Wednesday 30 January 2008

Produtos moçambicanos
não têm qualidade para competir

- considera Simão Sevene, presidente da Associação dos
Jovens Agricultores de Moçambique (AJAM)

De acordo com Simão Sevene, o país ainda não tem produtos para competir, dado
que não produz, acrescentando que “se existem produtos, estes não oferecem
qualidade desejada para um mercado de competição”.
“O problema do mercado devia ser antecedido com a produção, em vez de
entrarmos na concorrência sem produtos”, disse Sevene, acrescentando que “os
produtos agrícolas moçambicanos, sobretudo o milho, não oferecem padrão
internacionalmente aceitável.
Para o presidente dos Jovens Agricultores de Moçambique, “o importante
é haver subsídios agrícolas para se poder sair da actual crise neste sector”.
Outra preocupação dos agricultores, segundo o seu presidente, é a falta de infraestruturas sociais e económicas, uma vez que o Estado não está conseguindo acertar o sistema de comunicações, estradas, energia e água, pese embora por um lado,
tenha reconhecido algum esforço que esteja a ser empreendido pelas autoridades
para sanar os constrangimentos.
Muitos agricultores e operadores económicos dizem que duas hipóteses poderiam tirar o país deste cenário, sendo a destacar o financiamento aos agricultores ou a negociação ao nível da SADC de modo a se conseguir a queda do anacronismo dos subsídios agrícolas nalguns países da região, bem como dos mercados europeus e americanos.
Mukeristas dizem que o país ainda não tem sucessos Por seu turno, o presidente da
Associação dos «Mukeristas», ou seja importadores informais, Sudecar Novela,
considera que o país não está conseguindo competir, porque ainda não oferece
condições para tal.
“Não estamos em condições de satisfazer o mercado além fronteiras, uma
vez que não estamos também a conseguir com a demanda interna”, disse Novela ao
«Canal de Moçambique».
Na verdade, até agora ainda não existe uma parceria sólida entre os agentes
económicos e o Instituto Nacional de Avaliação de Qualidade (INOQ), de modo
a facilitar a certificação da qualidade dos produtos nacionais, apesar do propalado
projecto «Made In Mozambique», que está sendo rejeitado por muitas firmas, sendo
prova disso a sua falta de aderência.
Na maioria, os agentes económicos, tal como Novela, dizem que a entrada
repentina de comerciantes estrangeiros para o mercado moçambicano, está a
provocar problemas.
O Governo, na pessoa da Drª Luisa Diogo, diz que apesar dos desafios
impostos nesta concorrência, a Zona do Mercado Livre da SADC é um processo
irreversível. “É verdade que precisamos de melhorar ainda mais”, reconhece Luísa
Diogo, primeira-ministra do Governo do Chefe de Estado Armando Guebuza.
Para além da região da SADC, Moçambique tem igualmente protocolos comerciais com os países da Africa, Caraíbas e Pacifico (ACP).
(Bernardo Álvaro)

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