Tera o meu amigo sociologo perdido a razao?
EDITORIAL
AS cidades de Maputo e Matola viveram terça-feira e ontem momentos de grande agitação, quando manifestantes saíram à rua para protestar contra a subida dos preços dos transportes semicolectivos de passageiros, popularmente conhecidos por “chapa 100”. Como foi largamente divulgado, os estragos foram enormes, com pelo menos três mortos, centenas de feridos e danos materiais avultados.
Maputo, Quinta-Feira, 7 de Fevereiro de 2008:: Notícias
Se a reivindicação poderia, em grande medida, ter um fundo de justeza, um aspecto que saltou à vista foi que, uma vez mais, ficou provado que é preciso ter atenção com o aproveitamento de diverso tipo que é dado a este tipo de acontecimentos por pessoas com outras agendas que não o problema de fundo.
Com efeito, quando na manhã de terça-feira começaram os tumultos, muitos pensaram que seria coisa de pouca duração, que as autoridades iriam agir de imediato no sentido de se repor a ordem e que tudo acabaria em bem. Engano! Em poucas horas praticamente todos os bairros suburbanos de Maputo e Matola, e depois os de cimento, foram literalmente tomados por vândalos movidos por outros interesses, que não o de ver resolvido o problema do preço do transporte. Não é apanágio do moçambicano pacato, mesmo quando se sente com a razão do seu lado, agir no sentido de prejudicar cidadãos que não tenham nada a ver com a questão em discussão.
De uma simples manifestação popular contra o agravamento da tarifa dos “chapa”, os acontecimentos cedo evoluíram para um estágio de violência, destruição e saque, ao extremo de a dado momento não haver lugar nenhum que fosse seguro para a circulação.
O Governo, na voz do ministro dos Transportes e Comunicações, disse ter sido apanhado de surpresa. Só que acontecimentos parecidos já se haviam registado antes, o que, quanto a nós, deveria ter servido de alerta. Ocorre-nos o exemplo de 1993, quando os operadores do transporte semicolectivo de passageiros decidiram agravar a tarifa de 300 para mil meticais (velha família), decisão que esteve na origem de uma das mais violentas e inéditas manifestações urbanas até então vistas no país independente. Talvez tal devesse ter servido de alerta.
Aparte tudo isso, há que reconhecer o esforço que o Executivo desenvolveu e tem vindo a desenvolver para que o agravamento das tarifas não seja excessivamente pesado para o cidadão. Há que reconhecer o espírito de diálogo que sempre norteou o Governo em situações como esta (estamo-nos a recordar dos casos “madjermane” e salário mínimo). Há que louvar o trabalho do Governo no sentido de, vistas as consequências do agravamento do preço do “chapa” e no espírito de manutenção da paz e segurança que todos pretendemos, persuadir a Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores a suspender a entrada em vigor da medida, dando tempo a mais negociações para se encontrar uma solução que sirva a todos.
Há, por outro lado, que chamar a atenção daqueles cidadãos que se manifestam por motivos até justos, para estarem alerta contra os que se vão sempre aproveitar da situação para satisfazer os seus interesses.Há, ainda, que exigir do Governo que, tendo tido uma atitude de alguma tolerância no primeiro dia dos incidentes, não permita que os vândalos aproveitadores continuem a provocar distúrbios, como aconteceu ontem, depois de suspensa a medida que basicamente esteve na origem do problema. Tolerar, sim. Mas não admitir abusos e muito menos crimes
Lewis powers West Indies to victory over new-look England
-
Opener Evin Lewis hits 96 as the West Indies hammer England by eight
wickets in the first one-day international in Antigua.
25 minutes ago
3 comments:
Esta carta traduz, na íntegra o meu sentimento! Tirou-me as palavras da boca!
Subimos alguns graus na classificação de desenvolvimento e temos cada vez menos o que comer! Os empregos desaparecem, as crianças ficam cada vez mais burras, os serviços vão de mal a pior e diz-se que há um "crescimento de dois dígitos" e que "o estado da nação é bom!"
Haja paciência!
o jornal noticias foi infeliz no editorial.
Realmente precisamos de pensar e encontrarmos uma solucao para evitar crises do genero. Diplomacia preventiva? Aproveito convidar-vos a comentar os meu blog: htt://www.bihaleanalisesri.blogspot.com
Post a Comment