Zambézia: o impedioso abate da floresta
Toros de madeira preciosa ilegalmente abatida encontram-se abandonados e espalhados a 80 quilómetros da cidade de Mocuba e nos distritos de Maganja da Costa, Pebane, Gilé, Morrumbala, Mopeia, Guruè e Milange, província da Zambézia - eis o que o jornal "Notícias" constatou no terreno. Enquanto isso, o director provincial de Agricultura da Zambézia, Mahomed Valá, "reconheceu a anarquia que se instalou na área das florestas" (os nossos reconhecimentos a este nível são sempre interessantes).
Quando aqui, neste diário, pela primeira vez no país, dei o alerta do saque da madeira na Zambézia, multiplicando-me depois ao longo do ano em sucessivos alertas para a situação a nível nacional - incluindo uma carta para o presidente da República -, levantaram-se de imediato protestos um pouco por todo o lado, dizendo uns que isso não era verdade, que o corte de madeira estava abaixo do oficialmente estabelecido, dizendo outros que eu estava ao serviço de obscuros interesses estrangeiros, defendendo outros que o problema principal do desmatamento estava com os camponeses e com as suas queimadas descontroladas, fazendo outros, finalmente, doutas avaliações científicas para mostrar que era necessário não generalizar. Gloriosos seminários foram organizados para promover a imagem de um país florestalmente saudável. Em resumo: uma enorme cortina de fumo destinada a vedar a realidade de um impiedoso saque feito (e que prossegue, coisa que se vê logo a olho nu de avião) com a conivência de Moçambicanos dos mais variados extractos sociais, numa clima neo-liberal que dá origem à busca do negócio e enriquecimento a qualquer preço.
Mas hoje já não é possível ignorar o impedioso desmatamento a que o nosso país está votado e o "Notícias" tem sido, felizmente, a esse nível, um excelente vigilante.
Se não tivermos cuidado, se prosseguir esta busca desenfreada de lucro e de exploração selvagem das florestas (e nada indica que vá ser sustida no ambiente ruidoso e festivo gerado no país com a riqueza exportável dos nossos recursos naturais), dentro de 15/20 anos teremos o país desmatado de forma perigosa. Aqui, como em outros muitos campos, os nossos ambientalistas têm a obrigação de denunciar sem tréguas tudo o que visa perigar a biodiversidade de Moçambique. In Oficina de Sociologia (www.oficinadesociologia.blogspot.com)
Syria's minorities seek security as country charts new future
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After the fall of Assad, many are apprehensive about how Syria will next be
ruled.
5 hours ago
1 comment:
Prezado Carlos,
O desmatamento de regioes inteiras do nosso pais e um facto que ate os cegos conseguem ver! Reconhecemos o seu pioneirismo na area. Na AR levantei o caso, mas o Ministro dos Assuntos Ambientais, fez um desmentido, alegando que a exploracao da madeira em mocambique estava a quem do permitido por lei; e mais um tal director Nacional de florestas, de nome Cuco veio a pulpito desdizer aquilo que todos viamos no nosso dia a dia! Mas como as mentiras tem pernas curtas... Hoje finalmente temos directores provinciais que tem a coragem necessaria para reconhecer o obvio! Bien venu monsiur Vala!
E estranho que tenha levado quase 12 meses depois do alerta Serriano, para que o Noticias tivesse meios para ir ao terreno confirmar o que todo o mundo ja tinha confirmado! ou desta vez convem que se saiba a verdade para que se abata mais um frango!
De teatros parece que ja andamos meio fartos! ou nao?
Manuel de Araujo
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