-Grevistas da antiga empresa de mineração que operou na zona, no período pós-independência, “governam” a localidade há 15 dias
A zona mineira de Muiane, no distrito de Gilé, província da Zambézia, vive num clima de desordem pública e desacato à lei, desde há duas semanas, devido à fúria de um numeroso grupo de ex-trabalhadores da extinta empresa Minas Gerais de Moçambique (MAGMA) que se amotinou e passou a “controlar” aquela localidade situada na região do Alto Ligonha.
De acordo com fontes próximas ao caso, “a gota que fez transbordar o copo de água” terá sido, alegadamente, desencadeada pela comissão da Direcção Nacional de Minas quando, na sua visita aquele local, dias antes da eclosão dos distúrbios, informou aos mencionados ex-funcionários que
o Estado não iria pagar qualquer espécie de indemnização relacionada com a extinta MAGMA. O que, segundo as mesmas fontes, contraria as promessas feitas anteriormente. Pois, consta que, quando os grevistas se insurgiram em Novembro do ano passado, as autoridades haviam prometido resolver o imbróglio num prazo inferior a 90 dias. Por isso, a solução divulgada pelas estruturas do pelouro, de não ceder à exigência de indemnizações, atrás mencionada, não foi bem acolhida pelos grevistas, contribuindo, grosso modo, para o cenário tenebroso e aterrador que tem sido reportado, actualmente, a partir do Alto Ligonha.
Segundo apurou Wamphula Fax, as três empresas que possuem licenças de concessão e exploração mineira em Muiane, nomeadamente a Euroexport Lda., a Drusa, Lda. e a Tanminig, Lda., viram-se obrigadas, em face da situação, a interromperem as suas actividades laborais afim de resguardar a integridade física dos seus funcionários, bem como a segurança do seu património e das respectivas infraestruturas físicas, que corriam o perigo de serem atingidas.
Estes grevistas estão a prejudicar empresas que nada têm a ver com a antiga MAGMA. Observaram as fontes, garantindo que o Governo Provincial da Zambézia está ao corrente do “dossier”, mas ainda não mexeu sequer “uma palha”, tendo unicamente enviado um insignificante contingente policial de cerca de uma dúzia de homens, que se revelou incapaz de repor a ordem e segurança públicas no distrito de Gilé.
Os nossos interlocutores informaram-nos, também, que os proprietários de uma outra empresa mineira, denominada Hegemony, Lda., a operar em Naquissupa, a 20 quilómetros de Muiane, estão, igualmente, receosos de que o problema se alastre àquele local. Temem que os distúrbios que se registam em Muiane podem tornar-se num foco de instabilidade para as restantes áreas concessionadas à exploração mineira na província da Zambézia.
Assim, fecharam as portas e procuraram refúgio na capital provincial de Nampula, à espera de melhores dias.
Instados a quantificar os prejuízos causados, pelo menos até agora, com a paralisação do trabalho de mineração, as nossas fontes dizem que, por enquanto, não é possível proceder-se a uma avaliação concreta sobre o impacto dos distúrbios registados até agora naquela região.
Aos responsáveis dessas áreas de mineração, ou seja aos representantes das empresas que operam em Muiane, foi-lhes vedada a possibilidade de se inteirarem, in loco, nas minas, de eventuais danos. Disseram, lamentando que a paralisação da produção afectou a renda de milhares de famílias que dependem da remuneração dos respectivos parentes que laboram nas empresas de mineração da zona.
Adicionalmente, revelaram que os donos da Hegemony, Lda., por recearem o alastramento do problema à área sob concessão desta empresa em Naquissupa, dirigiram-se, recentemente, à capital zambeziana, Quelimane, para manifestar a sua inquietação ao director de Recursos Minerais daquela província, relativamente aos últimos desenvolvimentos na área do Alto Ligonha.
Todavia, foi-lhes recomendado para que se mantivessem calmos porquanto o governo estava a resolver o badalado caso dos “descontentes” de Muiane, numa alusão aos ex-trabalhadores da MAGMA.
As nossas fontes sublinharam, porém, que, ao que tudo indica, as autoridades zambezianas estão a agir de ânimo leve, visto que os insurgentes reiteram que o Estado Moçambicano deve cumprir o compromisso assumido em Novembro último, pagando-lhes as devidas indemnizações. Enquanto,
o governo nega quaisquer responsabilidades em relação à antiga empresa MAGMA.
Estes trabalhadores apelam para o pagamento daquilo que deveriam ter recebido há 20 anos. Se a empresa era estatal ou não, isto não nos cabe, a nós, apurar. Ou se estes grevistas deviam receber algo ou não, também não é da nossa conta.
Repudiamos, apenas, o facto de estarmos a ser prejudicados por um assunto que o governo se tinha prontificado, antecipadamente, a resolver há já bastante tempo. Lamentaram os nossos interlocutores, sublinhando que é falso o que a Polícia da República de Moçambique(PRM), naquele ponto do país, tem propalado a “quatro ventos” quando quer fazer crer à opinião pública que a situação em Muiane está sob controlo da corporação, porquanto os amotinados “fazem e desfazem” a seu bel prazer.
As nossas tentativas de contactarmos as autoridades zambezianas sobre o assunto redundaram infrutíferas até ao fecho desta edição.
WAMPHULA FAX – 26.02.2008
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