma destemida empresária “chamuári” com sangue do vale do grande rio tem o seu projecto parado por falta de electricidade. Dizem que é porque a senhora quer dar música aos mortos, ou seja quer fazer uma discoteca nas proximidades de um cemitério.
* Mas quem brilhou demais em Lichinga foi mano Simango. O homem, apesar de ministro, continua simples e amigo dos muitos amigos que deixou no Niassa. Um caso para ciúmes se continuasse por muitos dias pelas paragens do clima fresco do planalto. E como uma das suas paixões são o “Massukos”, não resistiu a uma de vocalista do não menos popular conjunto do Niassa. Animou mesmo!
* Quem não animou foi outra estrela musical com programa televisivo. Foi a Lichinga com duas bailarinas para animar os empresários e voltou sem mostrar os seus dotes de cantora do planalto dos macondes. Há quem esteja furioso porque diz que há “maka” com a mola que foi desembolsada para um espectáculo que não aconteceu.
* Até aqui as lutas para conseguir exclusivos futebolísticos na televisão resumiam-se à estatal e à espetaculosa. Tanto se vigiaram uma à outra que, numa manobra de antecipação, diz-se que o próximo campeonato da Europa vem para a estação que está nas boas graças do senhor …

Em voz baixa

* Rocambolesco o último episódio do folhetim Paulino. Depois de o “Supremo” ter decidido arquivar o assunto, o grande rio sai dois dias depois com o procurador no banco dos réus. Imediatamente a seguir, o jornal do banco de Estado, não menos surpreendente, noticia o assunto que nunca reportou na sua primeira página e citando um
documento que era apenas do conhecimento das partes …

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