AS autoridades sanitárias da província da Zambézia, comprometeram-se a mobilizar mais recursos por forma a reduzir para menos de um a prevalência da lepra até 31 de Dezembro deste ano, nos quatro milhões de habitantes que residem naquele ponto do país.
Maputo, Quarta-Feira, 13 de Fevereiro de 2008:: Notícias
Actualmente, segundo a médica chefe provincial, Joana Nachaque, a média de prevalência da doença situa-se na ordem de 1.1 por cento em cada dez mil habitantes. Os distritos de Pebane com 4,8 por cento, Ile com 2.1, Milange com dois e Namarrói com 1.1 por cento em cada dez mil habitantes são regiões da província que apresentam mais casos daquela doença contagiosa, entretanto, com cura devido à disponibilidade do tratamento gratuito.
De Setembro do ano passado a esta parte, Zambézia registou uma significativa redução da doença, passando dos anteriores 942 casos para 442 doentes em tratamento neste momento. Joana Nachaque disse que a redução deve-se ao reforço do trabalho de mobilização social, um dos pilares mais importantes em que assentou a nova estratégia para a eliminação desta doença.
A nível da província da Zambézia, as cerimónias centrais tiveram lugar em Nabur, distrito de Pebane, o mais assolado pela lepra, uma doença que constitui problema de saúde pública.
“Queremos reduzir para menos de um a prevalência da doença e definimos o dia 31 de Dezembro de 2008 como data-limite para a eliminação da lepra. O tratamento, e medicamentos estão disponíveis e vamos trabalhar com os praticantes da medicina tradicional para nos canalizarem todos os casos suspeitos de lepra”, disse Joana Nachaque, para quem a província da Zambézia está num bom caminho rumo à eliminação da lepra, apesar dos maiores esforços estarem agora orientados para os distritos de Pebane, Gilé, Ile e Namarrói.
Entretanto, na província estão em curso actividades de mobilização popular através de mensagens-chaves para a identificação dos sinais e sintomas, promoção dos dias da lepra nas localidades com casos da doença, revisão e actualização dos registos de doentes da lepra, entre outras acções.
Muitos países da região subsahariana já eliminaram a lepra e Moçambique é o único que ainda apresenta casos da enfermidade com particular incidência para a região centro e norte do país. Sob o lema “Reduzir o peso da lepra na comunidade, prestando serviço de boa qualidade”, muitos pacientes já curados transmitiram as suas experiências de contágio e tratamento no distrito de Pebane.
Rafael Omar que contraiu a doença no longínquo ano de 1993, conta a pessoas mais próximas que sempre aconselharam-no a tratar a doença nos médicos tradicionais, onde nunca conseguiu a cura. Os activistas descobriram-no numa dessas campanhas tendo o encaminhado para o centro de Saúde. Seis meses depois, começou a notar melhorias significativas no seu corpo e continuou com o tratamento. Hoje é uma pessoa normal e apela a todos os doentes para se aproximarem às unidades sanitárias para tratamento, antes que fique deformadas.
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