A Opiniao de Manuel de Araújo : A Carta que nao escrevi ao meu Chefe de Estado

Na Quinta feira, dia 26 Maio 2011 publiquei uma cartaao PCA da LAM no http://www.canalmoz.co.mz/hoje/19496-carta-aberta-do-pca-da-lam-.htmldado o agravar-se da situacao (com um autentico e fiel regresso aos tempos Samorianos (No Ano Samora Machel (fiquei sabendo que o real proposito do Ano Samora Machel era ensinar a nossa historia ouseja reeducar ao jeito Ivogarriadiano asnossas geracoes que nao acreditavam quando lhes diziamos que tinhamos as prateleiras vazias, que faziamos bichas, que dormiamos no aeroporto por mais de uma semana para apanhar o voo, que subornavamos funcionarios da LAm para conseguir lugar, que nos mandavam para a forca por venderum quilo do camarao e outros produtos estrategicos, que nos fuzilavam por escrevermos cartas como esta! Jovens esses que tinham saudades do monopartidarismo e da economia de mercado porque nunca a tinham saboreado!) invadiu-me uma vontade louca de escrever ao meu Chefe de Estado, o Chefe de Estado da Republica de Mocambique, Armando Emilio Guebuza, para ao abrigo da Constituicao da Republica, manifestar o meu pesar e desconforto pela forma abnegada, continua e sistematica como tem usando os poderes conferidos pela Constituicao da Republica (nomeadamente o poder de nomear incompetentes para cargos ministeriais, para PCA, para embaixadores etc) para desferir golpes contundentes no meu orgulho de mocambicano, na minha mocambicanidade, na minha auto-estima e no meu sentido patrio e patriotico! Mas desisiti da intencao, porque o essencial afinal de contas estava ja nesta carta publicada pelo Canal de Mocambique e pelo Semanario Expresso! Meu pai ja me dizia de pequenino: quem nao se contenta com o pouco nem com o muito, e o pouco ja tinha dito na referida carta, pelo ue muito nao acrescentaria absolutamente nada!

Enquanto cidadaos pacatos como eu, lutam tenazmente parapromovero turismo na provincia, a quem numa machadada incolume afundam todo esse esforco! Enquanto formigas daminha dimensao gastam o pouco que amealharam durante anos de abnegado suor, aplicando seus parcos recursos na procura de investimento no exterior para tirar a minha provincia e quica outras da famigerada pobreza absoluta e criar riqueza a quem usando dos nossos impostos deita por baixo todo esse esforco! O que dirao os turistas quando souberem que em Mocambique os voos nao sao fiaveis pois para alem de termos uma companhia que da pelo nome de (LaterAnd Maybe, tal companhia nao tem quadros para fazer stocks e que quando menos se espera nao ha voo!

Tera ideia o meu querido Chefe de Estado do mal que esta a fazer a mocambicanidade? Tera ideia dos custos vindouros a auto-estima que esta falta de combustiveis tem e tera nos interesses nacionais de Mocambique? Tera ideia o meu Chefede Estado tem quanto pagaremos por tamanha incompetencia na area do turismo, no ambiente de negocio?

Sinceramente nao percebo o que e que custa ao meu Chefe de Estado usar a esferografica, ja que nao gosta de computador, para mandar exarar um despacho que mande para o caixote de lixo alguns quadros, queria dizer algumas ardosias para reciclagem!?

Doeu-me ver meu amigo Ponguana e outros jornalistas mendigando no aeroporto para um lugar no voo da LAM! Doeu-me ver senhoras a chorar porque perderam seus voos de ligacao para outros destinos, porque perderam por causa da LAM e suas companhias fornecedoras, suas consultas em Maputo, Neilspruit, Johannesburg e Londres (uma vez que o hospital provincial da Zambezia passou a categoria de Hospital Rural, que nem direito a ambulancia tem- e verdade por mais sureal e incrivel que pareca, o Hospital Provincial da Zambezia, que de provincial nada tem, nao tem uma unica AMBULANCIA! - mas ai vira brevemente uma carta semi-aberta ao meu querido amigo Manguele, Ministro da Saude).

