A posicao da OTM e interessante! Apesar de correcta acho ser extemporanea. Ha seculos que o sindicato em Incomati nao funciona! Nao e funcao da OTM promover a sindicalizacao dos trabalhadores? Penso ser importante irmos para alem das condenacoes ou solidariedades. Porque e que as greves tem uma tendencia violenta? Uma das possiveis razoes e o facto de nao haver mecanismos de canalizacao, gestao e resolucao dos problemas. Urge a OTM e outros sindicatos, e quica outros actores da sociedade (patronato, governo, partidos politicos, academia) de repensarem (os) sobre os modelos de gestao e resolucao de conflitos.
A Organização dos Trabalhadores de Moçambique Central Sindical (OTM-CS) reprova os actos de vandalismo protagonizados pelos trabalhadores da Açucareira de Xinavane, no distrito da Manhiça, província do Maputo, que entraram em greve na quinta-feira da semana passada.
Maputo, Quinta-Feira, 21 de Fevereiro de 2008:: Notícias
De acordo com o porta-voz da OTM-CS, Francisco Mazoio, a OTM-CS está do lado dos trabalhadores quando reivindicam melhores condições de trabalho e salariais, porém não concorda com actos de vandalismo protagonizados durante a greve.
“A OTM-CS reprova os actos de vandalismo, porque as greves organizadas não realizam actos de vandalismo. Não concordamos que os trabalhadores destruam tractores, máquinas, instalações e outros instrumentos que vão precisar e já não vão ter”, referiu.
Mazoio explicou que as greves organizadas não realizam actos de vandalismo.
“A greve é um direito dos trabalhadores e deve ser realizada no quadro da legislação laboral em vigor no país, sempre na perspectiva de privilegiar o diálogo e procura de soluções negociais”, apontou.
Um comunicado da OTM-CS enviado à AIM refere ainda que “no dia 14 de Fevereiro os trabalhadores da Açucareira de Xinavane entraram em greve exigindo melhores salários face ao custo elevado de vida e a dureza do trabalho que realizam. A greve foi expontânea, tendo ocorrido sem pré-aviso, num contexto em que o Comité Sindical local estava empenhado na negociação salarial com a direcção da empresa”.
No decurso da greve ocorreram actos de vandalismo, tendo sido danificadas infra-estruturas e equipamento diverso da empresa.
Nesse comunicado, a OTM-CS refere que, como organização sindical defensora dos direitos e interesses dos trabalhadores, identifica-se com as justas reivindicações dos trabalhadores e apoia o esforço das estruturas sindicais locais para a solução negociada dos problemas salariais e outros que afectam a vida sócio -laboral.
Porém, a OTM-CS distancia-se de greves expontâneas e actos de vandalismo que não só perigam a continuidade produtiva como também a prevalência dos postos de trabalho.
Com isto, segundo o porta-voz, a OTM-CS não se distancia da greve, mas dos actos de vandalismo protagonizados no sábado último, que resultaram em vários feridos, do quais quatro em estado grave.
Os grevistas partiram os vidros dos escritórios da empresa e destruíram parte dos computadores existentes e queimaram 20 hectares de cana-de-açúcar ainda em fase de maturação.
A Polícia foi chamada a intervir para restabelecer a ordem no local por causa da destruição do canavial.
Assim, a OTM-CS apela aos trabalhadores para que se mantenham calmos e serenos, abstendo-se de actos que violam a legalidade laboral, por forma a que o Comité Sindical local possa continuar a negociação com a entidade empregadora.
A greve dos trabalhadores da Açucareira de Xinavane iniciou na passada quinta-feira e eles estão a reivindicar um aumento salarial em mais de cem por cento, passando dos actuais 1100,00 para 2500,00 meticais.
Os trabalhadores reivindicam a sua efectividade na empresa, o fornecimento de equipamento de trabalho, assinatura de contratos de trabalho, entre outras exigências.
Os gestores da açucareira dizem que a reivindicação não se justifica porque a empresa está a pagar salários acima da média fixada pela tabela nacional, que estabelece o salário mínimo nacional a pagar aos trabalhadores do sector agrário.
Durante a ronda negocial, que decorre sob mediação da Direcção Provincial do Trabalho de Maputo, os gestores manifestaram a sua disposição em pagar o salário mínimo que for acordado na concertação social a vigorar a partir de Abril próximo.
A empresa comprometeu-se ainda a fornecer equipamento de trabalho, a pagar os dias de folga e domingos, dispensas em caso de falecimento, entre outras preocupações reivindicadas pela massa laboral. – (AIM)
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