Wednesday 17 August 2016

QUELIMANE VAI BENEFICIAR DE HABITAÇÕES RESISTENTES AOS EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.




As Mudanças Climáticas tornaram-se num dos maiores desafios do século XXI. O mundo tem registado um aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos como ondas de calor intenso, cheias, inundações, ciclones e secas que poderão ainda agravar-se no futuro. A sociedade e sobretudo as cidades costeiras que albergam grandes aglomerados populacionais têm que desenhar e implementar planos visando melhor adaptação ao novo contexto sob o risco de ver todos os seus esforços de desenvolvimento comprometidos.
Em Moçambique, a cidade de Quelimane por exemplo, tem sido bastante vulnerável aos efeitos das Mudanças Climáticas. Situada abaixo do nível médio das águas do mar e no estuário do rio dos Bons Sinais (ou rio Cua Cua) e de outros cursos das sub-bacias do rio Zambeze e Licungo. A cidade de Quelimane tem sofrido com os efeitos das marés, da intrusão salina*, da erosão costeira e regularmente de inundações, cheias e dos ventos fortes com impactos desastrosos na vida dos habitantes e na estrutura administrativa. A maioria da população vive em habitações caracterizadas por fraca capacidade de resistência aos efeitos das Mudanças Climáticas mencionados, muitas vezes devido a falta de conhecimento dos procedimentos e das técnicas de construção recomendáveis, segundo as características da zona e perigos.
É neste contexto que o Programa da USAID de Adaptação das Cidades Costeiras às Mudanças Climáticas (CCAP, sigla em Inglês), em parceria com a UN-Habitat e o Conselho Municipal de Quelimane e as comunidades locais, iniciaram uma série de actividades visando a construção de 12 infraestruturas modelos com capacidade de resistir às cheias, ciclones, ventos fortes, erosão costeira, entre outros.
As infraestruturas a serem concebidas incluirão sistemas de captação de águas pluviais e modelos de latrinas compatíveis com as áreas cujo lençol freático é alto, como forma de reduzir o risco de contaminação do solo e de águas subterrâneas. Estas infraestruturas serão construídas com a activa participação da comunidade e servirão como demostração para que as comunidades e outras entidades repliquem as técnicas e procedimentos utilizados e massifiquem a construção de edifícios melhorados, seguros e resilientes aos efeitos das mudanças climáticas.
Para assegurar o envolvimento das comunidades foram organizados seminários participativos visando o desenho e pré-validação dos protótipos das infraestruturas a serem construídas. Em seguida foram treinados mais de 50 membros dentre os quais mestres de construção, artesões locais e líderes da comunidade local sobre as técnicas de construção de casas mais resistentes aos efeitos da Mudanças Climáticas. Após o treinamento, os participantes formarão equipes de trabalho que contribuam para a construção das primeiras quatro casas modelo no Bairro de Icidua. O lançamento da pedra das primeiras casas modelos terá lugar em Setembro do ano em curso.
*intrusão salina é a penetração da água salgada do mar na zona da água doce.

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