Dizia eu que, se gozando dos direitos e deveres estatuidos na nossa bela e querida Constituicao da Republica, o meu Chefe de Estado e ou seus Conselheiros tivessem lido nao apenas a letra mas tambem o espirito da carta certamente que teria evitado mais um golpe na minha auto-estima devolvendo ao parlamento o incompetente do PCA da LAM e seus colaboradores que nao sabem aprovisionar-se como mandam as regras! E depois temos coragem e a pouca vergonha denos zangar quando nos banem de certos espacos aereos!

Na ultima Sexta Feira, saindo da discoteca, dei uma volta pelo aeroporto, porque me disseram que o aviao ainda passaria por Quelimane! Quando menos esperava, soube que estavam altas figuras da nossa Republica e porque meu pai ensinou-me a cumprimentar os mais velhos, fi-lo! Fiquei triste com o espetaculo que me foi oferecido! Vi a minha Presidente do Parlamento, seu querido esposo, vi o meu Primeiro Ministro, e sua querida esposa, vi o meu querido Governador, sonolentos as 03.00 da manha de Sabado no aeroporto a espera de mais uma ligacao aerea da nossa companhia de bandeira! Vi os membros do Comite da Cidade e do Comite Provincial do partido no poder, os membros do governo provincial, sonolentos, coitadinhos dormindo nos sofas da nossa Sala VIP! Vi, os funcionarios subalternos, do protocolo, da segurancaminguando de frio fora da sala! imaginei o sofrimento das equipas de recepcao em TETE, para onde se diria o meu querido PM! Dadas as temperaturas que se fazem sentir no pais inteiro, imaginei suas esposas rebolando na cama sozinhas, abandonadas sem o calor a que tem direito por direito teologico e terreno! Vi a minha Constituicao a ser rasgada, porque ela protege a familia e a define como a base da sociedade! Onde esta a auto-estima? Onde esta o nosso orgulho nacional de que tanto falamos, cantamos?

Para que escrever mais uma carta, sera que agua mole em pedra dura tanto bate ate que fura? Nao com estes quadros e ardosias ate aagua mole desiste!

Para ja fico pela republicacao da carta, uma vez que tenho que continuar a fazer a minha parte na criacao da riqueza nacional, antes que outro golpe duro seja dado a minha auto-estima!

Fui!

Carta aberta do PCA da LAM



Maputo (Canalmoz) – Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração da LAM.

Permita-me que use este meio para congratulá-lo pela recente nomeação para o prestigiado cargo de PCA da nossa companhia de bandeira! É certamente momento de orgulho, saber que a nossa companhia nacional passará a ter um PCA a tempo parcial (part-time), apesar dos inúmeros problemas que enfrenta! Nada temos contra a sua vida privada, pelo contrário estimulamos aqueles que simultaneamente para além de docentes em várias universidades, conseguem ser ao mesmo tempo deputados, presidentes de comissões especializadas, PCAs de empresas públicas e privadas, membros de comités e conselhos locais, regionais, partidárias, nacionais e outras! Um exemplo vivo de empreendadorismo e auto-estima!



Exmo. Senhor,

Não duvidamos da sua competência, mas como utentes da nossa companhia de bandeira estamos preocupados com os recentes desenvolvimentos na empresa, que apesar de não terem sido por si criados, acabam afectando a minha vida pessoal, a de membros de nossas famílias, a nossos amigos, e no final do dia a todos os utentes que não por vontade própria, mas por falta de alternativa vem-se forçados a usar os serviços da companhia que V. Excia. dirige!

