Por Bayano Valy
Já não me recordo bem qual era o aniversário da Rádio Moçambique, mas recordo-me que em 2006 participei num debate nos estúdios da rádio nacional sobre os seus longos anos de serviço à nação moçambicana. Recordo-me também que quando chegou a tal altura do “way forward” eu levantei a questão de querer ver um “ombudsman (provedor de informação)” tanto na RM como na Televisão de Moçambique (TVM).
Para mim, não faz sentido que paguemos taxas de radiofusão (e quiça a TVM vai também mais dia menos dia nos cobrar uma taxa de teledifusão) e não haja nenhum representante do povo nos conselhos de administração desses órgãos públicos – aliás, não é só a taxa de radiofusão que pagamos para que a RM exista. (Apesar do Notícias e o Domingo não serem considerados órgãos públicos, a sua estrutura accionista mostra que quem detém mais acções é o Estado moçambicano através do Banco de Moçambique).
Como é que o “ombudsman” seria escolhido não é matéria de debate aqui. O que me faz lembrar o “ombudsman”? É sobretudo a ausência da RM e TVM nos momentos cruciais das violentas manifestações de ontem (5/02/2008). Enquanto os manifestantes tomavam conta da cidade de Maputo e periferia e acompanhávamos através da STV (canal televisivo privado), tanto a RM como a TVM “fingiam” que tudo era “business as usual” em Maputo.
Que eu saiba a RM apenas começou a reportar sobre as manifestações no seu noticiário das 12.30. A TVM abriu o seu relejornal com uma peça sobre as cheias. Não quero dizer que a informação sobre as cheias não seja importante, mas o que estava a acontecer ontem em Maputo era uma emergência – também não sei porquê razão o Chefe de Estado ou a Primeira Ministra não falaram à Nação limitando-se o governo a falar através do Ministro dos Transportes e telecomunicações.
O que me pareceu ter acontecido ontem foi que mais uma vez os órgãos de comunicação públicos furtaram-se de cumprir com uma das suas obrigações de informar o público sobre questões de interesse público. E me parece que as manifestações de ontem eram de interesse público. Ao furtarem-se do dever e obrigação de reportar sobre o que estava a acontecer não terão os nossos órgãos públicos contribuido para que mais pessoas se pusessem à rua com todas as consequências que daí podiam advir?
Porquê é que a RM e a TVM só reagiram mais tarde e não se fizeram ao local logo quando as manifestações espontâneas iniciaram? Estariam a RM e TVM a tentar abafar as manifestações? Não seria novidade: quando das manifestações subsequentes às explosões do paiol de Mahlazine os órgãos públicos não noticiaram o evento em que mais de uma dezena de jovens foram detidos numa das esquadras de Maputo. Não encontro resposta e nem percebo o porquê do comportamento dos nossos colegas.
A razão pela qual estou de novo a pensar no “ombudsman” é justamente para que tenhamos alguém onde dirigirmos as nossas queixas quando os órgãos públicos não desempenham as suas funções de informar, educar e entreter com profissionalismo. A quem servem essas omissões?
Mystery drones seen over three US air bases in UK
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The United States Air Force says it is unclear if the "small unmanned
aerial systems" were hostile.
20 minutes ago
2 comments:
COMO SEMPRE A CENSURA FUNCIONOU!!!!...E A POLITICA DA AVESTRUZ COM A CABECA NO BURACO E O RABO DE FORA FOI A ESTRATEGIA PARA TIRAR IMPORTANCIA E MAGNITUDE A SITUACAO QUE SE VIVEU EM MAPUTO EM 5.2.07. UMA VERGONHA PARA OS NOSSOS ORGAOS DE COMUNICACAO SOCIAL QUE TEM COMO OBRIGACAO INFORMAR. A POPULACAO ESTEVE PENDENTE TODO O DIA DE ALGUMA INFORMACAO E QUICAS ALGUMA AJUDA SOBRE COMO PROCEDER NAQUELE MOMENTO DE TUMULTO E...NADA. A TVM COBRIU O ACONTECIMENTO COMO TERCEIRA NOTICIA NO TELEJORNAL TIRANDO IMPORTANCIA AO ASSUNTO, AO CONTRARIO DO QUE SUCEDEU COM O PAIOL EM QUE A COBERTURA FOI EFECTUADA DESDE CEDO E DURANTE O TEMPO TODO PELA STV...O GOVERNO FOI DURAMENTE CRITICADO PELO POVO E SEM POSSIBILIDADE DE DEFESA POIS UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS.
Mano a censura voltou e bem. Alguns programas de televisao que passaram entrevistas debate sobre o assunto jamais voltarao ao ar, exemplo vivo e Hora da Verdade. Alguns donos de televisoes tambem foram encostados a parede, por isso e que as ultimas imagens passadas nada tinham a ver com a realidade.
Tamos mal. Andamos a pagar impostos em vao...
Mapulanguene
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