Saturday, 8 March 2008

DISPUTA DE TURMALINA ORIGINA UM MORTO E VÁRIOS FERIDOS



Num jazigo descoberto em Mahula, a 18 km de NametilA descoberta de um jazigo de pedras preciosas na zona de Tomo-M’zia, círculo de Mahula, a dezoito quilómetros da vila-sede do distrito de Mogovolas, província de Nampula está na origem do clima degrande turbulência que, há três dias, se instalou no local, e que já originou um morto e alguns feridos, entre graves e ligeiros.O Wamphula Fax esteve no local e constatou que o conflito eclodiu na terça-feira, poucos dias depois das autoridades locais terem reunido com os mais de cinco mil operadores que, há uma semana, se lançaram na demanda encarniçada do referido mineral.Uma fonte da Associação Mineira de Nametil (ASMIN), ainda em processo de legalização, que nos avançou esta informação, considera inconcebível a contundência que caracterizou a actuação da Polícia de Intervenção Rápida. Porquanto numa reunião entre os pequenos operadores mineiros e o governo local, ocorrida na véspera da semana do desencadeamento do conflito, havia sido acordado que as actividades mineiras do jazigo recém descoberto seriam realizadas sem quaisquer entraves, desde que devidamentelegalizadas. Todavia, anteontem, um contingente da PIR irrompeu, subitamente, no local, e, com o recurso a gases lacrimogéneos, dispersou os milhares de garimpeiros nacionais e estrangeiros, que, na altura, se encontravam a laborar.Segundo as fontes, em consequência da confusão desencadeada pela inesperada operação policial, uma pessoa morreu soterrada no local onde se encontrava a trabalhar, enquanto outras contraíram diversos ferimentos, uma das quais de certa gravidade.Nos contactos estabelecidos pela nossa reportagem, vários mineiros repudiaram veementemente a atitude da Polícia de Intervenção Rápida e, sobretudo, do governo.Dizem para lutarmos contra a pobreza absoluta? Será com este tipo de procedimento? Questionaram, revelando que, devido aos distúrbios provocados pela actuação da mencionada corporação policial, perderam vários bens, nomeadamente colchões, géneros alimentícios, entre outros.E manifestaram-se profundamente indignadas pelo facto de as autoridades, presentes na ocasião, terem aproveitado a confusão para lhes surripiarem as suas pedras preciosas de elevados valores, o que consideram um roubo descarado.Lançaram a confusão com o intuito premeditado de se apoderarem das nossa valiosas pedras para irem vendê-las aos estrangeiros. A nós, população, eles não nos enganam... Desabafaram, acrescentando que, para disfarçar, também carregaram as pás e picaretas utilizadas no garimpo.No entanto, revelaram que um inspector da direcção provincial dos Recursos Minerais e Energia, apenas identificado pelo nome de Infante, tem sido visto na zona com estrangeiros , supostamente de uma empresa a operar em Mavuco, denominada de PARAIBA.Num contacto telefónico, o director provincial dos Recursos Minerais de Nampula, Branquinho Nhombe, afirmou ao repórter que a operação levada a efeito no local onde foi descoberto o jazigo de turmalina, tem em vista regularizar a actividade de exploração mineira de modo a evitar a repetição dos desmandos registados aquando da descoberta do jazigo de Mavuco, distrito de Moma.Revelou que, mercê da acção da Polícia de Intervenção Rápida, trinta e oito cidadãos estrangeiros encontram-se detidos em conexão com os distúrbios verificados no círculo de Maua. Acrescentou que uma brigada da sua instituição que dirige encontra-se, neste momento, a trabalhar naquele distrito a fim de monitorar a situação.Por outro lado, vários garimpeiros dizem-se preocupados com o destino das suas pedras preciosas, alegadamente apreendidas, além de não perceberem para que efeito pagaram 1.800 meticais pelas licenças de actividade mineira, agora apreendidas no decurso da referida operação policial.Refira-se que a operação policial abrangeu, também, operadores mineiros devidamente legalizados, tal é o caso da AGROMIC, de Chalaua, que pretendia estabelecer-se no local.

In WAMPHULA FAX - 07.03.2008

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