Dizíamos nos que não duvidamos da Vossa competência, mas preocupam-nos os gravosos atrasos que se tem verificado na empresa e nos surpreende que no acto de celebração da passagem de mais um aniversário se tenha lançado nos media informações que não me parecem corresponder, na totalidade, à actual imagem que temos da empresa que superintende. Refiro-me aos persistentes atrasos, um dos quais de mais de 14 horas num dos voos no percurso Quelimane-Maputo só para citar um.



Exmo. senhor PCA,

Escrevo-lhe para lhe dizer que estou cansado de chagar as casa às 03, 04, 05 e até 06 horas da manhã! Escrevo em desespero de causa porque não vejo da parte da vossa empresa nem vontade, nem preocupação nem respeito pelos constantes transtornos porque os utentes passam!



Excia,

ao longo dos últimos 15-21 dias, fomos vítimas privilegiadas da empresa que dirige! Fizemos mais de 10 voos e sem pestanejar lhe asseguro que nenhum saiu a horas, com a excepção de um que saiu quase a horas, provavelmente porque a bordo estavam os Ministros da Planificação e Desenvolvimento, da Indústria e Comércio e da Cultura, para além do Vice das Obras Públicas e Habitação que se dirigiam à Cidade de Quelimane! Tirando esse, Exmo Senhor todos os outros voos registaram atrasos gravíssimos. Não me venha dizer que foi azar meu!

Pois acho que seis ou dez voos em menos de 21 dias, é uma amostra considerável estatisticamente falando!



Exmo Senhor,

Não sei se sina da família ou não, mas para que não lhe venham dizer que inventei, contarei singelamente alguns episódios ocorridos, comigo, com membros da minha família e alguns amigos. Meu irmão que viaja regularmente à cidade da Beira em missão de serviço, foi vítima de vários atrasos, tendo algumas vezes chegado a casa depois das três da manhã. Outros membros da minha família, incluindo meu pai, com mais de 70 anos, foram obrigados a fazer voos que chegaram ao destino cerca das 04.00 da manhã, fazendo com que só pudesse estar em casa volta das 05.00 da manhã, com prejuízos para membros da família no local da partida do voo, os próprio viajantes e a equipa receptora!!

Outros amigos reportaram situações escandalosas de super atrasos! Mas apesar destes factos não vimos nenhuma nota explicativa, nenhum pedido de desculpas formal para alem do habitual ‘atrasámos por motivos operacionais’ mesmo quando nos chegam informações de numa das vezes uma das razões operacionais foi o atraso de uma hospedeira por motivos de beleza cabeleireira!

E com este backgroung Exmo. Senhor, que custa a acreditar nas estatísticas que nos apresentam, afirmando que o índice de pontualidade no primeiro trimestre foi de mais de 90%! Reconheço que o período em apreço diverge daquele que menciono, não resisti à tentação de enviar-lhe esta missiva na esperança de que seus colaboradores mais próximos não estejam a ‘atirar areia para seus olhos’, pintando um quadro róseo da empresa que dirige quando nos os utentes que, em princípio, deveríamos ter sempre razão, não temos razão nenhuma, nenhuma razão para estar felizes com o desempenho da Vossa-nossa empresa.

Caso duvide da nossa intenção, agradecíamos que visitasse a blogsfera, especialmente a facebookosfera para aperceber-se do estado de espírito dos utentes da empresa que dirige!



Exmo Senhor,

Sabemos que a União Europeia baniu a nossa companhia de bandeira de voar no seu espaço aéreo-um golpe duro a nossa auto-estima!. Não teria sido uma ocasião impar para V. Exia se pronunciar explicando aos seus utentes o que terá acontecido para que nos colocassem na lista da vergonha de África? Não teria sido uma ocasião impar para pedir a nossa colaboração no intuito de juntos resgatarmos a imagem da nossa companhia aérea mor?

E já agora, acha que o monopólio é salutar para a saúde da nossa companhia de bandeira?

Sem outro assunto de momento subscrevo-me,

Manuel de Araújo, Quinta, 26 Maio 2011