Wednesday, 30 May 2012

A Opinialo de Amilcar Melo

Os nossos desportistas do nosso tempo


Na sequência de o “Homens e coisas de Quelimane”, por coincidência viajo à cidade da Beira e porque não evidênciei os desportitas, um pouco no jeito de crítica indirecta à esse trabalho, num papo com o meu irmão, o Lugi, mais um amigo da mesma geração, o Dudu, foi desfilando a recordação de personalidades, especificamente, da área desportiva, com aquele exagero de predominância para o futebol, mas não deixei que a coisa ficasse por aí, posto que o meu desporto de eleição, não poderia ficar à margem do palco de exaltação dos nossos incontestáveis ídolos, muitas vezes, esquecidos no tempo, mas que fizeram vibrar multidões, motivo de alegria das mesmas, no final de cada semana.


Falamos dos grandes guarda-redes e dos defesas. Dos primeiros, a figura de próa, sem dúvidas, o Humberto Nazaré do Ferroviário, depois o Zene-Zene, o René, do Benfica, bem como o Ivo Pegado e um pouco mais tarde o Milton Lacerda do Porto, quanto aos segundos falamos do Jarres Correia, do Sporting, duro que nem aresta de cama na canela, e do Benfica, o Florindo, outro durão com a expriência do futebol profissional, que trazia consigo toda a matreirice, um autêntico rochedo, que teve grandes batalhas com o Cláudio Mariano, do Ferroviário, tão franzino quanto atrevido. Também recordamo-nos do Jerónimo Taulufo, da mesma estirpe, o qual entrava e saia com os calções limpinhos, todo estiloso, que passou pelo Sportingue de Quelimane. Não evoluimos logicamente pelo campo, mas entramos em contrapartida, e o meu irmão dizia, que o Jerônimo decerto nunca mais se iria esquecer da finta que lhe foi aplicada pelo Bito Magno do Benfica, esquerdino que se ia esgueirando, nos seus dribles curtos e estonteantes, bem juntinho a linha. E da rapidez recordamo-nos do Dândé do Ferroviário, avançado trapalhão de uma velocidade tal, que conseguia ultrapassar a própria bola, deixando-a atrás. Em contrapartida tinhamos os talentosos construtores médios, acima da média, e aí foram desfilando nomes dos exímios; Máiô do Benfica, Fernando Duarte do Ferroviário, o Mugôa do Sporting, bem como o avançado franzino Tayob do Sporting, e também falamos dos peculiaríssimos dançarinos, e veio à memória, por um lado, o famosíssimo quanto analfabneto Alimo do Porto, que fintava ao ritimo do samba, para depois de fintar tudo e todos, ainda se sentar por cima da bola, e depois de marcar com a nádega, dar os seus pinos comemorativos. Punha o público em delírio! Por outro, apesar de branco, jogava ao rítimo do nhambalô, preenchendo o meio campo preferecialmente junto a linha lateral: o grandiosíssimo Jorge Gandra do Ferroviário. Que harmonia!!! De repente, outro ferroviário veio à tona conhecido em Quelimane como avançado, mas notabilizado-se à nível nacional e internacional como defesa; o grande Jota Jota, ou melhor, Joaquim João. E a partir dele, dissertamos sobre todos os seus irmãos: o Mário João que acabou em Portugal no Belenenses, o Afonso João, o Alberto João, este só não foi muito longe devido a deficiência auditiva. Todos eles, de bons à excelentes jogadores de futebol. Podiamos ter falado de muitos mais no futebol, como por exemplo, do Peão Lopes, do Líua, do Yauka, do Muana Monteiro, do Issá vindo de Pemba, do Aligy no inverso do jeito para a bola, jogador da Associacao Africana, enfim..., mas ficamos por aqui, porque mudou-se de desporto e fomos descambar no basquete.


No basquete de imediato veio-nos a imagem do João Domingos, apesar da sua baixa estatura, tinha uma habilidade muito excepcional, com os seus dribles e velocidade, passando no meio dos adversários, quando não, à meia distância, não fizesse um elevador, aliás eu próprio usufrui da boleia em diversos elevadores que me fez, e fizesse os pontos a meia-distância. Contrapondo a altura, veio-nos a imagem de uma torre, o Belíco Rodrigues, um jogador que dava outro valor a sua equipa, o Benfica. Porém, não ficamos por aqui, para de seguida, visionarmos o Pagima, o grande Magno, aliás, foi nas mãos deste que fui parar ao Ferroviário, a minha primeira equipa de basquetebol. Falamos do Sérgio dos Santos, do Khan, ambos do Ferroviário, do Flávio do Benfica, do Palha, do Germano, do Chicôcó estes da Associação Africana. Falamos do Cremildo Pereira, grande treinador e impulsionador do mini-basquete e toda a dinâmica daí advinda, do basquete, nas escolas, e em consequência os grandes confrontos entre a Escola Técnica, o Liceu e o Colégio Nuno Alvares. Mas ainda, no basquete federado, falamos de figuras que passaram por Quelimane, vindos de outras paragens como o China Malaia; e o grande chorão, o Cezerilo, que vieram à Quelimane emprestar outros perfumes ao basquete local. Mas convém realçar neste clubes, as coisas aconteciam devido a entrega de carolas como o Dalas no Sporting, o Oliveira no Benfica, e no Ferroviário no basquete o grande Portela. Bem hajam.

Quase no fim, demos um breve passeio pelo futebol de salão, desporto onde muito dos praticantes do futebol onze iam por lá desaguar, e tinha o Iquibal, como equipa crónica vencedora. Desporto esse, também famigerado por muitos deles, por lá partirem a perna. Passamos pelo andebol onde predominava o desporto inter-escolar secundário e fomos destacando guarda-redes famosos, com histórias de partir a rir, como o Argoleiro, o Leitão Marques.

Também falamos para terminar de uma outra grande equipa, que contribuia para que o festival que era o desporto acontecesse: os árbitros e seus fiscais de linha. O Geneto, no seu estilo à Freitas Branco, árbitro de basquete competente e notoriamente imparcial, e no futebol não poderiamos deixar de falar de um grande, mais também castiço, o velho Graça, mais conhecido por Gaiâcha, e a sua célebre frase: quando o aibito aipitou, aipitou mesmo, não shi diiscuti!


Ps: no basquete feminino que havia atingido um grande nível de competitividade apareceram nomes merecedores de destaque, porém perdoem-me as senhoras, mas o espaço não me permite esticar.







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